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Você compraria um carro e pagaria de novo pela potência? Volkswagen lança assinatura para desbloquear desempenho em elétricos, seguindo estratégia de BMW e Mercedes

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 21/08/2025 às 05:48
Você compraria um carro e pagaria de novo pela potência? Volkswagen lança assinatura para desbloquear desempenho em elétricos, seguindo estratégia de BMW e Mercedes
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A Volkswagen está adotando um modelo de assinatura para desbloquear potência em seus carros elétricos ID.3, seguindo BMW e Mercedes. Entenda como funciona e o impacto para motoristas e mercado

A Volkswagen trouxe ao mercado uma novidade que promete gerar debate entre consumidores: a cobrança de assinatura para desbloquear potência extra nos seus carros elétricos ID.3 no Reino Unido. A estratégia segue práticas já adotadas por BMW e Mercedes, mas tem gerado críticas por cobrar por recursos já presentes no veículo. Hoje vamos detalhar como funciona essa assinatura, o contexto da indústria automotiva e as implicações para os motoristas.

Volkswagen lança assinatura para desbloquear desempenho: como funciona?

A novidade da Volkswagen consiste em oferecer aos proprietários do ID.3 a possibilidade de aumentar a potência do veículo mediante pagamento recorrente. De fábrica, os modelos Pro e Pro S possuem 201 cavalos de potência. Com a assinatura, os carros passam a entregar 228 cavalos, aumentando aceleração e desempenho geral.

O custo da assinatura varia: mensalmente, os motoristas pagam £16,50; anualmente, £165; ou ainda podem optar por um pagamento único de £649 para liberar a potência indefinidamente.

Essa prática, conhecida como assinatura para desbloquear potência de carros, tem como objetivo gerar receita recorrente para a montadora, aproveitando funcionalidades já incluídas nos sistemas dos carros elétricos.

Carros elétricos e novas estratégias de monetização

O setor de carros elétricos está em expansão. Segundo o Global EV Outlook 2025 da Agência Internacional de Energia (IEA), a frota global de veículos elétricos ultrapassou 58 milhões de unidades até o final de 2024, e as vendas continuam crescendo em ritmo acelerado.

Com isso, fabricantes buscam novas formas de monetização, incluindo serviços digitais, atualizações remotas e funcionalidades premium ativadas por assinatura.

A prática de cobrar por desempenho extra não é inédita. BMW e Mercedes já implementaram recursos similares em modelos elétricos, permitindo que os motoristas liberem potência adicional mediante pagamento. No entanto, o debate sobre a ética de cobrar por funcionalidades já presentes nos carros permanece aceso.

Críticas à assinatura para desbloquear potência de carros

Especialistas e consumidores têm questionado a abordagem da Volkswagen. A cobrança por desbloqueio de potência é vista por muitos como uma forma de capitalizar sobre recursos que os motoristas já compraram.

Além disso, há preocupações sobre transparência. Muitos consumidores não percebem, no momento da compra, que determinados recursos podem exigir pagamento adicional. Isso levanta questões sobre clareza na comunicação e satisfação do cliente.

Pesquisas indicam que esse tipo de cobrança pode afetar a imagem da marca e reduzir a fidelidade dos consumidores, especialmente quando o recurso pago não agrega novas tecnologias, mas apenas libera algo já presente no veículo.

Impactos no mercado automotivo de carros elétricos

A introdução da assinatura para desbloquear potência de carros pode influenciar a percepção do consumidor sobre a Volkswagen e a indústria de veículos elétricos em geral. Algumas implicações incluem:

  • Competitividade: a prática pode tornar os carros elétricos da Volkswagen mais caros em comparação a concorrentes que oferecem desempenho completo sem assinatura.
  • Receita recorrente: para a montadora, é uma forma de gerar receita contínua além da venda inicial do veículo.
  • Experiência do consumidor: motoristas podem se sentir frustrados ao perceber que recursos já disponíveis exigem pagamentos adicionais, afetando a confiança na marca.

Segundo pesquisa da McKinsey, serviços digitais em carros elétricos têm potencial para representar até 20% da receita futura das montadoras, reforçando a importância de estratégias como a adotada pela Volkswagen.

Comparação com BMW e Mercedes

BMW e Mercedes já testaram modelos semelhantes, oferecendo desbloqueio de potência e outros recursos digitais via assinatura. Essas experiências mostram que:

  • O modelo de assinatura funciona como fonte de receita adicional;
  • Há resistência de alguns consumidores, especialmente aqueles que consideram a prática injusta;
  • A estratégia tem mais aceitação em mercados com forte penetração de carros elétricos e alta digitalização dos serviços automotivos.

A Volkswagen, ao seguir essa tendência, aposta que a demanda por desempenho extra será suficiente para justificar a cobrança recorrente.

O futuro das funcionalidades por assinatura em carros elétricos

Especialistas indicam que o mercado de carros elétricos deve continuar adotando modelos de monetização baseados em assinaturas. Além da potência, funcionalidades como atualizações de software, sistemas de assistência ao motorista e modos de condução premium podem ser oferecidos por assinatura.

De acordo com o relatório da Deloitte “2025 Automotive Consumer Study”, 48% dos consumidores estão dispostos a pagar por serviços digitais que melhorem a experiência de condução, desde que haja clareza sobre os custos e benefícios. A tendência é que funcionalidades premium, incluindo desempenho adicional, se tornem parte da estratégia de receita contínua de montadoras, especialmente em mercados com forte adesão a veículos elétricos.

Aspectos legais e regulatórios na iniciativa da Volkswagen

A cobrança por funcionalidades já presentes no veículo levanta questões regulatórias. Autoridades europeias de proteção ao consumidor recomendam transparência total na oferta de serviços pagos, incluindo informações claras no momento da compra.

A Volkswagen afirma que todas as condições são apresentadas aos clientes, mas especialistas apontam que a comunicação ainda pode ser aprimorada para evitar mal-entendidos.

A regulamentação pode evoluir para limitar práticas que gerem percepção de venda de “recursos bloqueados”, especialmente em países com forte proteção ao consumidor, o que pode impactar diretamente o modelo de monetização adotado.

Como avaliar se vale a pena pagar pela potência extra?

Ao considerar a assinatura da Volkswagen para desbloquear desempenho, os motoristas devem avaliar cuidadosamente o custo-benefício. Alguns pontos importantes incluem:

  • Custo x desempenho: o aumento de potência de 201 para 228 cavalos justifica o pagamento recorrente ou único?
  • Alternativas no mercado: há veículos de outras marcas que oferecem potência total sem assinatura?
  • Revenda do veículo: a assinatura impacta no valor de revenda do carro elétrico?

Além disso, motoristas devem considerar a experiência de uso diário, a frequência de viagens e o estilo de condução, fatores que influenciam diretamente na percepção de valor do recurso adicional.

Assinatura para desbloquear potência de carros: impacto para o consumidor e indústria

A iniciativa da Volkswagen representa um marco na evolução do mercado de carros elétricos, sinalizando que montadoras estão cada vez mais explorando serviços digitais como fonte de receita. Para consumidores, a decisão de pagar novamente por recursos já presentes de fábrica envolve fatores econômicos e emocionais.

A tendência é que outras montadoras sigam o mesmo caminho, oferecendo funcionalidades desbloqueadas via assinatura, e isso pode gerar debates sobre ética, transparência e percepção de valor do consumidor. A forma como cada fabricante comunica essas opções será determinante para aceitação do mercado.

A cobrança por desbloqueio de potência nos elétricos ID.3 mostra que a indústria automotiva está em um momento de transformação.

A digitalização dos veículos permite que recursos já instalados sejam monetizados, mas isso também exige que as marcas considerem cuidadosamente a percepção do consumidor e a competitividade do mercado.

Motoristas devem analisar suas prioridades antes de optar por serviços pagos, ponderando entre desempenho extra e custo adicional. Ao mesmo tempo, fabricantes precisam equilibrar monetização com transparência e satisfação do cliente. Esse equilíbrio será crucial para consolidar a confiança do público em carros elétricos e serviços digitais associados.

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Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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