Cientistas criam laser comestível usando gotas de óleo de cozinha para monitorar alimentos e remédios de forma segura e inovadora
Cientistas da Grécia e da Eslovênia criaram um laser feito de óleo de cozinha. Sim, aquele mesmo que usamos para fritar batatas ou temperar saladas.
A inovação, publicada no periódico Advanced Optical Materials, representa um avanço curioso e prático. O objetivo? Criar sensores comestíveis que podem ser usados para monitorar propriedades de alimentos e remédios.
A base do laser é simples: pequenas gotas de óleos comestíveis funcionam como câmaras de luz. E isso é tudo o que um laser precisa para funcionar. No caso, os cientistas testaram óleos como o de girassol e o azeite de oliva.
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Como funciona
O funcionamento do laser começa com os átomos. Quando recebem energia, seus elétrons sobem para um nível maior.
Depois, relaxam e voltam ao nível inicial, liberando fótons – partículas de luz. Esse processo pode se repetir várias vezes.
Se colocarmos os átomos em uma câmara com espelhos, o vai e vem dos fótons cresce até formar um feixe de luz forte e concentrado.
Esse feixe é o que chamamos de laser. Aliás, a palavra “laser” é uma sigla em inglês: light amplification by stimulated emission of radiation.
Em aparelhos comuns, como as canetas de laser vermelho, os materiais usados para formar a câmara incluem alumínio, gálio e arsênio.
Mas os cientistas queriam algo que pudesse ser ingerido sem riscos. Por isso, usaram materiais comestíveis.
Experimentos comestíveis
A equipe liderada por Abdur Rehman Anwar testou mais de dez ingredientes comestíveis. O objetivo era ver quais podiam formar mini câmaras refletivas. Em um dos testes, eles jogaram luz roxa em gotas de azeite.
O resultado surpreendeu: as moléculas de clorofila presentes no azeite responderam emitindo fótons. E assim, foi criado um laser comestível.
A chave estava nas gotas de óleo. O tamanho e a densidade de cada gota influenciavam diretamente no comportamento do laser. Isso abriu espaço para novas aplicações.
Para que serve esse laser?
Os pesquisadores testaram o laser em alimentos. Ao inserir gotas de óleo nos produtos, eles conseguiam medir como a luz mudava.
Isso permitia detectar acidez, concentração de açúcar, presença de microrganismos e até se o alimento foi exposto a altas temperaturas.
Em outras palavras, o laser pode ser uma ferramenta de análise dentro do próprio alimento. E o melhor: ele pode ser ingerido junto com o produto, sem causar danos.
Código comestível
Além de medir propriedades, os lasers comestíveis também foram usados para codificar informações. Os cientistas usaram gotas de óleo com diferentes tamanhos para criar uma espécie de código de barras.
No teste final, colocaram essas gotas em um pote de compota de pêssego. Cada gota tinha menos de 100 microns de diâmetro.
Com isso, eles codificaram a data “26 de abril de 2017”, marcando o primeiro dia internacional contra o desperdício de comida.
A experiência mostra que também é possível guardar dados em alimentos, usando apenas óleo e luz.
Com informações de Super Interessante.