China retoma compra de frango brasileiro depois de seis meses de suspensão e destaca a competência técnica e sanitária do país, decisão com efeito imediato que recoloca o principal comprador externo no centro da estratégia do agronegócio.
De acordo com o portal da G1, a China retoma compra de frango brasileiro após anunciar o fim da proibição que estava em vigor desde 16 de maio, quando o país asiático decidiu interromper as importações em razão do registro de um caso de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A medida agora passa a valer de forma imediata e devolve ao Brasil o acesso ao seu maior mercado de carne de frango, fundamental para manter o ritmo de exportações do setor.
A retomada ocorre depois de processo de análise de risco e de auditoria técnica feita por uma comitiva chinesa no fim de setembro para confirmar que o país havia controlado o episódio. Entidades do setor apontam que o resultado é fruto de um trabalho profissional de negociação para evitar novas interrupções e reforçam que houve reconhecimento da estrutura sanitária brasileira. Para o agronegócio, trata-se de uma vitória estratégica.
Como começou o embargo
O embargo chinês teve origem no único caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial brasileira em 2025, o que levou Pequim a adotar postura de cautela e suspender todas as compras de carne de frango do Brasil. A China é o principal destino do produto brasileiro e qualquer bloqueio desse porte gera impacto direto na cadeia produtiva, desde os frigoríficos até os produtores integrados.
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Mesmo após a suspensão imposta pela China, o Brasil conseguiu demonstrar controle do foco e, em 18 de junho, declarou-se livre da doença em plantéis comerciais após 28 dias sem novos registros. Esse intervalo foi decisivo para que o país recuperasse o status sanitário e pudesse sustentar tecnicamente a reabertura do mercado.
Auditoria e análise de risco
A decisão chinesa de liberar novamente as importações foi baseada em uma análise de risco formal. Uma equipe técnica esteve no Brasil no fim de setembro para avaliar in loco os procedimentos de vigilância, a rastreabilidade e os mecanismos de notificação adotados pelos órgãos brasileiros. O objetivo era confirmar que o caso havia sido um episódio pontual e que o sistema estava apto a reagir a eventuais ocorrências futuras.
Com o relatório em mãos, as autoridades chinesas concluíram que o Brasil mantém capacidade de monitoramento e prevenção em nível compatível com o padrão exigido pelos grandes compradores.
Na prática, isso representa um voto de confiança na competência técnica brasileira e reduz o risco de novas suspensões totais, desde que os protocolos sigam sendo cumpridos.
Efeito imediato para o agronegócio brasileiro
A liberação tem efeito imediato e recoloca o maior cliente do frango brasileiro na rota de embarques. O Brasil é o maior exportador mundial e atende hoje 151 países, mas a China ocupa posição de destaque pela escala das compras e pelo papel que desempenha na formação de preços internacionais. A retomada tende a aliviar estoques, dar previsibilidade industrial e fortalecer a imagem do país como fornecedor confiável.
Setores representativos comemoraram o anúncio e destacaram que o resultado foi alcançado por meio de negociação técnica e diplomática, inclusive com revisão de certificados sanitários para evitar bloqueios amplos em futuros episódios.
Essa engenharia institucional é relevante porque permite resposta mais cirúrgica em vez de interrupções gerais de mercado. Para os produtores, é um sinal de que o esforço de biossegurança não foi em vão.
Outros mercados e cenário internacional
Enquanto a China mantinha o embargo, outros grandes mercados, como Emirados Árabes, Arábia Saudita e União Europeia, já haviam normalizado as compras do Brasil. Isso ajudou a sustentar parcialmente o fluxo de exportações no período de bloqueio chinês e reforçou a tese de que o país continuava apto a exportar com segurança. A reabertura agora harmoniza o cenário comercial e reduz assimetrias entre os destinos.
No momento, apenas o Canadá segue com suspensão total das importações de frango brasileiro. A manutenção dessa restrição mostra que cada país adota seu próprio critério de risco e que o Brasil ainda precisa atuar caso a caso para remover todas as barreiras.
Mesmo assim, com a volta da China, o setor retoma o principal elo que faltava para recompor o ciclo de vendas externas.
A volta da China ao mercado de frango brasileiro consolida o episódio como um teste bem-sucedido do sistema sanitário nacional e da articulação internacional do agronegócio.
O país conseguiu comprovar controle da doença, recebeu auditoria estrangeira e obteve liberação imediata do principal comprador. É um movimento que reforça a imagem do Brasil como fornecedor estável de proteína animal e que devolve fôlego às indústrias e produtores.
Para você, essa decisão da China encerra o assunto ou o Brasil ainda precisa reforçar protocolos para evitar novas suspensões desse porte? Comente.


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