A partir de outubro, os EUA acabam com a isenção de entrevistas por idade no visto americano. Quase todos os solicitantes, inclusive crianças e idosos, terão que comparecer presencialmente
O processo para obtenção do visto americano vai mudar de forma significativa a partir de 1º de outubro de 2025.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou que a idade deixará de ser um fator de dispensa de entrevistas, medida que durante anos beneficiou menores de 14 anos e maiores de 79.
A partir de agora, praticamente todos os solicitantes de vistos de não imigrante terão de passar por entrevista presencial em embaixadas ou consulados, independentemente da faixa etária.
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Fim da dispensa por idade e exceções restritas
A decisão marca uma reversão da flexibilização adotada durante a pandemia, quando o governo norte-americano ampliou a possibilidade de isenção de entrevistas para reduzir filas e facilitar a retomada de viagens internacionais.
Com o novo cenário, apenas alguns grupos continuarão elegíveis à dispensa, entre eles diplomatas, titulares de vistos oficiais e determinados candidatos à renovação do visto de turismo e negócios (B-1/B-2).
Mesmo nesses casos, a elegibilidade depende de condições rigorosas, como a validade da emissão anterior, a data de expiração e o histórico do solicitante.
Além disso, as autoridades deixam claro que podem convocar o candidato para entrevista em qualquer momento do processo.

Impacto para brasileiros e aumento da demanda
A mudança impacta diretamente os brasileiros, já que o país está entre os que mais solicitam vistos B-1/B-2 no mundo.
Com a retomada da obrigatoriedade de entrevistas, especialistas projetam filas maiores em consulados de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que já registram alta demanda.
Escritórios de advocacia e consultoria em imigração explicam que estudantes, trabalhadores temporários e intercambistas, que em alguns casos ainda conseguiam obter dispensa, precisarão se preparar para agendar entrevistas, reunindo documentos e se antecipando à possível demora nos prazos.
Razões apresentadas pelos EUA
Segundo o Departamento de Estado, o objetivo é reforçar a segurança do processo, retomando um padrão pré-pandemia.
A avaliação presencial, segundo as autoridades, continua sendo a forma mais confiável de verificar a elegibilidade e a veracidade das informações apresentadas pelos candidatos.
Embora os Estados Unidos não tenham indicado ligação direta com episódios recentes, analistas apontam que o aumento das tensões globais e a necessidade de maior controle sobre fluxos migratórios podem ter acelerado a revisão das regras.
Custos adicionais e próximos passos
Além das entrevistas, discute-se em Washington a criação de uma nova taxa chamada “visa integrity fee”, que pode custar 250 dólares adicionais por solicitação.
Embora ainda esteja em fase de implementação, a cobrança seria ajustada anualmente e representaria um encargo extra além da taxa consular tradicional, afetando ainda mais o bolso dos viajantes brasileiros.
Para os especialistas, essa possível mudança reflete o esforço do governo norte-americano em financiar medidas de segurança e fiscalização mais rígidas.
Recomendações oficiais
O Departamento de Estado recomenda que todos os solicitantes consultem os sites das embaixadas e consulados antes de iniciar o processo, já que cada jurisdição pode aplicar interpretações específicas da regra.
Mesmo aqueles que, em tese, se enquadram nas categorias com isenção, devem estar preparados para comparecer presencialmente caso sejam convocados. A recomendação é clara: planejar-se com antecedência, preparar a documentação completa e acompanhar constantemente as atualizações oficiais.


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