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‘Vírus gigante’ encontrado no Pantanal é diferente de qualquer outro já visto

Escrito por Felipe Alves da Silva
Publicado em 27/09/2025 às 16:25
Pesquisadores identificam o Naiavírus nas águas do rio Paraguai, no Pantanal.
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Agência FAPESP – Pesquisadores identificaram nas águas do rio Paraguai um novo vírus, considerado o maior com cauda já descrito pela ciência. Batizado Naiavírus, o “gigante microscópico” mede cerca de 1.350 nanômetros (nm) – os comuns medem entre 20 e 200 nm.

Muito diferente dos patógenos que provocam doenças em humanos, como o da gripe ou o coronavírus, o Naiavírus infecta apenas amebas. Além do tamanho fora do comum, tem um corpo envolto por uma espécie de “manto” e uma cauda flexível que se dobra e se alonga, funcionando como uma ferramenta para se aproximar das amebas e facilitar a infecção.

O novo vírus tem um genoma imenso: quase 1 milhão de pares de bases de DNA. Muitos genes não têm semelhança com nada já registrado pela ciência, com funções que antes se acreditava só existirem em células complexas, como bactérias e eucariotos. Alguns lembram proteínas de plantas. Isso indica que podem estar envolvidos em processos evolutivos que a ciência nem começou a entender. Sua descrição foi publicada na revista científica Nature Communications em 17 de setembro.

O trabalho, liderado por Jônatas Abrahão, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), foi apoiado pela FAPESP (projetos 21/05519-0 e 24/13116-1). Além do grupo da UFMG, participaram da investigação pesquisadores do Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBio-CNPEM), das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual Paulista (Unesp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Virginia Tech (EUA) e do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

Segundo os cientistas responsáveis pela descoberta, as proteínas do supervírus são originárias de uma divergência muito antiga, próxima do surgimento da vida na Terra. “Elas podem abrir portas inéditas de pesquisa e ser usadas para produzir fármacos e enzimas de interesse biotecnológico”, disse à Assessoria de Imprensa do IFSC-USP Otavio Thiemann, um dos autores do estudo. “Além disso, podem contribuir para esclarecer questões fundamentais da biologia, como o processo de eucariogênese, a formação de núcleos em células eucarióticas primitivas”, salientou.

O grupo de pesquisa analisou 439 amostras de água até encontrar sinais do vírus em uma delas, coletada no município de Porto Murtinho (MS).

O artigo Naiavirus: an enveloped giant virus with a pleomorphic, flexible tail pode ser lido clicando aqui.
 

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Felipe Alves da Silva

Profissional com formação militar pelo Exército Brasileiro e experiência em gestão administrativa e logística no setor industrial. Escreve sobre defesa, segurança, geopolítica, indústria automotiva, ciência e tecnologia. Sugestões de pauta: fa06279@gmail.com

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