Virada histórica no mapa demográfico: Santa Catarina atrai mais migrantes, enquanto São Paulo registra saldo negativo pela primeira vez.
Santa Catarina atrai mais migrantes e consolida uma virada inédita no país. Dados do Censo 2022, divulgados em 2025, mostram saldo migratório positivo de 354 mil pessoas entre 2017 e 2022, resultado que inaugura um novo ciclo: pela primeira vez, São Paulo tem mais saídas do que chegadas, e o eixo da migração interna se desloca para o Sul.
O movimento não é episódico. Santa Catarina atrai mais migrantes por uma combinação de empregos formais, segurança pública e qualidade de vida. As cidades do litoral e do interior compartilham o crescimento, com Itapoá no topo nacional: 24,3% de sua população nasceu em outros municípios, indicador que revela a força do fenômeno.
O que mudou no mapa migratório
A perda de fôlego de São Paulo como principal polo receptor de brasileiros marca uma inflexão demográfica rara.
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O estado ainda concentra oportunidades, mas vê famílias e profissionais migrarem em busca de custo de vida mais previsível e rotina menos vulnerável à violência urbana.
Em paralelo, Santa Catarina oferece mercado aquecido, taxas de desemprego historicamente baixas e um ambiente percebido como mais seguro.
Essa reconfiguração dos fluxos internos reordena estratégias familiares e corporativas.
Empresas ampliam unidades produtivas e centros logísticos em cidades catarinenses, enquanto profissionais qualificados e também a base operacional seguem vagas reais em indústria, serviços, agro e tecnologia.
Santa Catarina atrai mais migrantes porque converte crescimento econômico em empregabilidade tangível.
Quanto e de onde chegam o retrato do fluxo
Entre 2017 e 2022, o ganho líquido de 354 mil pessoas coloca Santa Catarina na liderança nacional do saldo migratório.
O fluxo é majoritariamente interno, com origens relevantes no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Pará.
Ao lado da migração interestadual, a presença internacional se diversifica, com destaque para haitianos, venezuelanos e argentinos.
Cidades como Chapecó ganharam protagonismo na absorção de mão de obra estrangeira, enquanto Joinville, Itajaí, Blumenau e Florianópolis concentram vagas que ancoram o novo ciclo de atração.
Por que Santa Catarina atrai mais migrantes
Empregos formais com baixa rotatividade. O estado mantém níveis de desemprego entre os menores do país e abre vagas de forma consistente, com destaque para indústria (têxtil, metalmecânica, alimentos), logística e construção, além de serviços. Isso reduz a incerteza do recém-chegado e viabiliza mobilidade social.
Segurança e previsibilidade do cotidiano. Indicadores de segurança melhores que a média nacional pesam na decisão familiar, sobretudo para quem chega com crianças.
A sensação de rotina organizada e deslocamentos mais curtos também entra na conta.
Qualidade de vida e infraestrutura. Cidades litorâneas e do Vale do Itajaí combinam saneamento, oferta escolar e rede de saúde em patamares que sustentam o adensamento populacional ainda que sob pressão.
Santa Catarina atrai mais migrantes porque oferece equilíbrio entre trabalho e vida percebido como diferencial.
Impactos econômicos e sociais do novo ciclo
Mercado de trabalho mais diverso. A chegada de profissionais de diferentes origens eleva a competição saudável, aumenta a produtividade e injeta novas competências nos arranjos produtivos locais.
Startups e indústrias se beneficiam de talentos que migram com experiência prévia.
Consumo e serviços em expansão. Mais moradores significam demanda por moradia, educação, saúde, mobilidade e cultura.
Comércio e construção civil aceleram, e o setor público precisa responder com planejamento urbano e capacidade fiscal.
Integração cultural ampliada. Santa Catarina atrai mais migrantes e se torna mais diversa.
A presença de diferentes sotaques, culinárias e religiões enriquece a vida comunitária, mas exige políticas ativas de acolhimento para reduzir atritos.
Desafios de uma chegada acelerada
Pressão sobre infraestrutura. O adensamento rápido estressa trânsito, saneamento e rede escolar. Planejamento metropolitano e habitação acessível tornam-se prioridades para evitar expansão desordenada e aumento de desigualdades.
Integração e combate à xenofobia. Casos de discriminação contra migrantes internos e estrangeiros exigem resposta institucional e comunitária.
Programas de qualificação, ensino de português para estrangeiros e intermediação de mão de obra ajudam a transformar chegada em inclusão produtiva.
Cidades em destaque e seus papéis no fluxo
Joinville puxa indústria e serviços corporativos, Itajaí e Itapoá potencializam portos e logística, Blumenau sustenta têxtil e tecnologia, Chapecó ancora agroindústria, enquanto Florianópolis escala tecnologia e atrai mão de obra qualificada.
O mosaico municipal explica por que Santa Catarina atrai mais migrantes: há espaço para diferentes perfis profissionais e projetos de vida.
O que esperar nos próximos anos
Se o ciclo atual se mantém, a capacidade de absorção dependerá de três entregas:
(1) planejamento urbano com foco em mobilidade, moradia e serviços;
(2) qualificação profissional contínua para alinhar oferta e demanda;
(3) políticas de integração que protejam direitos e promovam convivência. Sem essas chaves, o bônus demográfico vira gargalo com elas, vira vantagem competitiva duradoura.
A virada que coloca Santa Catarina atrai mais migantes no centro do mapa indica um Brasil em rearranjo, em que cidades e estados disputam pessoas com emprego, segurança e bem-estar.
O saldo de 354 mil novos moradores em cinco anos mostra que decisões do dia a dia vaga com carteira assinada, escola perto de casa, ruas mais tranquilas valem mais que slogans.
Você já deixou seu estado para tentar a vida em Santa Catarina ou pensa em sair de lá? O que pesou (ou pesaria) na sua decisão: emprego, custo de vida, segurança, escola para os filhos? Conte sua experiência nos comentários queremos ouvir quem vive essa virada por dentro.