A China se consolida como o principal destino para o gás natural da Rússia, superando a Europa em 2024, após a guerra na Ucrânia reconfigurar o mercado energético global.
Nos últimos anos, o cenário energético mundial passou por grandes transformações, com a China ultrapassando a Europa como maior mercado de gás para à Rússia.
Essa mudança foi acelerada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que forçou Moscou a redirecionar suas exportações de gás natural.
Enquanto a Europa busca alternativas para substituir o gás da Rússia, as exportações para a China cresceram consideravelmente, consolidando o país asiático como o novo grande cliente da Gazprom.
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O Crescimento das Exportações de Gás para a China
As exportações de gás russo para a China vêm crescendo rapidamente.
Nos primeiros nove meses de 2024, a Gazprom exportou 23,7 bilhões de metros cúbicos de gás natural para a China, um aumento de quase 40% em relação ao mesmo período de 2023.
Esse número supera os 22,5 bilhões de metros cúbicos enviados para o restante da Europa.
Essa mudança de destino para as exportações russas se dá em meio à redução dos fluxos de gás para o mercado europeu, consequência direta das sanções impostas à Rússia após o início da guerra na Ucrânia.
A Gazprom agora tem na China um cliente cada vez mais importante, o que reforça a dependência mútua entre os dois países no setor energético.
O Papel Estratégico do Gasoduto Power of Siberia
Um dos principais fatores que permitiu o aumento das exportações russas para a China foi o gasoduto Power of Siberia, inaugurado no final de 2019.
Com capacidade de transportar até 38 bilhões de metros cúbicos por ano, esse gasoduto tem sido vital para garantir o fluxo contínuo de gás natural entre os dois países.
Além disso, a Gazprom e a China National Petroleum Corporation (CNPC) firmaram recentemente um acordo para aumentar os fluxos diários de gás, antecipando para dezembro de 2024 o atingimento da capacidade máxima contratual. Isso demonstra o compromisso de longo prazo entre Rússia e China no setor energético.
Demanda Chinesa em Expansão
A demanda por gás natural na China tem mostrado crescimento contínuo, impulsionada principalmente pelo setor industrial.
Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia, o consumo de gás na China deve aumentar 8% em 2024, com destaque para as indústrias, mas também com contribuições significativas dos setores residencial e de geração de energia.
Esse aumento de demanda reflete o esforço da China em diversificar suas fontes de energia, buscando maior confiabilidade no fornecimento e reduzindo sua dependência do carvão.
O gás natural é visto como uma fonte de energia mais limpa, alinhada às metas ambientais e de redução de emissões do país.
Impacto da Guerra na Ucrânia no Mercado de Gás
A guerra na Ucrânia teve impacto profundo no mercado de gás natural europeu. Antes do conflito, a Rússia era a principal fornecedora de gás para a União Europeia.
No entanto, as sanções impostas à Rússia e os esforços europeus para reduzir a dependência do gás russo alteraram drasticamente essa relação.
Diversos países europeus, como Alemanha e França, passaram a buscar alternativas, incluindo o gás natural liquefeito (GNL) de outros fornecedores, como os Estados Unidos e o Catar.
A Gazprom, por outro lado, intensificou seus laços comerciais com a China, redirecionando grandes volumes de gás para o país asiático.
Fim do Acordo de Trânsito com a Ucrânia
Outro fator que pode agravar ainda mais a situação do fornecimento de gás na Europa é o fim iminente do acordo de trânsito de gás entre a Rússia e a Ucrânia, previsto para expirar em dezembro de 2024.
Com o término deste acordo, cerca de metade dos fluxos de gás para a Europa corre o risco de ser interrompida, criando incertezas sobre o abastecimento no continente.
As negociações para encontrar alternativas estão em andamento, com o Azerbaijão emergindo como uma possível solução para substituir parte do gás russo. Contudo, um acordo ainda parece distante, e o tempo para garantir o abastecimento da Europa está se esgotando.
A Nova Realidade Energética da Rússia
Com a redução das exportações de gás para a Europa e o aumento dos envios para a China, a Rússia está reconfigurando sua estratégia energética.
A Gazprom, que antes tinha na Europa seu principal mercado, agora olha para o Oriente. Embora os volumes exportados para a China ainda representem uma fração do que era enviado para a Europa antes de 2022, a tendência é de crescimento contínuo nas vendas para o mercado chinês.
O Power of Siberia, além de suas capacidades atuais, também será ampliado nos próximos anos, com a adição de uma rota do Extremo Oriente prevista para 2027, que deverá adicionar mais 10 bilhões de metros cúbicos anuais às exportações russas para a China.
Considerações Finais
A China ultrapassou a Europa como maior mercado de gás russo, uma transformação que tem profundas implicações geopolíticas e econômicas.
O aumento das exportações de gás para a China reflete a nova realidade energética enfrentada pela Rússia, que precisa redirecionar seus recursos após a perda do mercado europeu devido à guerra na Ucrânia.
Com a demanda chinesa em crescimento e a expansão das infraestruturas, como o gasoduto Power of Siberia, a relação energética entre Rússia e China está mais forte do que nunca.
No entanto, a Europa enfrenta o desafio de encontrar novas fontes de energia e reduzir sua vulnerabilidade às interrupções no fornecimento de gás.
Esta nova configuração do mercado de energia global continuará a influenciar as decisões políticas e econômicas nos próximos anos, à medida que as nações ajustam suas estratégias para garantir a segurança energética e lidar com as pressões geopolíticas.
- Informações via Bloomberg News