Isabela Syrah 2023 eleva sul de Minas ao topo da vitivinicultura global
A vitivinicultura de Minas Gerais alcançou reconhecimento histórico em 2025 com o Isabela Syrah 2023, rótulo da Vinícola Maria Maria.
Ela está situada em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais.
O vinho recebeu medalha de ouro e notáveis 96 pontos na Decanter World Wine Awards (DWWA), sediada em Londres.
Esses dados foram divulgados em maio de 2025 pela organização Decanter.
A premiação avaliou rótulos de mais de 50 países e destacou o Syrah mineiro.
Ele se tornou o mais pontuado do Brasil em todos os tempos.
Esse resultado marca um divisor de águas para o setor, de acordo com Eduardo Junqueira Nogueira Neto.
Ele é diretor comercial da Maria Maria.
Reconhecimento global valoriza dupla poda
De forma inédita, o Isabela Syrah 2023 destacou-se como o único vinho brasileiro premiado com ouro na edição 2025.
Produzido com uvas Syrah cultivadas na Fazenda Capetinga, o rótulo faz uso de técnica não ortodoxa: a dupla poda.
Esse método foi pesquisado por Murilo Regina, da Epamig, desde 2007.
A prática é também conhecida como ciclo invertido.
Ela consiste em duas podas anuais para colher uvas no inverno seco mineiro.
Esse clima oferece condições ideais para maturação e reduz riscos de doenças fúngicas.
Assim, revela aromas intensos de frutas vermelhas e negras, além de especiarias.
Entre elas, destacam-se pimenta-do-reino, canela e erva-doce.
A explicação é da enóloga Isabela Peregrino, que dá nome ao rótulo.
Produção detalhada garante qualidade
Com vinificação em tanques de aço inox, sem passagem por barricas de carvalho, o Isabela Syrah mostra o terroir mineiro de forma pura e intensa.
Foram necessárias diversas vinificações em pequenas parcelas, com maceração variando de oito a vinte dias, sempre sob controle rígido.
O resultado, conforme divulgado pela equipe técnica da vinícola em junho de 2025, é um Syrah de taninos macios e acidez equilibrada.
Ele tem retrogosto persistente e é ideal para consumo entre 2025 e 2028.
O preço, de R$160 no e-commerce oficial, reflete a qualidade e a técnica pioneira.
Essas técnicas foram aplicadas no cultivo e na vinificação.
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Tradição familiar impulsiona inovação
A história da Vinícola Maria Maria, começou então, com a tradição cafeeira da família Junqueira Nogueira, de Três Pontas, Minas Gerais.
Essa família soma seis gerações dedicadas ao café.
O infarto do patriarca Eduardo Nogueira, em 2007, trouxe o vinho para a rotina da família por orientação médica.
A partir de viagens e estudos, Eduardo conheceu os experimentos da Epamig com a dupla poda.
Essa prática impulsionou a vitivinicultura na região.
Hoje, além do premiado Isabela Syrah, a vinícola oferece rótulos como Juliana Rosé Syrah 2024 e Júlia Sauvignon Blanc 2024.
Também são destaques o Gaia Syrah 2021 e o Gaia Gran Reserva Syrah 2021.
O portfólio atende o crescente interesse de apreciadores nacionais e estrangeiros.
Potencial mineiro atrai enoturismo
Para o diretor comercial Eduardo Junqueira Nogueira Neto, o prêmio internacional portanto ilumina o potencial do sul de Minas para o mundo do vinho.
Em entrevista à imprensa local, no fim de junho de 2025, ele além disso ressaltou que a conquista atrairá visitantes, investidores e enoturistas.
A região, assim, se consolida como berço de vinhos de classe mundial.
A meta, por isso, é mostrar que em Minas se faz mais do que café e queijo.
Além disso, produzimos vinhos de altíssima qualidade, com identidade única e sabor marcante.