Um vídeo de dois militares venezuelanos convocando a mudança de governo viralizou e até Elon Musk comentou. A crise na Venezuela esquenta com o não reconhecimento das eleições pela OEA. O futuro político do país está em jogo e o mundo está de olho.
O vídeo que tem capturado a atenção global e desencadeado debates acirrados mostra dois militares venezuelanos, instigando um dos momentos mais tumultuados da política venezuelana.
Com o país imerso em uma crise eleitoral sem precedentes, a repercussão do vídeo levou até mesmo o bilionário Elon Musk a se manifestar.
O vídeo que agitou a Venezuela
Na terça-feira (30), um vídeo envolvendo os capitães Javier e Juan Carlos Nieto Quintero ganhou as redes sociais e rapidamente se espalhou pela internet.
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No vídeo, os capitães convocam as Forças Armadas Venezuelanas a reconhecerem Edmundo González como o novo presidente eleito, desafiando a autoridade do atual presidente Nicolás Maduro.
“Nós, capitães Javier e Juan Carlos Nieto Quintero, membros das promoções Batalla de Mosquitero e Batalla de Los Pinos, dirigimo-nos a todo o corpo de generais e almirantes, oficiais, suboficiais e tropa das Forças Armadas Nacionais para persuadi-los a tomar as decisões corretas neste momento histórico que vive a Pátria. (…) É hora de tomar as decisões corretas em um momento histórico (…) É evidente que temos um novo presidente eleito”, dizem Javier e Juan Carlos no vídeo.
Ao tomar conhecimento do vídeo, Elon Musk o compartilhou e disparou: “Se isto ganhar impulso, o presidente legitimamente eleito substituirá o fraudador”, afirmou. No entanto, surgiram informações que levantam dúvidas sobre a veracidade das declarações dos capitães.
De acordo com alertas da rede social X e fontes como Infobae e Foro Penal, os capitães não estão mais na ativa. Juan Carlos Nieto Quintero, em particular, foi mencionado como alguém que já teria sido preso e torturado pelo governo venezuelano e estaria fora do país.
Reações internacionais e a posição do Brasil
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou Nicolás Maduro como o vencedor das eleições, mas a Organização dos Estados Americanos (OEA) não reconheceu o resultado.
Em um relatório divulgado na terça-feira (30), a OEA alegou que o processo eleitoral foi marcado por irregularidades significativas, incluindo a demora na divulgação dos resultados e alegações de distorção dos votos.
A OEA destacou que o CNE, dominado por aliados do governo, proclamou Maduro vencedor sem fornecer dados detalhados para comprovar o resultado, gerando dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral. O relatório também mencionou relatos de “ilegalidades, vícios e más práticas”, com o governo venezuelano sendo acusado de aplicar um esquema repressivo para manipular o resultado eleitoral.
Reação do governo brasileiro
Em resposta à crise, o governo brasileiro se manifestou por meio do Ministério das Relações Exteriores. Em uma nota divulgada na segunda-feira (29), o Brasil elogiou o “caráter pacífico” da eleição, mas afirmou que só tomará uma posição definitiva após a publicação das atas com os dados das mesas de votação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou as preocupações, afirmando que não houve “nada de grave” ou “de assustador” nas eleições. Em conversa com Maduro, o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial da Presidência enviado para acompanhar a votação, reforçou o pedido de cobrança de atas, e o governo só deverá se pronunciar após uma revisão interna.
“Tem uma briga, como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se ata tiver dúvida entre oposição e situação, oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça tomar o processo. Aí vai ter a decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, disse o presidente Lula.
O que você acha que o futuro reserva para a Venezuela? A crise política irá se intensificar ou haverá uma solução pacífica? Deixe sua opinião nos comentários!