Em visita à Índia, JD Vance propõe redefinição de fronteiras para encerrar conflito; Ucrânia rejeita ideia e alerta sobre presença chinesa no front.
Durante uma visita diplomática à Índia, o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, declarou que o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia pode depender de concessões territoriais.
Em entrevista à imprensa após visitar o Taj Mahal, Vance afirmou que “vai ter que haver alguns intercâmbios territoriais” para que se chegue a um pacto de paz. Segundo ele, “é hora de que (as partes) digam ‘sim’ ou de que os Estados Unidos saiam deste processo”.
Proposta explícita da Casa Branca
Segundo o vice-presidente, a Casa Branca teria feito uma “proposta muito explícita” para tentar encerrar o conflito. Vance indicou que as novas fronteiras entre os países seriam provavelmente definidas próximas às atuais linhas de combate. “Acredito que será perto das atuais linhas de frente que as novas linhas deste conflito serão finalmente traçadas”, afirmou.
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A sugestão, no entanto, levanta questionamentos sobre o futuro da Ucrânia. Desde o início da invasão russa em 2022, o governo de Kiev tenta retomar o controle de áreas ocupadas. Além disso, a Ucrânia busca recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Zelensky rejeita proposta sobre a Crimeia
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou publicamente qualquer sugestão de ceder a Crimeia ou outras partes do território.
Na terça-feira, ele declarou que essas propostas não representam a posição oficial de Washington. Segundo ele, aceitar discutir a soberania da Crimeia seria “entrar no formato que a Rússia deseja”.
Zelensky frisou que não está disposto a negociar territórios soberanos e reforçou que a Crimeia segue como parte da Ucrânia. “Crimeia, nossos territórios soberanos, não são objeto de discussão”, afirmou.
Acusações contra a China aumentam tensão
No mesmo dia, Zelensky acusou a China de envolvimento indireto no apoio militar à Rússia. Segundo ele, cidadãos chineses estariam trabalhando em fábricas russas de drones. Ele também sugeriu que Moscou pode ter roubado tecnologia de drones de Pequim.
As declarações foram feitas poucos dias após Zelensky ter alegado pela primeira vez que a China estaria fornecendo armas e pólvora à Rússia. Pequim negou as acusações.
Apesar de não apresentar provas de envio oficial de armamentos, Zelensky disse que o Kremlin pode ter acesso à tecnologia chinesa sem o conhecimento do governo de Pequim. “Acreditamos que a Rússia pode ter roubado essas tecnologias ou feito algum acordo com esses cidadãos fora dos acordos com a liderança chinesa”, declarou.
Presença de chineses no front preocupa Ucrânia
Zelensky também revelou que pelo menos 155 cidadãos chineses estariam lutando ao lado das forças russas. Dois desses combatentes teriam sido capturados pelas tropas ucranianas.
Autoridades da Ucrânia afirmam que a Rússia estaria recrutando cidadãos chineses através das redes sociais, algo que foi negado por Pequim.
Em resposta, o governo ucraniano convocou o embaixador da China em Kiev, Ma Shengkun, para expressar sua preocupação. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia apresentou supostas evidências do envolvimento chinês na produção de equipamentos militares em solo russo.
Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores, Yevhen Perebyinis, a atuação de empresas chinesas e a presença de cidadãos da China na guerra são motivos de “grave preocupação”. Serviços de inteligência ucranianos já teriam encaminhado essas informações às autoridades chinesas.
Com informações de Infobae.