Após anos de isolamento do Sistema Interligado Nacional, Roraima volta a receber energia da Venezuela, com importação inicial de 15 MW e reserva operacional de 30 MW para garantir estabilidade. O fornecimento será operado pela Bolt Energy entre janeiro e abril de 2025.
O estado de Roraima voltou a receber energia elétrica da Venezuela a partir desta sexta-feira (14), marcando uma nova fase no abastecimento energético da região. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) comunicou que a importação comercial foi iniciada por volta das 7h15, trazendo um novo capítulo para o único estado brasileiro que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Embora ainda não haja um decreto oficial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre essa decisão, a operação segue critérios definidos pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Essa retomada, no entanto, levanta questionamentos sobre os benefícios e riscos dessa dependência.
A retomada da importação de energia
Roraima, que já recebeu energia da Venezuela no passado, agora conta novamente com a eletricidade importada do país vizinho. A operação foi liberada após testes de 96 horas realizados entre janeiro e fevereiro, garantindo a viabilidade técnica. Inicialmente, a importação será limitada a 15 megawatts (MW), com uma reserva operacional girante de 30 MW para manter a estabilidade do fornecimento.
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A empresa Bolt Energy será a responsável pela importação durante o período de janeiro a abril de 2025. Enquanto isso, as usinas termelétricas locais continuam operando com gás natural, biomassa e óleo diesel, complementando o abastecimento energético.
Por que Roraima depende da energia da Venezuela?
Diferente dos demais estados brasileiros, Roraima não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), o que significa que sua matriz energética precisa ser gerenciada de forma independente. Essa exclusão ocorre principalmente pela ausência de infraestrutura de transmissão que conecte o estado ao restante do Brasil.
Historicamente, a energia venezuelana já foi a principal fonte de eletricidade para Roraima, vinda da Usina Hidrelétrica de Guri. No entanto, problemas econômicos e políticos na Venezuela interromperam esse fornecimento, forçando o estado a depender majoritariamente de termelétricas. Agora, com a retomada do fornecimento externo, Roraima espera reduzir os custos e garantir maior estabilidade energética.
Impactos e desafios da nova importação
A retomada do fornecimento pode trazer benefícios imediatos, como a redução dos custos de geração elétrica, já que as termelétricas utilizam combustíveis caros e poluentes. Além disso, o aumento na oferta de energia pode melhorar a qualidade do serviço para os consumidores e impulsionar o desenvolvimento econômico do estado.
No entanto, há desafios a serem considerados. A dependência de um país que enfrenta instabilidades econômicas e políticas pode representar riscos no longo prazo. Qualquer problema na Usina de Guri ou decisão do governo venezuelano pode impactar diretamente o fornecimento. Assim, a necessidade de uma solução energética mais estável para Roraima continua em pauta.
Como será o fornecimento ao longo de 2025?
O fornecimento será operado pela Bolt Energy, que seguirá o cronograma estabelecido pelo CMSE. A fase inicial prevê a importação entre janeiro e abril de 2025, permitindo que o sistema se ajuste à nova oferta de eletricidade.
Antes da retomada oficial, testes de 96 horas foram realizados no início do ano, garantindo que a integração fosse feita de maneira segura e sem comprometer a estabilidade da rede elétrica. Caso o abastecimento ocorra de forma eficiente, o modelo poderá ser estendido ou ajustado conforme necessário.
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