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Venezuela recorre à ONU contra envio de navios militares americanos. O governo venezuelano denunciou na ONU que a chegada de navios militares dos Estados Unidos ao Caribe representa uma escalada perigosa e pediu apoio internacional para conter o avanço das tensões.
A Venezuela recorre à ONU contra envio de navios militares americanos após confirmar que embarcações da Marinha dos EUA, incluindo um submarino nuclear, devem chegar à sua costa já na próxima semana. De acordo com o portal do G1, o chanceler Yván Gil afirmou que a movimentação é uma ameaça direta à paz regional e cobrou do secretário-geral António Guterres uma atuação imediata para “restabelecer a sensatez”.
De acordo com Caracas, o deslocamento das forças americanas é parte de uma operação de combate ao narcotráfico no sul do Caribe, mas, para o governo de Nicolás Maduro, trata-se de uma ofensiva com caráter político e estratégico.
Escalada militar no Caribe
Segundo informações do Itamaraty venezuelano, os EUA deslocaram destróieres, aviões espiões e cerca de 4 mil militares para a região, alegando combater cartéis de drogas que exportam cocaína para a América do Norte. Entre os equipamentos está o cruzador USS Lake Erie e o submarino USS Newport News, que geraram preocupação em Caracas pelo risco nuclear.
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A Venezuela classificou o movimento como “grave ameaça à paz e à segurança regional”, solicitando ainda que a Organização para a Proibição das Armas Nucleares na América Latina convoque consultas urgentes para reafirmar a região como “zona de paz”.
Maduro reage e mobiliza milicianos
Em resposta, Nicolás Maduro anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos para reforçar a defesa do território. O presidente venezuelano também acusou os EUA de utilizar o discurso antidrogas como fachada para desestabilizar seu governo, classificado por Washington como ilegítimo.
A tensão aumentou após os EUA oferecerem US$ 50 milhões (cerca de R$ 275 milhões) de recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de liderar o Cartel de los Soles, considerado organização narcoterrorista internacional.
Apoio regional e isolamento diplomático
A ofensiva americana já recebeu respaldo de países como Equador, Paraguai, Guiana e Argentina, que também passaram a classificar o Cartel de los Soles como grupo terrorista. A medida reforça o isolamento diplomático da Venezuela e amplia a pressão sobre o regime de Maduro.
Caracas, por outro lado, aposta em organismos multilaterais como a ONU e a Celac para fortalecer sua narrativa de que os EUA violam a soberania regional. A denúncia apresentada por Yván Gil pede garantias de que armas nucleares não serão usadas no Caribe e que Washington cesse o envio de tropas.
A Venezuela recorre à ONU contra envio de navios militares americanos em um momento de crescente instabilidade no continente. O episódio coloca à prova a capacidade dos organismos multilaterais de mediar crises e reacende o debate sobre a militarização da região.
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