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Venezuela reage à pressão dos EUA com alistamento em massa convocado por Nicolás Maduro após envio de três destróieres e navios anfíbios ao Caribe

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/08/2025 às 13:46
Venezuela reage à pressão dos EUA reforçando retórica de soberania, mas enfrenta dificuldade em manter defesa aérea, submarinos e manutenção de seu arsenal militar.
Venezuela reage à pressão dos EUA reforçando retórica de soberania, mas enfrenta dificuldade em manter defesa aérea, submarinos e manutenção de seu arsenal militar.
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Venezuela reage à pressão dos EUA com alistamento em massa; entenda. Convocação de Nicolás Maduro mobiliza milhares de venezuelanos em meio ao envio de navios de guerra norte-americanos ao Caribe

A decisão da Venezuela de adotar um alistamento em massa mostra o grau de tensão que o país enfrenta diante da pressão crescente dos Estados Unidos. De acordo com a CNBC, o presidente Nicolás Maduro convocou a população a se apresentar em quartéis e praças para fortalecer a segurança interna e projetar resistência diante da movimentação militar norte-americana na região.

O anúncio ocorre dias após Washington enviar três destróieres e três navios anfíbios para o Caribe, sob a justificativa de combate ao narcotráfico. Para analistas, o gesto tem caráter político e geopolítico, mais do que operacional, reacendendo velhos atritos entre Caracas e Washington.

O que significa o alistamento em massa na Venezuela?

O chamado de Nicolás Maduro levou centenas de venezuelanos às ruas em busca de integrar a mobilização nacional. Segundo o governo, a meta é reforçar a presença popular em atividades de defesa territorial, vigilância e apoio logístico.

Especialistas ressaltam, no entanto, que números elevados não equivalem a capacidade militar efetiva. Embora Caracas fale em até 4,5 milhões de reservistas e voluntários, a estrutura bélica do país continua defasada, com equipamentos limitados e pouca disponibilidade operacional frente a forças de alta tecnologia como as dos EUA.

Relações históricas de atrito entre EUA e Venezuela

Não é a primeira vez que a tensão escala. Desde 2002, com a tentativa de golpe que afastou Hugo Chávez por 48 horas, os EUA foram acusados de apoiar intervenções políticas na Venezuela. Em 2019, Juan Guaidó também tentou articular a saída de Maduro, novamente em um cenário de acusações de influência norte-americana.

Agora, a diferença é que o embate ocorre em um cenário global mais fragmentado, onde a disputa por petróleo, minerais estratégicos e influência regional torna a América do Sul palco de pressões internacionais.

O peso geopolítico da mobilização venezuelana

De acordo com analistas ouvidos pela CNBC, a estratégia de Maduro é dissuadir Washington pelo custo político de qualquer intervenção. Mais do que enfrentar diretamente as forças armadas norte-americanas, a Venezuela busca multiplicar pontos de resistência e inflar a retórica soberanista.

Enquanto isso, países vizinhos como Colômbia e Guiana sofrem pressões para se alinhar a Washington, enquanto Bolívia e Cuba reforçam apoio a Caracas, repetindo a polarização histórica da região.

A questão militar: capacidade real versus discurso

Apesar do discurso de força, a Venezuela ocupa posições medianas em rankings militares globais e enfrenta limitações em defesa aérea, submarinos e manutenção de equipamentos. Comparativamente, os Estados Unidos contam com mais de 1 milhão de soldados ativos, enquanto Caracas dispõe de cerca de 330 mil militares somados a forças regulares e de reserva.

Na prática, a mobilização de civis sem treinamento militar tem mais valor simbólico do que operacional, funcionando como um recado de resistência nacional e um reforço à imagem de Maduro perante sua base política.

Impactos para a região e riscos de escalada

O envio de navios norte-americanos para o Caribe não representa, no momento, uma ofensiva direta, mas sim uma pressão estratégica sobre Caracas. O objetivo seria conter o governo chavista e ampliar a vigilância sobre o fluxo de drogas e petróleo.

Ainda assim, a tensão gera instabilidade em toda a América do Sul. O risco de conflito direto é baixo, mas a escalada de manobras militares e retórica agressiva pode impactar relações diplomáticas e econômicas, inclusive com o Brasil, que historicamente já alternou entre aproximações e distanciamentos em relação à Venezuela.

A decisão de apostar em um alistamento em massa é uma forma de reforçar a retórica de soberania e projetar resistência frente ao poderio norte-americano. Porém, a capacidade real de enfrentamento da Venezuela segue limitada.

E você, acredita que o alistamento em massa fortalece a posição da Venezuela ou apenas expõe ainda mais sua vulnerabilidade diante dos EUA? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.

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Luiz Claudio Santos Estrella
Luiz Claudio Santos Estrella
25/08/2025 14:43

Não acredito que as forças leais ao Nicolas Maduro, sequer tenham a menor possibilidade de encarar um ato de defesa, já que o país está totalmente sucateado, inclusive as forças armadas. Está retórica de chamamento a população para defender o país, e totalmente nula, já que o cidadão venezuelano está sem a mínima condição de sequer aguentar um treinamento, estão mal alimentados, sem meios de inclusive se movimentar, pois nem gasolina existe para a venda em Boa parte do país.
Quase 30 0/0 da população foi para o exterior, e o dinheiro que circula na Venezuela, são as remessas para manutenção das famílias, feitas por Venezuelanos que migraram para outros países, inclusive o Brasil.

Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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