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VENEZUELA: como o país com umas das maiores reservas de petróleo do mundo beira o colapso. O que realmente está acontecendo lá?

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 06/08/2024 às 09:00
Venezuela, economia, Maduro
Foto: Reprodução UOL Notícias

Após a controversa reeleição de Nicolás Maduro, Venezuela enfrenta protestos violentos e um ambiente de desconfiança global e tem sua economia ameaçada

No último domingo de julho (28), a Venezuela foi sacudida por uma onda de tensão e incerteza após a reeleição de Nicolás Maduro como presidente. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro obteve 51,2% dos votos, superando Edmundo González, que ficou com 42,2%. No entanto, a oposição rapidamente acusou o governo de fraude, desencadeando uma série de protestos violentos que resultaram em várias mortes em todo o país, de acordo com o vídeo do canal Conhecimento Global.

A oposição, liderada por María Corina Machado, alegou diversas irregularidades durante o processo eleitoral. A falta de transparência, especialmente a não divulgação das atas eleitorais, alimentou a controvérsia. Protestos em áreas como Petare, em Caracas, foram marcados por panelaços e grandes passeatas. A reação do governo foi severa, com a polícia reprimindo os manifestantes e reforçando a segurança nas ruas.

Foto: CNN Brasil

Como Maduro chegou no poder? 

Hugo Chávez, eleito presidente da Venezuela em 1999, implantou o que chamou de “socialismo do século XXI”. Sob seu comando, o país viu uma grande expansão dos programas sociais e um controle crescente sobre as instituições. No entanto, a morte de Chávez em 2013 deixou o cargo para seu sucessor designado, Nicolás Maduro. Inicialmente, Maduro conseguiu se manter no poder, apesar de uma vitória eleitoral estreita e uma queda acentuada nos preços do petróleo, recurso vital para a economia venezuelana.

Com a queda dos preços do petróleo, a Venezuela mergulhou em uma crise na economia sem precedentes. A inflação disparou e a escassez de produtos básicos tornou-se comum. As imagens de filas intermináveis e supermercados vazios tornaram-se símbolos da crise. A resposta de Maduro foi reprimir violentamente os protestos e perseguir a oposição, resultando em mais de 270 mortes e uma intensificação da crise humanitária.

Contestação da eleição pela comunidade internacional

A crise venezuelana não passou despercebida fora do país. Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai pediram uma revisão completa e transparente dos votos. Em resposta, a Venezuela expulsou os diplomatas desses países. Colômbia e México mantiveram uma postura neutra, embora tenham solicitado a publicação das atas eleitorais. O Brasil assumiu a custódia das embaixadas argentina e peruana em Caracas, uma ação elogiada pelo presidente argentino, Javier Milei.

Internamente, a oposição afirma ter encontrado evidências de fraude nas atas eleitorais que dariam a vitória a González. Contudo, o Carter Center, um grupo de observadores internacionais, declarou que a eleição não pode ser considerada totalmente democrática. Nos EUA, o governo de Joe Biden está considerando a ampliação das sanções financeiras contra a Venezuela, o que poderia agravar ainda mais a crise econômica do país, já fragilizada pela queda na produção de petróleo.

O papel dos aliados e o futuro da economia da Venezuela

A produção de petróleo da Venezuela caiu para menos de 1 milhão de barris por dia desde a imposição de embargos em 2017, o que é um péssimo indicativo para a economia do local. No entanto, aliados como China, Rússia e Irã continuam a apoiar Maduro. A China, por exemplo, foi uma das primeiras a reconhecer a vitória de Maduro e manterá suas importações de petróleo venezuelano. As negociações com Rússia e Irã também seguem ativas.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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