Venda de etanol por usineiros diretamente aos postos de combustíveis pode se tornar a ´solução` para conter e frear o aumento do preço da gasolina
A Medida Provisória 1063/21, aprovada em agosto pelo Governo, sofreu audiência pública da Comissão de Minas e Energia, ontem (21/09), que contou com o apoio dos deputados. A MP 1063/21, autorizaos as usinas de etanol venderem o combustível diretamente para os postos, sem passar pelas distribuidoras, como era anteriormente.
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Editada em agosto, a medida provisória também permite que os postos “bandeirados” (ligados a uma distribuidora) possam vender produtos de outros fornecedores, desde que devidamente informado ao consumidor. Atualmente, a tributação do etanol é feita em duas etapas: parte na produção, outra na distribuição.
A MP 1063/21 recebeu 73 emendas e aguarda análise da Câmara dos Deputados e do Senado.
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Venda direta vai diminuir o valor e manterá qualidade do biocombustível gerando benefícios para o consumidor
Para o diretor executivo da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (Abrilivre), Rodrigo Zingales, a medida provisória vai contribuir para a redução do preço dos combustíveis no Brasil.
“Com maior liberdade e competitividade, o preço de compra e venda tenderá a baixar”, disse. Zingales afirmou ainda que as três grandes distribuidoras – Vibra (novo nome da BR Distribuidora), Ipiranga e Shell – não aprovam as mudanças, pois seu poder de impor preço será limitado.
Além disso, Feplana projeta queda no preço e diz que não haverá perda na qualidade. Segundo Alexande Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) , o preço do biocombustível deve ser mais baixo especialmente nas usinas que estão nos grandes centros
De acordo com Lima, “A expectativa é que venha baixar o preço do etanol, principalmente nas unidades industriais que estão próximas aos grandes centros consumidores”. Ele afirma ainda que garante a qualidade do biocombustível que vai sair da usina direto para os postos.
“O setor é bem fiscalizado pela ANP. Não há chance de perder qualidade nas bombas dos postos, pois haverá a informação da usina que disponibilizou o produto e isso vai garantir a qualidade. O setor é muito responsável quando se trata da procedência do produto”, pontua.
O presidente da Feplana participou da cerimônia de assinatura da MP da venda direta de etanol. Ele diz que não teve acesso ao conteúdo da medida, mas acredita que ela está de acordo com o que o setor produtivo espera.
“Não haverá perda de PIS/Confins e nem na arrecadação de impostos federais. É importante lembrar que o produtor não será obrigado a efetuar a venda direta, e as distribuidoras seguirão operando normalmente. No entanto, vejo uma margem melhor para quem faz a venda direta, pois quando você tira um ente dessa cadeia, acaba reduzindo o custo”, finaliza.
Venda direta das usinas vai estimular competitividade com a gasolina
Ainda não é possível saber exatamente o quanto a venda direta de etanol geraria de impacto no preço do biocombustível no Brasil, já que há muita dependência da logística industrial em cada estado. Porém, um estudo da Esalq-Log, em 2019, mostrou que o custo médio do transporte de etanol no estado de São Paulo cairia cerca de 30% com a venda direta.
Há estimativas também de que a concentração das margens de produção e distribuição no produtor e aumento da concorrência entre usineiros e distribuidoras na oferta do combustível no mercado possa reduzir em até 20 centavos por litro os preços do etanol hidratado para o consumidor final.
“O grande ganho é a valorização do combustível renovável. Ele vai ter mais competitividade frente ao combustível fóssil, a gasolina, e vai ser mais apetitoso para que o consumidor abasteça”, pontua Sévero.
Etanol brasileiro atraiu a atenção da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna
Etanol brasileiro é alternativa mais barata e viável em comparação ao carro elétrico e ganha destaque internacional e da multinacional Volkswagen para redução de emissão de gases de efeito estufa. Seguindo os passos da japonesa Toyota, a Volkswagen afirma que adotará o etanol como o melhor caminho para a eletrificação do mercado de veículos nacional e considera produzir veículos com motor híbrido flex.
O interesse pelo nosso combustível atraiu a atenção, por exemplo, da Volkswagen, que aspira transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento de carros com motor de combustão interna. A montadora acredita que o carro elétrico, no Brasil, não teria a mesma adesão e consumo como na Europa. Porque, além de caro, produzimos etanol, considerado um biocombustível que pode atender muito bem ao objetivo de diminuir a emissão de poluentes e CO2”, comenta Romio.
Segundo cálculos da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), considerando o ciclo completo, que inclui plantio e colheita da cana, processamento, transporte e distribuição, além do uso nos carros, um veículo alimentado exclusivamente com a gasolina brasileira (com 27% de álcool anidro) emite 131 g de CO2 por quilômetro, ante apenas 37 g de CO2/km, se abastecido integralmente com o etanol de cana, valor menor que o de um modelo a bateria na Europa, que, alimentado pela matriz energética atual da região, emite 54 g de CO2/km.