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Transformando ar em pedra: A magnífica usina que captura CO₂ e transforma em pedra: conheça essa obra-prima da engenharia, capaz de capturar 36.000 toneladas de dióxido de carbono do ar e armazenar no solo!

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 03/06/2024 às 23:15
aquecimento global - captura de co2 - captura - dióxido de carbono
foto/reprodução: poder360

Veja tudo sobre as usinas de captura de CO2 Orca e Mammoth e o mega projeto de sustentabilidade da Islândia!

Localizada na Islândia, a inovadora usina Orca é a primeira do mundo a operar em escala industrial para capturar dióxido de carbono diretamente da atmosfera e armazená-lo de forma segura no subsolo. Esta medida é uma aposta ousada na luta contra o aquecimento global, de acordo com poder360.

Para enfrentar o crescente desafio do aquecimento global, a empresa suíça Climeworks desenvolveu uma tecnologia pioneira: a usina Orca, situada em Hellisheiði, Islândia. Operando desde setembro de 2021, essa usina captura dióxido de carbono (CO₂) do ar e o armazena no solo, contribuindo significativamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa. A capacidade atual da Orca é de retirar 4.000 toneladas de CO₂ da atmosfera por ano, o equivalente à emissão de 900 carros movidos a gasolina.

A expansão da captura de CO₂ na Islândia

No dia 8 de maio de 2024, a Climeworks deu um passo ainda maior ao inaugurar uma segunda instalação, chamada Mammoth, perto da capital Reykjavik. Dez vezes maior que a Orca, a Mammoth é capaz de capturar 36.000 toneladas de CO₂ por ano. Com essa expansão, a empresa tem como objetivo eliminar milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera até 2030. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), as emissões globais de CO₂ chegaram a 37,4 gigatoneladas em 2023.

foto/reprodução: oantagonista

Como funciona a captura de CO₂

Pedro Luiz Gomes Martins, pesquisador de geociências da Universidade de Brasília (UnB), explica que existem várias tecnologias para capturar CO₂ da atmosfera. “As principais tecnologias incluem a captura pós-combustão, pré-combustão e captura direta da atmosfera. Na Climeworks, utilizam a captura direta do ar, seguida de armazenamento em formações geológicas adequadas no subsolo, como o basalto na Islândia, onde o CO₂ é armazenado por até 10.000 anos”, detalha Martins. O dióxido de carbono é injetado a alta pressão e temperatura, reagindo com minerais para formar carbonatos estáveis ao longo do tempo.

A Islândia é um local ideal para esse tipo de tecnologia devido à sua atividade vulcânica, que proporciona energia geotérmica limpa e formações de basalto perfeitas para o armazenamento de CO₂. Outra empresa, a CarbFix, é responsável pelo armazenamento do gás no subsolo, garantindo a segurança e monitoramento contínuo para evitar vazamentos.

Potencial global e viabilidade econômica

Além da Islândia, outros países como Noruega, Japão, Estados Unidos, Austrália e Canadá possuem condições geológicas favoráveis para a implementação de usinas de captura e armazenamento de carbono (CAC). “Esses países têm formações basálticas e recursos geotérmicos que poderiam suportar projetos similares”, comenta Martins. Ele também destaca que a viabilidade econômica do CAC depende de políticas governamentais e incentivos financeiros para reduzir os custos elevados de captura, transporte e armazenamento de CO₂.

Edda Aradóttir, representante da CarbFix, afirmou que a meta é que grandes indústrias emissores de CO₂ contratem os serviços da empresa para depositar suas emissões na Islândia. No entanto, apesar da capacidade técnica comprovada, ainda existem desafios a serem superados, como a redução dos custos e a seleção adequada de locais de armazenamento.

Possibilidades para o Brasil

O Brasil, com suas vastas áreas de rochas basálticas, especialmente na região Sul, também apresenta potencial para projetos de captura e armazenamento de carbono. Segundo um estudo publicado na revista Nature, a Bacia do Paraná é um local promissor para a mineralização do CO₂. “Com investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o Brasil pode explorar esse potencial e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas”, conclui Martins. Atualmente, universidades federais brasileiras estão conduzindo pesquisas para promover a mineralização de CO₂ nas rochas basálticas do país.

A iniciativa da Climeworks na Islândia é apenas o começo de uma revolução verde que pode se expandir globalmente, ajudando a combater o aquecimento global de forma eficaz e inovadora.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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