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Vale pode ser a 1ª mineradora a desenvolver CAMINHÕES GIGANTES fora de estrada que usam etanol e diesel!

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 22/07/2024 às 18:07
Vale e Komatsu se unem para inovar no setor de mineração com caminhões movidos a etanol e diesel, visando reduzir emissões de CO2.
Foto: Canva

Vale e Komatsu se unem para inovar no setor de mineração com caminhões movidos a etanol e diesel, visando reduzir emissões de CO2.

A Vale, em colaboração com a Komatsu e a Cummins, lançou um novo projeto inovador que promete transformar a forma como caminhões fora de estrada são movidos. O acordo visa o desenvolvimento e a implementação de caminhões movidos a uma mistura de etanol e diesel, com o objetivo de reduzir significativamente as emissões de carbono. Este projeto, denominado Programa Dual Fuel, está previsto para durar dois anos e representa um passo importante para a Vale em sua jornada rumo a um futuro mais sustentável.

Objetivo do projeto da Vale

O principal objetivo do Programa Dual Fuel é desenvolver e testar motores que combinem etanol e diesel, com a meta de substituir gradualmente o diesel em suas operações.

Segundo a diretora de energia e descarbonização da Vale, Ludmila Nascimento, a empresa está determinada a enfrentar o desafio de reduzir as emissões de CO2, especialmente em suas operações de mineração e ferrovias.

A Vale visa tornar-se a primeira mineradora global a operar caminhões fora de estrada movidos a etanol.

Durante os próximos dois anos, os novos caminhões serão submetidos a testes rigorosos para garantir seu desempenho e eficiência.

Os motores serão fabricados pela Cummins e funcionarão com até 70% de etanol na mistura, o que pode reduzir as emissões diretas de CO2 em até 70% comparado aos caminhões que utilizam apenas diesel.

Os caminhões serão equipados com dois tanques: um para etanol e outro para diesel, permitindo a mistura dos combustíveis durante a operação.

Consumo atual e redução das emissões

Atualmente, a Vale consome cerca de 1 bilhão de litros de diesel anualmente, divididos igualmente entre suas operações de mineração e ferrovias.

A substituição parcial do diesel por etanol poderá resultar em uma significativa redução das emissões de CO2, impactando diretamente a pegada de carbono da empresa.

Nascimento destacou que as emissões de diesel nas operações de mineração representam 15% das emissões diretas de CO2 da Vale.

Um aspecto notável do projeto é que ele permitirá a adaptação dos caminhões já existentes, sem a necessidade de adquirir novos veículos.

Segundo o vice-presidente da divisão de equipamentos de mineração da Komatsu, Ricardo Alexandre Santos, a tecnologia de retrofit permitirá ajustar os motores atuais para operar com a nova mistura de combustíveis.

Isso não apenas contribui para a eficiência do processo de descarbonização, mas também demonstra uma abordagem sustentável ao aproveitar a frota existente.

Aspectos técnicos e manutenção

José Baltazar, diretor de engenharia de mina e usina da Vale, explicou que a conversão dos caminhões para o novo sistema poderá ser realizada durante as paradas programadas de manutenção, que ocorrem aproximadamente três vezes ao longo da vida útil do veículo.

Cada caminhão tem uma vida útil estimada de cerca de 100 mil horas trabalhadas, ou 20 anos.

Investimentos da Vale e metas de descarbonização

Embora a Vale não tenha revelado o valor específico do investimento para este projeto, ele se insere dentro dos aportes já anunciados de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões com o objetivo de reduzir em 33% suas emissões diretas e indiretas até o ano de 2030.

A empresa também estabeleceu a meta de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050, alinhando-se com suas ambições de longo prazo para a sustentabilidade.

O acordo entre a Vale e a Komatsu marca um avanço significativo na indústria de mineração, demonstrando um compromisso com a inovação e a sustentabilidade.

Com o Programa Dual Fuel, a Vale não apenas lidera o caminho na redução das emissões de CO2, mas também redefine a forma como caminhões fora de estrada podem operar de maneira mais ecológica.

O sucesso deste projeto poderá servir como modelo para outras indústrias e empresas em todo o mundo, promovendo uma transição mais ampla para práticas de transporte mais limpas e sustentáveis.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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