A Mineradora Vale fechou uma parceria com a Wabtec para o uso de locomotivas elétricas. Com isso, a Vale terá a primeira ferrovia híbrida do país já em 2026.
A Vale e a Wabtec Corporation anunciaram na última semana a compra de três locomotivas elétricas, que utilizam bateria FLXdrive. Também foi anunciada uma parceria para estudos de um motor a amônia como combustível alternativo ao diesel. A expectativa é avançar na descarbonização das atividades ferroviárias da Mineradora Vale, construindo assim uma ferrovia híbrida.
Locomotivas elétricas serão responsáveis por transportar 45 mil toneladas de minério
As três locomotivas da ferrovia híbrida serão utilizadas na Estrada de Ferro Carajás (EFC), na qual circula o maior trem de transporte de minério de ferro do mundo, segundo a Vale, com 330 vagões que transportam 45 mil toneladas do produto.
A composição é puxada por três ou quatro locomotivas movidas a diesel. O plano da Mineradora Vale é acoplar as três locomotivas elétricas ao atual trem para puxar a composição ao longo da EFC e, principalmente, em um trecho de aclive de aproximadamente 140 km, em Açailândia (MA), onde o consumo de combustível é maior.
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Desta forma, será formada a primeira composição de ferrovia híbrida do Brasil, segundo a Mineradora Vale. Atualmente, existem dois equipamentos a diesel, chamados de helper dinâmicos, que são instalados no trem para auxiliar a vencer a longa rampa da estrada de ferro. Estes serão substituídos pelas locomotivas elétricas.
A Wabtec produzirá os novos veículos movidos a bateria em sua unidade em Contagem (MG) e a estimativa de entrega é de 2026. As baterias das locomotivas utilizam tecnologia e um sistema de Energy Management que permitirão recarregá-las a partir da frenagem do trem.
Nos trechos em que há descida, será possível recarregar os componentes sem necessidade de parar a operação do trem, em um processo chamado de energia regenerativa produzida por frenagem dinâmica.
Cerca de 63 mil toneladas de carbono deixarão de ser emitidas com a chegada da ferrovia híbrida
Com a nova tecnologia instalada nas locomotivas elétricas, a estimativa é que haja uma economia de 25 milhões de litros de diesel por ano, levando em conta o consumo de todas as composições da ferrovia que utilizam o helper dinâmico.
Cerca de 63 mil toneladas de CO2 deixarão de ser emitidos, o equivalente ao consumo de aproximadamente 14 mil carros de passeio de mil cilindradas por ano. Além disso, a Mineradora Vale e a Wabtec estão avaliando o desenvolvimento de um motor de amônia, que não emite CO2. A princípio, os estudos estão sendo realizados para validar o desempenho, a redução de emissões e a viabilidade.
A Amônia tem a vantagem de oferecer mais autonomia maior que outros combustíveis que também não emitem gases de efeito estufa. Além disso, o combustível apresenta uma classificação de alta octanagem e uma infraestrutura de distribuição em larga escala já estabelecida.
Os estudos se ampliaram pelos próximos dois anos. Segundo a diretora de Energia da Vale, Ludmila Nascimento, a empresa está substituindo as locomotivas a diesel do helper dinâmico por elétricas, mas a ideia é que, futuramente, as outras locomotivas do trem possam ser abastecidas por amônia.
VLI também desenvolve tecnologia para reduzir emissões no setor ferroviário
A VLI Logística, empresa focada no desenvolvimento de soluções logísticas, que compõe ferrovias, terminais e portos, está avançando com sua estratégia de desenvolvimento de tecnologias inovadoras que geram atividades mais sustentáveis e eficientes.
A empresa registrou ao longo de 2021, uma economia de mais de 1,2 milhão de litros de combustível devido ao uso de sua ferramenta, chamada de Fuelytics, que oferece uma redução no consumo de combustível a partir da priorização de ações operacionais indicadas por modelagem matemática.