1. Início
  2. / Economia
  3. / Vai começar a construção da maior ponte suspensa da história, com vão único de 3,3 km e torres de 400 metros
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Vai começar a construção da maior ponte suspensa da história, com vão único de 3,3 km e torres de 400 metros

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/08/2025 às 18:23
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Estrutura monumental ligará Sicília e Calábria com vão de 3,3 quilômetros, torres de quase 400 metros e capacidade para suportar terremotos e ventos extremos, tornando-se um marco histórico e estratégico para a infraestrutura italiana.

O governo italiano confirmou, em 6 de agosto de 2025, a aprovação final do projeto da ponte suspensa mais longa do planeta, com um vão de 3,3 km entre duas torres de 399–400 metros de altura, unindo a Sicília à Calábria através do Estreito de Messina.

O investimento público estimado chega a €13,5 bilhões, com previsão de início dos trabalhos preparatórios ainda em 2025 e conclusão entre 2032 e 2033.

O projeto revisita uma proposta originada na década de 1960, mas que passou por avanços e suspensões ao longo das décadas, tornando-se um símbolo técnico e político de enormes proporções.

Inovação estrutural e dimensões

O tabuleiro central terá cerca de 3,666 m de extensão total e largura de 60,4 m.

Ele acomodará seis vias rodoviárias — três em cada direção —, duas faixas férreas centrais, além de pistas de serviço e emergência.

A ponte será apoiada por um sistema de cabos de suspensão com diâmetro aproximado de 1,26 m e extensão total de mais de 5 km.

Cada torre terá 399 m de altura, superando em audácia e escala qualquer estrutura anterior.

Itália inicia construção da maior ponte suspensa do mundo, ligando Sicília e Calábria, com 3,3 km de vão e torres de 400 m.
Itália inicia construção da maior ponte suspensa do mundo, ligando Sicília e Calábria, com 3,3 km de vão e torres de 400 m.

Logística, capacidade e conectividade

Prevê-se fluxo de até 6.000 veículos por hora e cerca de 200 trens por dia.

A ponte integrará o Corredor Escandinavo–Mediterrâneo da rede TEN-T (Trans-European Transport Network), conectando a linha Berlim–Palermo a demais rotas europeias.

Engenharia de segurança e resistência

Projetada para resistir a terremotos de magnitude até 7,5 e ventos de até 270 km/h, a construção contará com sistemas inteligentes de monitoramento contínuo.

O local está classificado como de risco sísmico elevado.

A rigidez aerodinâmica do tabuleiro e os testes técnicos sustentam sua viabilidade estrutural.

História e retomadas

A ideia inicial data de antes da unificação italiana.

Foi formalizada nos anos 1970–1990 e passou por licitação em 2003, com o consórcio Eurolink (Webuild, Sacyr, IHI, Condotte, Itinera).

O projeto foi suspenso em 2013 por inviabilidade financeira.

Em 2023, o governo retomou o processo com decreto que permitiu reativação da concessionária e uso do projeto base de 2011, atualizado em 2023 e 2024.

Em julho de 2025, acordos técnicos e financeiros foram firmados com representantes regionais da Sicília, Calábria, governo federal e operadoras (ANAS, RFI, Stretto di Messina S.p.A.).

Itália inicia construção da maior ponte suspensa do mundo, ligando Sicília e Calábria, com 3,3 km de vão e torres de 400 m.
Itália inicia construção da maior ponte suspensa do mundo, ligando Sicília e Calábria, com 3,3 km de vão e torres de 400 m.

Recortes políticos e geoestratégicos

A primeira-ministra Giorgia Meloni apresenta a ponte como símbolo da capacidade técnica italiana e como decisiva para o desenvolvimento econômico do sul do país.

O ministro Matteo Salvini destacou o potencial de gerar cerca de 120.000 empregos anuais e acelerar a economia das regiões empobrecidas.

A obra foi classificada como infraestrutura de defesa, alinhada às metas da OTAN de elevar gastos para 5% do PIB.

Desse total, 1,5% pode ser destinado a infraestrutura dual-use, dada a presença de bases na Sicília.

Oposição e controvérsia

Críticos questionam a classificação como gasto de defesa, sugerindo que investimentos alternativos, como portos e aeroportos, seriam mais urgentes.

Organizações ambientais alertam sobre o impacto nas rotas migratórias de aves e sobre a fragilidade do ecossistema local.

Grupos cívicos também expressam preocupação com a possível influência da máfia em contratos públicos e com o histórico de superaquecimento de custos em obras monumentais italianas.

Estão em curso ações judiciais questionando a transparência, aplicabilidade técnica e licitação por fases.

Você acredita que a construção da ponte sobre o Estreito de Messina será realmente um motor transformador para o sul da Itália — ou seguirá o padrão de projetos ambiciosos que ficaram apenas no papel?

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x