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Usiminas apresenta queda nas vendas e anuncia redução das exportações para focar no mercado interno na produção de aço

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 29/04/2022 às 17:11
A companhia pretende realizar fortes investimentos ao longo dos próximos 3 anos no mercado da siderurgia em Minas Gerais. Com as obras na região do Vale do Aço, a Usiminas espera gerar mais de 8 mil empregos no estado.
Foto: Usiminas/Divulgação

As vendas de aço tiveram uma forte queda em razão dos conflitos internacionais e, agora, a Usiminas anunciou um plano de produção com foco nas vendas para o mercado interno ao longo desse trimestre, como forma de se recuperar do problema

Após um primeiro trimestre um tanto abaixo do esperado para as vendas do aço, a Usiminas anunciou recentemente, que irá focar a sua produção ao longo desse próximo trimestre para o mercado interno. Até essa sexta-feira, (29/04), a empresa pretende diminuir o volume de exportações para outros países e acredita que essa possa ser a melhor forma de reverter a situação das vendas atuais.

Queda nas vendas de aço da Usiminas faz com que empresa mude foco da produção da liga para investir no mercado interno com redução no volume de exportações 

Os conflitos internacionais que aconteceram ao longo do primeiro trimestre do ano de 2022, principalmente em relação à guerra entre Ucrânia e Rússia, acabou afetando o mercado internacional em diversos pontos, incluindo nas exportações de aço. Assim, a companhia Usiminas não vê atualmente um mercado tão focado na aquisição da liga e pretende mudar a sua estratégia atual para focar no território nacional para as vendas do produto. 

A companhia anunciou que obteve uma redução no volume de vendas do aço para outros países e que, ao longo desse segundo trimestre, ainda deverá continuar com a queda, mas o foco no mercado interno poderá reverter a situação ao longo dos próximos meses. Assim, a empresa divulgou a previsão de vendas de 950 mil a 1,05 milhão de toneladas de aço no segundo trimestre, uma queda de cerca de 16% sobre os três primeiros meses do ano, que já haviam contado com uma forte queda em relação ao último trimestre do ano de 2021.

Dessa forma, o vice-presidente comercial da siderúrgica, Miguel Home, comentou sobre o momento e afirmou que “A volatilidade do mercado de placa fará a gente reduzir exportação (no segundo trimestre). A redução de ‘guidance’ está focada em redução de nossas exportações. Até o momento, não tem surgido nada no horizonte que ponha em dúvida a viabilidade deste modelo de negócio. O mundo ainda tem sobrecapacidade muito grande de aço. Isso não faz a conta fechar, por isso estamos aguardando a recuperação da produção das coquerias. Não temos previsão clara neste momento”.

Exportações de aço da companhia terão redução no volume e produção nos alto-fornos da empresa serão alteradas para focar nas vendas no mercado interno

Após as projeções nada positivas para a empresa nesse trimestre e os resultados do último período, a Usiminas agora muda a sua estratégia de vendas e irá diminuir o fluxo de exportações, uma vez que não há demanda de aço no mercado internacional. Além disso, sua produção também sofrerá com alterações e a empresa  deve manter parado o alto-forno 2 da usina em Ipatinga (Vale do Aço) ao menos até junho, devido aos atrasos nas obras da estrutura. 

Dessa forma, a Usiminas seguirá operando com altos-fornos 1 e 3 em Ipatinga, e o alto-forno 3, o maior da empresa, mantém previsão de parada por 110 dias a partir de abril do próximo ano. Essa é uma estratégia que visa a retomada da produção usual a longo prazo, como forma de garantir uma estabilidade maior no mercado de aço para que a companhia consiga retomar as exportações de maneira mais controlada e segura financeiramente.

Assim, o foco no mercado interno para o abastecimento dos setores da construção civil, mineração e siderurgia é a melhor alternativa para que a Usiminas controle a queda nas vendas e possa se manter resiliente em meio ao momento conflituoso do mercado internacional.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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