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Usando o Google Earth, homem descobre marca de Tornado Não Detectado

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/12/2024 às 10:28
Google Earth
Foto: Reprodução

Ao observar uma forma incomum no Google Earth, um homem identificou o rastro de um tornado que passou despercebido por autoridades meteorológicas, revelando a força do fenômeno.

Em novembro de 2022, um tornado atravessou silenciosamente a árida Planície de Nullarbor, no sul da Austrália, deixando uma cicatriz de 11 quilômetros no solo. Apesar de seu poder destrutivo, o evento passou despercebido até que imagens do Google Earth revelaram o enigma.

Os tornados, conhecidos por sua força devastadora, estão geralmente associados a áreas povoadas, onde seu impacto é evidente e imediato.

No entanto, quando ocorrem em terras desabitadas, suas marcas podem passar despercebidas. Foi exatamente o que aconteceu na remota Planície de Nullarbor, uma vasta região seca e sem árvores que abrange os estados da Austrália do Sul e Ocidental.

A descoberta começou inusitadamente. Um entusiasta estava analisando imagens de satélite no Google Earth em busca de cavernas, mas se deparou com algo inesperado: uma longa marca sinuosa na paisagem.

A linha, que corria de leste a oeste, formava um “V” profundo em um trecho, lembrando-se ao desenho de uma gaivota feita por uma criança. Intrigado, ele encontrou a descoberta, que rapidamente chegou aos pesquisadores da Curtin University, em Perth.

Um homem avistou a cicatriz enquanto olhava para as imagens de satélite do Google Earth no início deste ano. 
Captura de tela, Google Earth

Tecnologia revela o poder oculto da natureza

A partir de imagens e dados meteorológicos históricos, uma equipe de pesquisa liderada por Matej Lipar determinou que a marca era o resultado de um tornado poderoso. As ocorrências ocorreram entre 16 e 18 de novembro de 2022, durante a passagem de um sistema de baixa pressão e uma frente fria, condições propícias para tempestades severas.

Além das imagens de satélite, os cientistas visitaram o local. A cicatriz permanece visível mesmo após 18 meses, com uma largura entre 160 e 250 metros. Detalhes intrigantes, como marcas cicloidais – pequenos loops escuros formados pelos vórtices de sucção do tornado – reforçandoam a conclusão.

Com base nas observações, a equipe estimou que o tornado atingiu velocidades superiores a 200 km/he foi classificado entre F2 e F3 na Escala Fujita, um nível de intensidade significativo. O fato, que teria duração de 7 a 13 minutos, percorreu a paisagem árida girando no sentido horário.

Pesquisadores estudaram as “marcas cicloidais” em loop na cicatriz para determinar a gravidade, direção e velocidade do vento do tornado. 
Matej Lipar, 
Journal of Southern Hemisphere Earth Systems Science , 2024

Debate científico e desafios de estimativa

Embora os dados sejam impressionantes, nem todos os especialistas concordam com a precisão das estimativas. John Allen, meteorologista da Central Michigan University, destacou que tornados dessa intensidade são raros na Austrália e geralmente associados a tempestades de longa duração. Apesar disso, ele ressalta que as marcas cicloidais indicam a passagem de um tornado.

A ausência de testemunhas e danos materiais torna as características particularmente difíceis de estudar. Ainda assim, a descoberta ressalta a utilidade crescente de tecnologias como imagens de satélite para identificar e entender eventos climáticos extremos, especialmente em regiões remotas.

Natureza imprevisível e lição para o futuro

Além do valor científico, o estudo é um lembrete da força imprevisível da natureza. “O clima extremo pode ocorrer em qualquer lugar, a qualquer hora”, escreveu Lipar em um artigo para o The Conversation . O uso de satélites não apenas permite o rastreamento de específicos isolados, mas também auxilia os meteorologistas a melhorar a previsão e a preparação para eventos severos.

A cicatrização na Planície de Nullarbor, agora reconhecida como uma marca de um tornado, não apenas revela o poder da natureza, mas também a importância da tecnologia para desvendá-lo. Mesmo em meio ao silêncio de uma paisagem desabitada, a Terra registra as histórias que a ciência pode contar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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