Com apenas 54 mil habitantes, Caetité concentra a única mina de urânio em operação no Brasil, produzindo 400 toneladas anuais e projetando expansão para 800 toneladas, além de colocar o país entre os maiores detentores de reservas estratégicas do mundo.
Caetité, na Bahia, abriga a Província Uranífera de Lagoa Real, onde funciona a única mineração de urânio ativa do Brasil. O município concentra as duas primeiras etapas do ciclo do combustível nuclear: lavra e beneficiamento até o concentrado conhecido como yellowcake.
Capacidade produtiva e retomada das operações
A mina de Caetité possui capacidade instalada de aproximadamente 400 toneladas por ano de concentrado de urânio.
Esse volume pode chegar a 800 toneladas anuais com a abertura de novas frentes, como a Mina do Engenho e a futura lavra subterrânea.
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Após a exaustão a céu aberto da Mina Cachoeira, houve paralisação temporária. As operações foram retomadas em 2020, com novos licenciamentos aprovados para expansão.
Projetos futuros: Santa Quitéria (CE)
Além da Bahia, o Brasil estuda o aproveitamento do urânio associado a jazidas fosfatadas em Santa Quitéria, no Ceará.
O projeto, liderado pela INB em parceria com a Galvani, prevê a produção de 2,3 mil toneladas de concentrado por ano, mas ainda está em fase de licenciamento ambiental.
Em 2025, o Ibama analisou o Estudo de Impacto Ambiental e solicitou ajustes antes da emissão da Licença Prévia. Caso implantado, o empreendimento reduzirá a dependência de importações e ampliará a oferta nacional de fertilizantes fosfatados.
Reservas e posição internacional
De acordo com o Red Book 2024 (IAEA/NEA), o Brasil possui 167,8 mil toneladas de urânio em “recursos identificados recuperáveis” até US$ 130/kg U (dados em 1º/01/2023).
Esse volume representa cerca de 3% do total mundial e coloca o país na 9ª posição global, atrás de Austrália, Cazaquistão, Canadá, Namíbia, Rússia, Níger, África do Sul e China. O total mundial chega a 5,93 milhões de toneladas nesse critério.
Potencial de crescimento das reservas
O SGB destaca que o Brasil pode avançar no ranking internacional à medida que a exploração geológica evolua. Apenas em Lagoa Real, na Bahia, os estudos já apontam recursos estimados em mais de 99 mil toneladas.
O Plano Decenal de Geologia (PLANGEO 2026–2035) prevê novos levantamentos específicos sobre urânio, reforçando a importância estratégica do mineral.
Atualmente, Caetité responde por toda a produção de urânio no Brasil, com capacidade de 400 toneladas por ano.
O futuro próximo dependerá da viabilização de Santa Quitéria, que pode multiplicar a produção nacional.
No cenário global, o país figura em 9º lugar em reservas identificadas, mas tem potencial para subir posições à medida que a pesquisa mineral avance.