Taça esculpida com cabeça de cão espartano mostra influência grega em território italiano no século IV a.C. e revela costumes festivos e rituais da época.
Um objeto em forma de taça , datado de cerca de 2.300 anos atrás, chama atenção por sua forma e função.
Trata-se de um ríton de terracota feito para se parecer com a cabeça de um cão laconiano — raça de caça da Grécia Antiga, hoje extinta.
Descoberto no sul da Itália, no que seria o “calcanhar” da bota italiana, esse recipiente evidencia a forte presença da cultura grega na região durante o século IV a.C.
-
Pacote de R$ 4,3 bilhões vai transformar rodovias do litoral com duplicações, marginais e 108 km de ciclovias
-
Segredo de 2.000 anos de exército milenar pode dobrar a vida útil da artilharia chinesa ao aumentar a proteção contra desgaste e falhas estruturais
-
Fim do chuveiro tradicional: modelo da Lorenzetti com 7.500W, ducha dupla e pressurizador embutido transforma o banho no inverno
-
França testa míssil que rastreia e destrói aeronaves furtivas e mísseis de cruzeiro
Conservado atualmente no Getty, em Los Angeles, o objeto mostra sinais de refinada produção artística. Ele é atribuído à oficina do Pintor Dario, um artista ativo na Puglia entre 340 e 320 a.C. O estilo desse artesão era amplamente reconhecido na época.
Detalhes e símbolos na peça
O ríton mede cerca de 20 por 10 centímetros.
Sua superfície é coberta por um esmalte preto, com exceção das narinas e orelhas do cão. Os olhos são destacados com um esmalte diluído.
Na base, há uma figura de sátiro segurando um prato e um cajado. Essa criatura mitológica — metade homem, metade cabra — está cercada por padrões decorativos de folhas e ovos.
O cão retratado tem o focinho como base da taça.
Ele representa a raça laconiana, típica da região de Esparta. Muito apreciado por suas habilidades na caça, esse tipo de cão era frequentemente ilustrado em obras da época, como mosaicos e lápides.
Funções e tradições gregas
Os gregos antigos usavam esse tipo de taça em festas com bebida e também em cerimônias religiosas. Como o recipiente não tem fundo plano, não podia ser apoiado em uma mesa.
A origem dessa forma está ligada aos chifres de beber usados na Eurásia durante a Idade do Bronze.
Com o tempo, os gregos adaptaram o modelo, incorporando figuras como sátiros, símbolos de prazer e embriaguez.
Além de servirem para beber, os rítons também podiam ser usados para despejar líquidos como vinho, óleo ou sangue em rituais, geralmente associados a sacrifícios de animais.
A peça destaca a influência grega no sudeste da Itália, então chamada de Magna Grécia. Essa região foi fortemente marcada por colônias gregas, antes de ser conquistada pelos romanos em 205 a.C. O ríton com cabeça de cão laconiano é um testemunho dessa fusão cultural entre arte, religião e cotidi