Conheça o Chuo Shinkansen, a ambiciosa ferrovia Maglev de próxima geração japonesa. Saiba como funciona, seus objetivos de velocidade, os atrasos no projeto, custos e os impactos esperados.
O Japão está construindo o Chuo Shinkansen, uma linha de ferrovia Maglev supercondutor (SCMaglev) que promete revolucionar as viagens interurbanas. Este projeto representa o ápice de décadas de desenvolvimento japonês em tecnologia Maglev, visando conectar Tóquio, Nagoia e, futuramente, Osaka a velocidades superiores a 500 km/h.
Entenda a profundidade do Chuo Shinkansen, a ferrovia Maglev de próxima geração. Exploraremos sua tecnologia inovadora, o status atual do projeto, os desafios financeiros e de construção, e seus esperados impactos socioeconômicos e ambientais.
Chuo Shinkansen: a revolução Maglev planejada pelo Japão
O Chuo Shinkansen é um projeto emblemático da Central Japan Railway Company (JR Central). Seu objetivo principal é reduzir drasticamente o tempo de viagem entre as maiores cidades do Japão. A operação comercial está projetada para uma velocidade máxima de 505 km/h, com trens da Série L0. Em testes, um protótipo alcançou o recorde mundial de 603 km/h.
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A viagem entre Tóquio (Shinagawa) e Nagoia deve levar apenas 40 minutos. A futura extensão para Osaka (Shin-Osaka) reduzirá o trajeto Tóquio-Osaka para 67 minutos. Além da velocidade, o Chuo Shinkansen servirá como uma rota alternativa vital ao já existente e congestionado Tokaido Shinkansen, especialmente em caso de desastres naturais como terremotos.
Como funciona a SCMaglev: a tecnologia por trás da ferrovia Maglev de próxima geração
O sistema SCMaglev utiliza forças magnéticas para levitação, propulsão e guia do trem. O trem flutua aproximadamente 10 cm acima da via, eliminando o atrito físico entre rodas e trilhos. Isso é alcançado pela interação entre ímãs supercondutores no trem e bobinas na via.
A chave da tecnologia é a supercondutividade. Uma liga de nióbio-titânio, resfriada a -269°C com hélio líquido, apresenta resistência elétrica quase zero. Isso permite a criação de campos magnéticos extremamente poderosos e estáveis. As vantagens sobre trens de alta velocidade convencionais incluem velocidades muito mais altas, menor desgaste e manutenção, e uma viagem mais suave e silenciosa.
Situação atual do Chuo Shinkansen: cronograma, avanços na construção e o cenário financeiro
A construção do Chuo Shinkansen começou oficialmente em 2014. O trecho Tóquio-Nagoia tinha inauguração prevista para 2027. No entanto, o projeto enfrenta atrasos significativos. A abertura agora é projetada para 2034 ou mais tarde. A extensão para Osaka, antes antecipada para 2037, também pode ser afetada.
Os atrasos devem-se principalmente a uma disputa com a Prefeitura de Shizuoka sobre o impacto nos recursos hídricos do Rio Oi. Desafios complexos de construção, como tunelamento extenso (86% da rota Tóquio-Nagoia é subterrânea) e obras em estações urbanas, também contribuem. Os custos do projeto aumentaram de uma estimativa inicial de 5,1 trilhões de ienes para mais de 9 trilhões de ienes (aproximadamente 82 bilhões de dólares). A JR Central planeja cobrir os custos com fluxo de caixa e empréstimos, incluindo um empréstimo governamental de 3 trilhões de ienes.
Liderança tecnológica e a ambição de exportar o SCMaglev
Globalmente, existem poucas linhas Maglev em operação (China, Coreia do Sul e o Linimo de baixa velocidade no Japão). O Maglev de Xangai é o sistema comercial mais rápido (431 km/h), mas a Série L0 japonesa detém o recorde de velocidade em testes (603 km/h).
Sistemas Maglev oferecem vantagens de velocidade e manutenção, mas são mais caros de construir e incompatíveis com ferrovias existentes. O Japão tem forte ambição de exportar sua tecnologia SCMaglev, vendo o Chuo Shinkansen como uma demonstração de sua capacidade. O projeto é parte de uma estratégia de “diplomacia de infraestrutura”, visando vender não apenas trens, mas a expertise japonesa em sistemas ferroviários seguros e eficientes. O sucesso do Chuo Shinkansen é vital para essa meta de liderança tecnológica global.