Nova tecnologia propõe uma quarta cor nos semáforos para integrar veículos inteligentes ao controle urbano
Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA) estão desenvolvendo uma inovação que promete transformar a mobilidade urbana. Desde 2023, o grupo trabalha na ideia de acrescentar uma quarta cor aos semáforos tradicionais — a luz branca, pensada especialmente para carros autônomos. O projeto, que já desperta interesse em países como França e Alemanha, pode mudar radicalmente o modo como os cruzamentos são controlados e como os veículos se comunicam.
Sinalização inteligente e o trânsito sob comando dos carros autônomos
Atualmente, os semáforos operam com três cores conhecidas: vermelho para parar, amarelo para atenção e verde para seguir. Contudo, com o avanço dos veículos autônomos, esse padrão pode se tornar insuficiente. A luz branca, proposta pelos engenheiros norte-americanos, acenderia automaticamente quando um número mínimo de veículos inteligentes se aproximasse de um cruzamento.
Nesse instante, os carros autônomos trocariam informações entre si e com o semáforo, organizando o fluxo de tráfego de forma sincronizada. Assim, os motoristas de veículos comuns seguiriam o ritmo desses carros inteligentes, tornando o trânsito mais fluido e seguro. Conforme explicou o professor Ali Hajbabaie, coordenador do estudo, “essa abordagem permite reduzir atrasos e consumo de combustível, melhorando a eficiência do transporte urbano”.
-
Como o Vale do Silício foi criado: A impressionante jornada que transformou uma missão espanhola no maior polo tecnológico do planeta
-
Apple recorre à Samsung para melhorar inteligência artificial dos modelos básicos do iPhone
-
Austrália transforma 12 milhões de toneladas de cinzas e vidro em telhas ecológicas que reduzem 13% das emissões de CO₂ e resistem ao fogo
-
Nova pesquisa científica revela conexão entre explosões nucleares e OVNIs: fenômenos luminosos aumentaram 45% nos dias de testes atômicos, segundo estudo revisado por pares
Redução de congestionamentos e ganhos ambientais significativos
Os testes realizados em 2024 pela equipe de Hajbabaie demonstraram resultados expressivos. Com apenas 10% de veículos autônomos, já foi possível observar queda de até 3% nos congestionamentos. Segundo a Society of Automotive Engineers (SAE), quando a maioria da frota for autônoma — algo previsto para a década de 2030 — essa redução poderá chegar a 94%.
Além disso, o sistema reduz paradas desnecessárias, o que significa menos consumo de combustível e diminuição nas emissões de CO₂. Dessa maneira, os semáforos com luz branca se alinham às metas globais de neutralidade de carbono até 2050, promovendo mobilidade sustentável e eficiência energética. De acordo com o relatório da International Transport Forum (ITF), essa inovação representa um dos maiores avanços na infraestrutura de transporte urbano desde o século passado.
Testes em andamento e primeiras aplicações práticas
Os testes vêm sendo realizados em zonas industriais e portuárias dos Estados Unidos e da França. Esses locais possuem alto fluxo de veículos autônomos, o que facilita o monitoramento em ambientes controlados. As avaliações têm medido o tempo de resposta dos semáforos, a comunicação entre veículos e a segurança das interações humanas.
Segundo a pesquisadora Sarah Kerman, integrante da equipe americana, “os primeiros resultados indicam uma melhora notável na fluidez do tráfego e uma comunicação mais estável entre veículos e semáforos”. Mesmo assim, ela destaca que a aplicação em larga escala ainda depende do crescimento da frota autônoma e da padronização global dos sistemas de comunicação (V2X).
Desafios técnicos e regulatórios da quarta luz
Apesar do avanço, a implementação da quarta cor enfrenta barreiras técnicas e legais. Conforme o Departamento de Transportes dos Estados Unidos (USDOT), menos de 1% da frota mundial é composta por veículos autônomos plenamente operacionais em 2025. Por isso, a implantação imediata ainda é inviável.
Outro desafio está na padronização internacional dos protocolos de comunicação, garantindo que carros de diferentes fabricantes consigam interagir de forma segura e sincronizada. Diversos países da União Europeia e da Ásia Oriental discutem normas conjuntas para viabilizar essa integração até 2032, dentro do programa Connected Mobility 2030.
O futuro da mobilidade urbana e o papel da luz branca
A luz branca nos semáforos representa um marco importante rumo à integração entre humanos e máquinas nas cidades. Essa proposta reflete o avanço da inteligência artificial, das redes 5G e dos veículos conectados, que já estão moldando o futuro da mobilidade global.
Especialistas destacam que, assim como o semáforo elétrico revolucionou o trânsito no século XX, essa nova cor pode inaugurar uma era de controle autônomo e sustentabilidade. Entretanto, a transição exigirá investimentos em infraestrutura moderna, educação dos motoristas e regulamentações bem definidas.
Se o projeto for aprovado, os cruzamentos do futuro poderão ser orquestrados por algoritmos, enquanto os motoristas apenas seguirão o ritmo dos carros inteligentes.
Será que a sociedade está pronta para confiar o trânsito à inteligência artificial?



Seja o primeiro a reagir!