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Uma ilha artificial de U$12 bilhões em forma de palmeira, construída com 85 milhões de m³ de areia dragada, que adicionou 56 km à costa de Dubai

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 22/10/2025 às 22:16
A ilha artificial em forma de palmeira transformou Dubai com engenharia costeira e um enorme quebra-mar, marco global de inovação urbana e ambiental.
A ilha artificial em forma de palmeira transformou Dubai com engenharia costeira e um enorme quebra-mar, marco global de inovação urbana e ambiental.
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A ilha artificial de $12 bilhões criada em formato de palmeira ampliou a costa de Dubai em 56 km, exigiu 85 milhões de m³ de areia dragada e consolidou um novo mapa urbano com hotéis, residências e um quebra-mar em crescente para proteger toda a estrutura.

A ilha artificial de $12 bilhões, Palm Jumeirah, que redesenhou o Golfo Pérsico foi concebida para criar terra onde antes havia mar, convertendo dragagem, geotecnia e urbanismo em um único megaprojeto. Em apenas cinco anos, entre 2001 e 2006, o empreendimento ergueu tronco, 17 frondes e um anel de proteção em forma de crescente, adicionando 56 km de nova orla a Dubai.

Mais do que um ícone turístico, o complexo se tornou uma vitrine de engenharia costeira. A estratégia foi transformar areia e rocha em infraestrutura urbana resiliente, usando posicionamento guiado por GPS, controle de recalques e um quebra-mar que barra ondas e correntes, reduzindo erosão e garantindo navegabilidade interna.

Por que criar uma ilha e quanto custou

Uma ilha artificial de U$12 bilhões em forma de palmeira, construída com 85 milhões de m³ de areia dragada, que adicionou 56 km à costa de Dubai

O objetivo central foi expandir a oferta de frente-mar para moradia e hotelaria em um território com litoral limitado, viabilizando novos distritos de alto padrão.

O investimento total ficou em $12 bilhões, contemplando recuperação de terras, infraestrutura de base e implantação inicial de residências, hotéis e serviços.

Ao transformar mar em solo urbanizável, o projeto entregou um produto raro: lotes com praia privativa e acesso controlado, encadeando receitas de venda, aluguel e turismo.

A escala do empreendimento só se justifica com densidade econômica correspondente, ancorada por marcas hoteleiras e residenciais de alto valor.

Como a engenharia moldou a palmeira no mar

A construção começou com a dragagem e deposição controlada de 85 milhões de m³ de areia, guiadas por sistemas de posicionamento para reproduzir o desenho da palmeira com precisão.

O traçado consolidou um tronco central e 17 frondes, conectados por pontes e vias internas para circulação de moradores e serviços.

Para conter o mar aberto, foi erguido um quebra-mar em forma de crescente ao redor da palmeira.

Essa barreira reduz a energia de ondas e correntes, protegendo taludes e praias artificiais.

O conjunto foi calibrado para minimizar erosão e assoreamento nas bacias internas, mantendo canais navegáveis e áreas de banho.

Logística, prazos e marcos de execução

O cronograma avançou entre 2001 e 2006, com frentes paralelas de dragagem, contenção e urbanização básica.

A obra demandou frota de dragas, barcaças e guindastes de grande porte, além de monitoramento batimétrico contínuo para conferir volumes, cotas e estabilidade dos aterros.

Concluída a macroinfraestrutura, veio a fase de urbanização, redes e edificações.

Hotéis referenciais e condomínios ocuparam tronco e frondes, enquanto o crescente recebeu resorts com frente dupla para o mar e para a lagoa interna.

A ativação imobiliária foi essencial para fechar a equação financeira do megaprojeto.

Desempenho costeiro e manutenção

A estabilidade de longo prazo depende de gestão morfológica do sistema.

O desenho em crescente funciona como primeira defesa, mas reperfilamentos periódicos de praia e ajustes de taludes são parte do ciclo operacional para manter largura útil de areia e mitigar perdas por tempestades.

Estruturalmente, vias, pontes e redes enterradas foram dimensionadas para assentamentos diferenciais controlados.

A durabilidade das margens e taludes envolve proteção com enrocamentos, filtros geotêxteis e rotinas de inspeção subaquática, formando uma camada invisível de manutenção que sustenta o uso cotidiano.

Impactos ambientais e o debate sobre sustentabilidade

O projeto inaugura uma discussão inevitável: geração de terra versus custo ecológico.

A dragagem altera habitats marinhos, ressuspende sedimentos e modifica padrões de corrente.

Por isso, planos de monitoramento ambiental e medidas de mitigação tornaram-se componentes críticos, do período de obra à operação.

Ao mesmo tempo, cidades costeiras enxutas em solo urbanizável observam a ilha como modelo de expansão premium.

O dilema permanece: a equação econômica e urbana é poderosa, mas a pegada ambiental exige governança permanente, transparência de dados e compromisso com a resiliência costeira.

O que faz a palmeira funcionar como cidade

No uso diário, a palmeira integra acessos viários, marinas, redes de água e esgoto, energia e telecom em um traçado fechado, que equilibra privacidade com fruição pública em áreas designadas.

A lógica é de bairro planejado com curadoria, mesclando residências, hotéis, comércio e lazer em distâncias caminháveis.

A leitura urbana é clara. O tronco concentra serviços e fluxos, as frondes priorizam uso residencial de baixa a média densidade e o crescente abriga a faixa hoteleira de maior exposição.

Essa gradação ajuda a organizar tráfego, vista e ruído, preservando o valor dos ativos imobiliários.

Especificações essenciais

Custo total aproximado de $12 bilhões

Período de construção entre 2001 e 2006

Volume de areia dragada de 85 milhões de m³

Acréscimo de costa de 56 km

Geometria com tronco, 17 frondes e quebra-mar em crescente

A ilha artificial de $12 bilhões em forma de palmeira é uma síntese rara de engenharia costeira, urbanismo e mercado imobiliário.

Criar terra a partir do mar ampliou o litoral de Dubai e redefiniu seu posicionamento global, mas também impôs obrigações ambientais e de manutenção que perduram por décadas.

O legado será medido tanto pela beleza das praias quanto pela capacidade de administrar impactos e manter a resiliência do sistema.

Na sua opinião, projetos dessa escala devem priorizar expansão imobiliária ou metas ambientais mais rígidas mesmo que desacelerem a obra?

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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