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US$ 35 bilhões: a Petrobras vendeu mais de 100 ativos e transformou a empresa em uma máquina de dinheiro focada apenas no pré-sal

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 25/06/2025 às 19:56
Atualizado em 28/06/2025 às 21:28
A "Faxina" de US$ 35 Bilhões: Como a Venda de Mais de 100 Ativos Transformou a Petrobras em uma "Máquina de Dinheiro"
A “Faxina” de US$ 35 Bilhões: Como a Venda de Mais de 100 Ativos Transformou a Petrobras em uma “Máquina de Dinheiro”
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Entre 2015 e 2022, um massivo programa de desinvestimentos remodelou a Petrobras, que saiu de uma crise profunda para se tornar uma das empresas mais lucrativas do mundo, focada no pré-sal.

A trajetória da Petrobras na última década é uma das maiores histórias de reviravolta corporativa do mundo. Em 2015, a empresa estava à beira do colapso, afundada em dívidas e no centro do escândalo de corrupção da Lava Jato. A solução foi uma “faxina” radical: um programa que vendeu mais de 100 ativos e arrecadou dezenas de bilhões de dólares.

Essa estratégia transformou a estatal. A Petrobras abandonou o modelo de empresa de energia integrada para se tornar uma especialista altamente lucrativa na exploração do pré-sal. Hoje, em 2025, a empresa colhe os frutos financeiros dessa decisão, mas enfrenta uma nova pressão política para mudar de rumo mais uma vez.

A crise de 2015 e a origem do programa de desinvestimentos

Em 2014, uma “tempestade perfeita” atingiu a Petrobras. O escândalo da Lava Jato revelou um esquema de corrupção sistêmico, que forçou a empresa a reconhecer uma baixa contábil de US$ 2,5 bilhões em seus ativos. Ao mesmo tempo, a queda no preço do petróleo e uma política de preços de combustíveis deficitária levaram a prejuízos recordes.

O resultado foi um colapso financeiro. Em 2015, a empresa registrou um prejuízo de R$ 34,8 bilhões, o pior de sua história, e sua dívida atingiu a marca de US$ 126 bilhões. Para sobreviver, a Petrobras lançou um ambicioso programa de desinvestimentos, com o objetivo claro de reduzir a dívida e focar nos seus projetos mais rentáveis.

Os ativos vendidos e os bilhões arrecadados

Uma faxina de US$ 35 bilhões: a Petrobras vendeu mais de 100 ativos e transformou a empresa em uma máquina de dinheiro focada apenas no pré-sal

O programa de vendas foi executado com uma escala e velocidade impressionantes. Entre 2015 e 2022, a Petrobras se desfez de mais de 100 ativos em áreas onde não se considerava a “melhor dona”. Isso incluiu campos de petróleo maduros, gasodutos, petroquímicas e refinarias.

Três vendas se destacam como emblemáticas:

BR Distribuidora: a líder do mercado de postos de combustível foi privatizada em etapas, culminando na venda total da participação da Petrobras em 2021 por US$ 2,3 bilhões.

Gasodutos (NTS e TAG): as duas principais malhas de gasodutos do Sudeste e Nordeste foram vendidas para consórcios internacionais, em negócios que somados ultrapassaram os US$ 13 bilhões e abriram o mercado de gás para a concorrência.

Refinaria Landulpho Alves (RLAM): a refinaria na Bahia, com 14% da capacidade de refino do país, foi vendida em 2021 para o fundo Mubadala Capital por US$ 1,8 bilhão.

O foco absoluto no pré-sal: A nova estratégia da Petrobras

A venda de ativos tinha um objetivo claro: concentrar todo o capital e a tecnologia da Petrobras na exploração dos campos do pré-sal. Essa decisão foi baseada em uma realidade econômica irrefutável: os reservatórios do pré-sal são donos de uma produtividade extraordinária.

A produção do pré-sal, liderada pelos campos de Tupi, Búzios e Mero, já representa 80% de toda a produção da empresa. Mais importante, a eficiência da operação é de classe mundial. O custo para extrair um barril de petróleo no pré-sal (lifting cost) despencou para menos de US$ 3, um dos mais baixos do mundo.

Lucros recordes e dividendos massivos

Uma faxina de US$ 35 bilhões: a Petrobras vendeu mais de 100 ativos e transformou a empresa em uma máquina de dinheiro focada apenas no pré-sal

Essa nova estratégia transformou a saúde financeira da Petrobras. A dívida bruta, que era de US$ 126 bilhões em 2015, foi reduzida para US$ 62,6 bilhões no final de 2023. Com as contas em dia e o caixa jorrando com os lucros do pré-sal, a empresa passou de prejuízos para resultados históricos.

Em 2022, a Petrobras registrou um lucro recorde de US$ 36,6 bilhões e se tornou a segunda maior pagadora de dividendos do mundo, distribuindo R$ 215,7 bilhões a seus acionistas, incluindo o Governo Federal. A empresa havia se tornado uma verdadeira “máquina de dinheiro”.

A pressão para voltar a investir e o risco político

Em 2025, a Petrobras vive um novo dilema. A mudança de governo no Brasil trouxe uma nova visão estratégica, que pressiona a empresa a retomar seu papel de indutora do desenvolvimento nacional. A política de focar apenas no lucro e distribuir dividendos massivos passou a ser criticada.

A nova diretriz é que a empresa volte a investir em áreas das quais havia saído, como o refino. A Petrobras já iniciou negociações para recomprar uma parte da Refinaria de Mataripe (antiga RLAM) e retomou projetos de expansão em outras refinarias. Para o mercado, essa mudança gera incerteza. O temor é que a empresa desvie o capital de seus projetos super lucrativos do pré-sal para investir em áreas de menor retorno, mas de interesse político, o que impõe um “risco” à sua avaliação.

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Rogério
Rogério
01/07/2025 22:31

Como que uma estatal não dá lucro para quem vende mais dá para quem compra, só quero ver quando não tiver mais estatais pra vender como a direita vai fazer para que o país não feche com defet no final de cada ano.

Antiesker Dophata
Antiesker Dophata
Em resposta a  Rogério
02/07/2025 06:48

Sabe, esquerdhopat@, vc e sua gente são os cânceres deste país. Vai defender estatal na Put@ ke te p@riu.

Edi
Edi
Em resposta a  Rogério
03/07/2025 06:49

A própria reportagem já informa que tudo começou na crise da petrobras lá por 2015 e a roubalheira facitada por cabide de emprego político foi um dos fatores e em pouco tempo a dívida caiu mais da metade . Hoje julho de 2025 a Petrobrás volta a diminuir o seu lucro assim como correios . Porque será?

Infante
Infante
01/07/2025 17:06

O país continua dependente da importação de derivados, em dólares, do mercado internacional. Inclue-de gás natural, nitrogenados. Qual é o objetivo da Petrobrás estatal?

Juarez
Juarez
30/06/2025 20:56

Tem que esclarecer que. vaza a jato foi uma operação do Departamento de Estado americano para depor a Presidenta e privatizar o petróleo, além de destruir a construção civil.

Junior Drik
Junior Drik
Em resposta a  Juarez
01/07/2025 02:19

De onde você tirou isso? A PeTralhada imunda destruiu o Brasil incluindo a Petrobrás. Os acionistas americanos foram roubados e processaram o governo para reaver seus investimentos que o governo do PT havia roubado. A esquerdalha não cansa de mentir e jogar a culpa nos outros pelos seus próprios crimes.
Vcs adoram passar vergonha.

Maria Jose Duarte
Maria Jose Duarte
Em resposta a  Junior Drik
02/07/2025 22:57

A FARSA JATO ….desconstruiu o Brasil , para depois haver o Entreguismo desenfreado do patrimônio brasileiro !
Pergunta lá nos EUA, se eles entregam / privatizam empresas de petróleo ?????Eles só compram a preço irrisório ou tomam depois de guerras

Maria Jose Duarte
Maria Jose Duarte
Em resposta a  Juarez
02/07/2025 22:52

Farsa Jato..
A Petrobras foi entregue e os acionistas sanguessugas….
Entreguismo desenfreado !

Edi
Edi
Em resposta a  Juarez
03/07/2025 07:10

Em todo o tempo em que o partido da esquerda esteve à frente da direção do Brasil só nos trouxeram infortúnio e no período de 2016 a 2022 a esquerda saiu o país prosperou. Estamos novamente na era Perca Total é 2 passos a frente e 5 derrapando

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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