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Uma espada medieval ficou escondida em um rio por 1.000 anos até que trabalhadores da construção a encontraram

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 30/06/2025 às 15:22
espada medieval
Foto: REPRODUÇÃO
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Espada medieval com símbolos cristãos e vikings é achada intacta em rio da Holanda, revelando traços espirituais e militares do século XI.

Operários faziam uma escavação rotineira em um rio da Holanda quando um brilho inesperado chamou a atenção. Era uma espada medieval, enterrada havia mil anos no leito do rio Korte Linschoten.

A descoberta aconteceu na propriedade Linschoten, no coração do país.

A lâmina estava intacta, preservada pela argila pobre em oxigênio que evitou a corrosão. Agora, a peça está em exibição no Rijksmuseum van Oudheden, em Leiden.

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Símbolos gravados na lâmina intrigam especialistas

A espada mede pouco mais de um metro e tem a forma típica de armamentos da Idade Média. Seu punho lembra uma castanha-do-pará, com guarda transversal larga e lâmina de dois gumes.

O que mais chamou a atenção dos especialistas foram os símbolos de cobre gravados nas duas faces do ferro.

De um lado, aparece a “roda solar”, um círculo com um X em camadas, símbolo religioso comum na Europa medieval. A imagem era usada em igrejas durante consagrações, especialmente em regiões recém-convertidas ao cristianismo.

Do outro lado da lâmina, uma figura diferente: cinco losangos interligados dentro de um círculo. O desenho forma um nó infinito, associado à cultura viking.

Segundo o museu, esse símbolo representava proteção e lealdade eterna. A mistura de emblemas cristãos e vikings sugere a convivência entre crenças distintas naquele período.

Para a prefeitura de Montfoort, onde a espada foi achada, a peça mostra “uma época em que simbolismo e fé estavam intimamente ligados”.

Uma espada com significado pessoal e ritual

A espada foi encontrada sem bainha, e isso pode indicar um rito de despedida. Durante a Idade Média, era comum que guerreiros fossem enterrados com suas armas ou que estas fossem lançadas em rios.

A ausência da bainha fortalece a hipótese de que a espada tenha sido colocada ali como oferenda ou homenagem.

Segundo o Rijksmuseum, o objeto era “provavelmente um bem muito pessoal”.

Mais do que uma arma, representava algo simbólico. O dono permanece desconhecido, mas o contexto histórico oferece pistas. A região onde foi achada esteve sob domínio do Bispo de Utrecht nos séculos XI e XII, período marcado por disputas com os Condes da Holanda e da Flandres.

A espada também reflete mudanças táticas: a partir dessa época, espadas mais curtas, de uma mão, passaram a ser preferidas nos combates corpo a corpo, em resposta ao avanço das armaduras.

Feita com ferro extraído da região de Veluwe, a lâmina tem características típicas da transição militar daquele tempo. Os símbolos reforçam as influências espirituais que moldavam a sociedade europeia.

Conservação imediata após a descoberta

Logo após ser retirada do barro, a espada começou a se deteriorar. Para impedir danos maiores, as autoridades locais acionaram uma equipe de arqueólogos.

O processo de conservação começou com um banho de dessalinização, que durou dez semanas. Depois, a lâmina foi enxaguada, seca e tratada com taninos, uma substância que ajuda a estabilizar o metal.

Vestígios de madeira e couro ainda estão presentes no punho, sugerindo o que um dia foi a empunhadura original. Esses restos oferecem mais detalhes sobre o modo como a espada era segurada e utilizada.

Hoje, a peça está em exposição na vitrine de aquisições do Museu Nacional de Antiguidades, em Leiden. Ficará disponível para o público até o mês de setembro.

A espada não possui nome gravado, nem registro de batalhas. Mesmo assim, carrega uma mensagem do passado. Para as autoridades de Montfoort, o achado é “uma obra de arte que nos lembra da rica e complexa história da Europa no início da Idade Média”.

Depois de mil anos enterrada, a lâmina voltou à luz. E com ela, uma história que ainda ressoa.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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