No coração da Amazônia paraense, Afuá se destaca como uma cidade brasileira verdadeiramente única. Construída inteiramente sobre palafitas, carros são proibidos por lei, e a vida flui ao ritmo dos pedais, dos bicitáxis e das marés.
No Arquipélago do Marajó, no estado do Pará, existe uma cidade brasileira que desafia todas as convenções urbanas e encanta pela sua singularidade: Afuá. Conhecida carinhosamente como a “Veneza Amazônica” ou até mesmo a “Holanda Brasileira”, esta comunidade ribeirinha é construída literalmente sobre as águas, e o mais surpreendente: carros, motocicletas ou qualquer veículo motorizado terrestre são proibidos por lei desde 2002. Aqui, a bicicleta não é apenas um meio de transporte, mas a verdadeira espinha dorsal da vida local.
Este artigo explora a singularidade de Afuá, a cidade brasileira onde a ausência de veículos motorizados deu origem a uma cultura ciclística vibrante e criativa, com soluções de mobilidade engenhosas como o bicitáxi, e um ritmo de vida que atrai visitantes do mundo todo em busca de uma experiência autêntica na Amazônia.
Afuá: a “Veneza Amazônica” onde a bicicleta impera sobre as águas e não existe trânsito motorizado
Aninhada no noroeste da Ilha de Marajó, Afuá ergue-se sobre uma região de várzea, com suas casas de madeira coloridas construídas sobre palafitas. Desde 2002, uma lei municipal proíbe a circulação de automóveis e motocicletas, uma medida que formalizou uma realidade já imposta pela geografia alagadiça, que tornava o uso desses veículos impraticável e potencialmente destrutivo para as passarelas elevadas que servem de ruas.
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O resultado é uma atmosfera sonora única, onde o barulho dos motores dá lugar ao tilintar das campainhas das bicicletas e aos sons da natureza, contribuindo para uma sensação de tranquilidade e “alto astral” nesta singular cidade brasileira. O trânsito, mesmo sem semáforos, flui com base no respeito mútuo, e acidentes são raros.
Os bicitáxis e a criatividade sobre pedais em Afuá
Em Afuá, cerca de 90% da população utiliza a bicicleta regularmente para todas as atividades. Essa dependência estimulou uma notável criatividade local, sendo o bicitáxi sua maior expressão. Criado em 1995 por Raimundo Gonçalves (“Sarito”), o bicitáxi evoluiu de triciclos para quadriciclos articulados (geralmente duas bicicletas unidas), capazes de transportar passageiros e cargas, tornando-se o principal meio de transporte público e frete.
Esses veículos são frequentemente customizados com pinturas vibrantes, adornos e sistemas de som, refletindo a identidade de seus proprietários. Outras adaptações incluem a “bicilância” para emergências médicas e o policiamento em bicicletas, mostrando a completa integração do pedal na vida desta cidade brasileira.
A arquitetura e as “ruas” de passarelas elevadas em Afuá
A paisagem urbana de Afuá é definida por suas edificações sobre palafitas, uma técnica ancestral essencial para lidar com o solo alagadiço e as cheias dos rios amazônicos. As “ruas” são, na verdade, passarelas elevadas que interligam a cidade, servindo como ciclovias e calçadas compartilhadas.
Originalmente feitas de madeira, essas passarelas estão gradualmente sendo substituídas por estruturas de concreto, visando maior durabilidade. A manutenção dessa infraestrutura é um desafio constante e exige investimentos contínuos para garantir a mobilidade e segurança dos moradores desta cidade brasileira única.
Um olhar sobre a economia e a sociedade em Afuá, a cidade das bicicletas
A economia de Afuá, uma cidade brasileira com cerca de 40 mil habitantes, evoluiu do ciclo da borracha para o extrativismo de camarão de água doce e açaí. A ausência de carros impulsionou uma microeconomia em torno da bicicleta, com bicitaxistas, oficinas de reparo e comércio ambulante sobre duas ou três rodas.
O turismo também tem crescido, atraído pela cultura ciclística, pelos festivais (como o do Camarão, em julho) e pela beleza amazônica. Apesar de desafios socioeconômicos, como um IDH historicamente baixo para a região do Delta do Marajó, Afuá é conhecida pela hospitalidade e forte senso de comunidade.
Essa é a minha cidade onde eu nasci e me criei, sempre que possível passo uns dias lá, se paz e sossego passe umas férias, povo extremamente feliz e acolhedor.
É uma cidade fantástica, também chamada de VRNEZA MARAJOARA!