Com 7,3 km de extensão e 682 vagões, o trem da BHP marcou a engenharia ferroviária mundial e entrou para o Guinness em 2001
Trens sempre impressionam pela imponência. Suas composições extensas passam a sensação de poder e força. No entanto, um modelo específico superou todos os limites e entrou para a história mundial. Em 2001, a mineradora australiana BHP colocou em operação um trem com 7,3 quilômetros de extensão, o mais longo já registrado pelo Guinness. Para efeito de comparação, o trem é bem maior que a praia de Copacabana, que possui 4,15 km de extensão de ponta a ponta.
Esse gigante do transporte era formado por 682 vagões carregados de minério de ferro. Para movimentar tamanha estrutura, a empresa precisou de oito locomotivas.
A façanha chamou atenção mundial e marcou um avanço tecnológico importante no setor ferroviário.
-
IA consegue em 6 meses o que arqueólogos não fizeram em quase 1 século e mistério das Linhas de Nazca ganha 303 novos geoglifos
-
Prefeitura enviou R$ 1,8 milhão de auxílio a um único morador por engano: o homem gastou tudo em apostas online e foi preso
-
Ler muda seu cérebro por dias, TV te deixa passivo em minutos: estudos mostram diferença brutal em linguagem, atenção, memória e conexões sociais
-
Pantanal abriga maior população de onças-pintadas reintroduzidas com GPS, filhotes nascidos em liberdade e protocolo único de reabilitação animal
Uma experiência tecnológica
O BHP 3143 foi desenvolvido como um teste. A empresa, que em 2013 chegou a ser a maior mineradora do planeta em receita, apostava em uma inovação chamada Locotrol 3.
Esse sistema permitia controlar locomotivas distribuídas ao longo da composição, tornando viável o funcionamento de um trem tão extenso.
Com a tecnologia, a BHP conseguiu integrar oito locomotivas de forma coordenada. Carregado, o colosso atingia 99 mil toneladas.
O mais importante é que, mesmo diante do peso absurdo, os controles se mantiveram estáveis e funcionaram como previsto.
O homem por trás da máquina
Para comandar esse desafio, a BHP escalou Tom Forest, um maquinista veterano com mais de 20 anos de experiência na ferrovia da empresa. Ele foi o responsável por conduzir sozinho as oito locomotivas.
O trajeto definido ligava Newman ao porto de Hedland, no sudoeste da Austrália. A viagem levou 5 horas e 40 minutos.
Porém, uma falha na transmissão interrompeu a operação antes da conclusão. Apesar disso, o resultado foi considerado satisfatório porque o objetivo principal era testar a nova tecnologia.
Além do recorde mundial, o experimento serviu para avaliar medidas de segurança do trabalho e comprovar a potência das locomotivas.
Lições aprendidas e impacto
Cada uma das oito locomotivas tinha 6 mil cavalos de potência. Os engenheiros também puderam comprovar a precisão dos modelos de computador que haviam simulado o desempenho da composição. Portanto, o teste ofereceu dados valiosos para o futuro da mineração e do transporte pesado.
O mais importante é que o trem mostrou que seria possível ampliar ainda mais a capacidade logística da BHP. Mesmo desmontado após o experimento, o 3143 deixou ensinamentos duradouros.
Um marco na engenharia ferroviária
O recorde de 7,3 quilômetros ainda impressiona por sua ousadia. O trem não foi apenas um feito para figurar no Guinness, mas também um exemplo prático da força da engenharia.
Com sua grandiosidade, a composição da BHP se transformou em símbolo de inovação e visão de futuro. Representou a capacidade de uma empresa em desafiar limites e transformar a teoria em realidade.
Assim, o BHP 3143 entrou para a história como o trem mais longo já construído. Uma façanha que combinou tecnologia, experiência humana e o poder das ferrovias australianas.
Com informações de Dário do Litoral.