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Último barco à vapor renasce no Brasil após abandono e reaparece como joia do turismo histórico em Minas Gerais

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 16/06/2025 às 10:34
Vapor Benjamim Guimarães navegando sobre o rio com reflexo na água
Vapor Benjamim Guimarães, símbolo da navegação fluvial mineira, reflete sobre as águas do Velho Chico
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Símbolo da navegação brasileira, volta às águas após projeto milionário em Pirapora (MG)

O Benjamin Guimarães, último barco a vapor do mundo em operação, foi completamente restaurado por um estaleiro de Navegantes, em Santa Catarina. Ele foi reinaugurado no dia 1º de junho de 2025 na cidade de Pirapora, em Minas Gerais.

Com o tombamento oficial pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG), a embarcação retoma seu papel como símbolo do rio São Francisco e da memória naval brasileira.

O processo de restauração foi liderado pela Indústria Naval Catarinense (INC) e teve apoio direto do governo federal.
A cerimônia contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que destacou o valor histórico e cultural da embarcação.
Além disso, ele ressaltou a importância de sua recuperação para o turismo e identidade local.

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Projeto integra ações do Novo PAC

A revitalização do Benjamin Guimarães fez parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com um investimento total de R$5,3 milhões. Esse valor foi aplicado por meio do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba.

Esse projeto evidencia o compromisso do governo federal com a preservação de bens culturais e ambientais ao mesmo tempo.

De acordo com Alexandre Silveira, o projeto resgata um marco do transporte fluvial nacional e impulsiona o potencial turístico da região.
Ele ficou anos abandonado, entregue à deterioração.
Agora, volta a ser protagonista de nossa história e da economia local, enfatizou o ministro durante a solenidade de reinauguração.

Um século de história preservado

O barco foi construído em 1913 nos Estados Unidos. Inicialmente, operava no Rio Amazonas a serviço da Amazon River Plate Company.

Na década de 1920, passou a navegar pelo rio São Francisco, transportando passageiros e mercadorias entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA).

A partir da década de 1980, a embarcação passou a ser utilizada exclusivamente para fins turísticos, oferecendo passeios pelo Velho Chico.

O reconhecimento oficial como patrimônio histórico veio em 1985. Entretanto, o vapor foi desativado em 2014, após anos de uso contínuo.

Em 2020, o governo anunciou sua restauração, mas interrupções atrasaram o projeto.

O governo retomou definitivamente as obras em setembro de 2024.

Isso possibilitou o retorno da embarcação à sua função cultural e turística.

Estaleiro catarinense conclui reconstrução técnica

A reconstrução do Benjamin Guimarães exigiu soluções técnicas de alto nível, conforme divulgado pela Indústria Naval Catarinense. Segundo a empresa, o restauro respeitou a originalidade da estrutura centenária.

A equipe de restauração manteve as características do sistema de propulsão a vapor, bem como as especificações históricas do casco e dos componentes internos. Técnicos especializados realizaram o trabalho com acompanhamento contínuo e sob fiscalização permanente dos órgãos de patrimônio.

A empresa afirmou que “a restauração foi uma missão de responsabilidade histórica e de orgulho nacional”. Isso porque envolve o último exemplar desse tipo de embarcação ainda em operação em todo o mundo.

Novo ciclo turístico para o rio São Francisco

Com a reinauguração da embarcação, a cidade de Pirapora, além disso, passa a contar novamente com um dos principais atrativos culturais da região.

Por isso, o governo de Minas Gerais e o Ministério de Minas e Energia afirmaram que a retomada dos passeios com o barco poderá, consequentemente, reaquecer a economia local.

Nesse sentido, a proposta é promover o desenvolvimento sustentável por meio do turismo fluvial e da preservação ambiental do Velho Chico.

Além do mais, segundo as autoridades, a manutenção do Benjamin Guimarães será permanente. Inclusive, já existem planos de inclusão da embarcação em rotas turísticas integradas com outras regiões do estado.

Do mesmo modo, o projeto também prevê parcerias com o setor educacional.

Assim, a meta é promover visitas escolares e ações de conscientização sobre a história da navegação no Brasil.

Por fim, o retorno do último barco a vapor do mundo às águas de Minas Gerais não apenas resgata um capítulo importante da história brasileira, mas também reacende o interesse por formas sustentáveis de valorização do patrimônio.

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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