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UFSC aposta em energia solar com sistema agrivoltaico pioneiro que une produção agrícola e geração limpa em Santa Catarina

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 17/10/2025 às 14:12
A UFSC inaugura um sistema agrivoltaico em Florianópolis que combina energia solar e agricultura sustentável. O projeto, em parceria com a Epagri, promete aumentar a produtividade do solo e impulsionar pesquisas sobre transição energética e inovação rural. Fonte: UFSC
A UFSC inaugura um sistema agrivoltaico em Florianópolis que combina energia solar e agricultura sustentável. O projeto, em parceria com a Epagri, promete aumentar a produtividade do solo e impulsionar pesquisas sobre transição energética e inovação rural. Fonte: UFSC
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A UFSC inaugura um sistema agrivoltaico em Florianópolis que combina energia solar e agricultura sustentável. O projeto, em parceria com a Epagri, promete aumentar a produtividade do solo e impulsionar pesquisas sobre transição energética e inovação rural.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deu um passo importante rumo à integração entre energia solar e produção agrícola. Nesta semana, a instituição inaugurou um sistema agrivoltaico no Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica, localizado no Sapiens Parque, em Florianópolis (SC). O projeto representa um marco para a pesquisa científica e para a transição energética no Brasil, unindo ciência, sustentabilidade e inovação no campo.

Desenvolvido em colaboração com a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), o sistema agrivoltaico propõe o uso compartilhado de um mesmo terreno para a geração de energia por painéis fotovoltaicos e o cultivo agrícola. Enquanto a UFSC é responsável pelo desenvolvimento, implementação e monitoramento das soluções solares, a Epagri conduz os experimentos relacionados às culturas agrícolas e suas respostas ao novo ambiente.

Agrivoltaica: o poder da energia solar no campo

O conceito de agrivoltaica vem ganhando força em diversos países. Ele permite aproveitar de forma inteligente o solo, integrando painéis solares e plantações em harmonia. No caso da UFSC, os painéis foram instalados em estruturas elevadas sobre as lavouras e em cercas solares, garantindo espaço para a produção agrícola e geração de energia simultaneamente.

Segundo os pesquisadores, o principal objetivo é avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental dessa integração. O sistema busca entender como diferentes tipos de cultivo se comportam sob condições de sombreamento parcial, causadas pela presença dos módulos solares. Dessa forma, será possível identificar quais espécies se adaptam melhor sem comprometer a produtividade.

Além disso, o estudo investiga configurações ideais de altura, espaçamento e ângulo de inclinação dos painéis, buscando o equilíbrio entre o rendimento energético e o desempenho das culturas agrícolas.

Pesquisas que unem inovação e sustentabilidade

O novo sistema agrivoltaico da UFSC não é apenas uma iniciativa experimental. Ele faz parte de uma agenda mais ampla de inovação e sustentabilidade. A proposta é gerar dados que contribuam com políticas públicas e orientem futuros projetos no setor agroenergético, especialmente em regiões com forte vocação agrícola.

Para o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, a iniciativa simboliza o compromisso da universidade com a transição energética e o desenvolvimento rural sustentável. “Que este espaço seja fértil em ideias, resultados e parcerias, e que daqui surjam pesquisas, protótipos e políticas de referência para Santa Catarina e para o Brasil”, afirmou.

De acordo com o reitor, a integração entre energia solar e agricultura representa uma estratégia eficiente para aumentar a produtividade do solo, otimizar recursos e reduzir os impactos ambientais, além de fortalecer a resiliência do campo diante das mudanças climáticas.

Parcerias e investimentos em energia solar no meio rural

O projeto foi viabilizado com o financiamento da Repsol Sinopec, companhia de energia de origem espanhola, e conta com o apoio de outras instituições parceiras do setor público e privado. Essa colaboração reforça a importância da cooperação entre universidades e empresas para acelerar a adoção de tecnologias sustentáveis no Brasil.

Entre os benefícios esperados estão a otimização do uso do solo, o aumento da eficiência energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa. A integração das fontes de energia limpa com a produção agrícola ainda contribui para melhorar a segurança alimentar e energética em um cenário global de crescente demanda por sustentabilidade.

Além disso, o sistema agrivoltaico possibilita que agricultores possam diversificar suas fontes de renda, combinando a venda de alimentos com a geração e comercialização de energia solar — uma prática que já vem sendo testada com sucesso em países como Alemanha, Japão e Estados Unidos.

Pesquisa aplicada e novos rumos para a energia solar no Brasil

Com a instalação do sistema no Sapiens Parque, a UFSC reforça sua posição de liderança no campo das energias renováveis. O Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica será o núcleo de pesquisa responsável por analisar o desempenho dos painéis e o comportamento das lavouras sob diferentes condições climáticas.

Os experimentos vão contemplar diversas espécies vegetais, testando desde hortaliças até plantas de ciclo mais longo. A ideia é encontrar um modelo de cultivo que combine eficiência agrícola e geração elétrica estável.

Para isso, os pesquisadores irão medir variáveis como radiação solar, temperatura do solo, produtividade e eficiência energética. Os resultados poderão servir de base para novos projetos agrivoltaicos no Brasil, um país com abundância de radiação solar e grande extensão territorial agrícola.

Energia solar como ferramenta de transformação rural

A adoção de energia solar no meio rural não se limita à produção de eletricidade. Ela simboliza uma mudança de paradigma no modo como o campo lida com energia, sustentabilidade e economia. Ao integrar painéis fotovoltaicos às lavouras, os agricultores passam a gerar parte da energia que consomem, reduzindo custos e fortalecendo a autossuficiência das propriedades.

Além disso, o sombreamento parcial criado pelos painéis pode trazer benefícios microclimáticos, como a redução da temperatura do solo e a manutenção da umidade, o que tende a favorecer o crescimento de certas culturas.

No caso da UFSC, o sistema também abrirá espaço para formação de profissionais especializados e para o desenvolvimento de tecnologias aplicáveis em larga escala. Dessa forma, o projeto servirá como um laboratório vivo, reunindo pesquisadores, estudantes e empresas em torno de um objetivo comum: promover o avanço da energia solar e da agricultura sustentável em Santa Catarina e em todo o país.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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