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Ufam lança núcleo de inovação para liderar transição energética

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 08/08/2025 às 07:19
Entrada do campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com céu parcialmente nublado ao meio-dia e vegetação densa ao redor da estrada asfaltada.
Arco de boas-vindas da Universidade Federal do Amazonas em Manaus, registrado ao meio-dia sob céu levemente nublado.
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Núcleo da Ufam visa liderar transição energética na Amazônia com inovação, formação e parcerias para um futuro sustentável e justo na região Norte do Brasil.

Nos últimos anos, a necessidade de transformar o modelo energético mundial ganhou destaque devido a diversos desafios ambientais, sociais e econômicos.

Dessa forma, a transição energética, que consiste no processo gradual de substituição das fontes tradicionais de energia. Como petróleo e carvão, por fontes mais limpas e renováveis, como solar, eólica e bioenergia, tem se tornado uma prioridade global.

Portanto, é nesse contexto que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) assume um papel fundamental ao lançar o Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Liderança para a Transição Energética (Nielte). Com o objetivo claro de liderar essa transformação no Amazonas e na região Norte do Brasil.

Além disso, a trajetória da transição energética está diretamente ligada aos avanços tecnológicos e à crescente preocupação com a sustentabilidade.

Desde a crise do petróleo na década de 1970, o mundo busca, cada vez mais, alternativas para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, que são finitos e causam graves impactos ambientais, como a emissão de gases de efeito estufa.

Portanto, nos últimos anos, com o aumento da conscientização sobre o aquecimento global e a urgência em cumprir acordos internacionais, como o Acordo de Paris, a transição energética ganhou ainda mais força.

No Brasil, essa mudança é especialmente importante devido à vasta biodiversidade e ao enorme potencial para fontes renováveis, que, por sua vez, podem gerar desenvolvimento sustentável aliado à preservação ambiental.

Entretanto, o desafio torna-se ainda maior na região amazônica, que possui características únicas e uma complexa relação entre desenvolvimento e conservação.

Por isso, para garantir que o progresso não comprometa a floresta nem as populações tradicionais, líderes e instituições devem compreender profundamente o contexto local.

Assim, é essa compreensão que o Nielte promove, combinando ciência, tecnologia e responsabilidade social.

Núcleo multidisciplinar para desafios da Amazônia

Nesse cenário, a Ufam decidiu criar um núcleo dedicado a promover a inovação e a formação de líderes capazes de conduzir a transição energética na Amazônia.

De fato, o Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Liderança para a Transição Energética foi lançado recentemente e está sediado na Faculdade de Tecnologia.

Dessa forma, liderar a transição energética envolve mais do que desenvolver tecnologias.

Com efeito, é preciso compreender as especificidades da região amazônica. Onde o uso sustentável dos recursos naturais deve prevalecer para evitar impactos negativos no meio ambiente e nas comunidades locais.

Portanto, o Nielte desenvolve projetos que envolvem bioenergia, aproveitamento de rios e energia solar em sistemas híbridos. Além da criação de biocombustíveis alternativos, como o álcool derivado da mandioca, que substitui combustíveis fósseis de forma mais limpa e sustentável.

Por isso, o núcleo investe na inovação para entregar soluções concretas que envolvem bens, serviços e políticas públicas. Sempre com foco em empreender para a sociedade.

Ademais, a aproximação entre academia, setor produtivo e órgãos governamentais reforça a importância de uma governança colaborativa para ampliar o impacto positivo das ações.

Outro aspecto fundamental da atuação do núcleo é a pesquisa aplicada, que busca não só criar novas tecnologias, mas adaptá-las às condições locais.

Por exemplo, isso inclui desenvolver sistemas de geração distribuída capazes de funcionar em comunidades isoladas, onde a rede elétrica convencional é limitada ou inexistente.

Portanto, o uso de biodigestores para transformar resíduos orgânicos em energia e a integração de fontes renováveis em soluções híbridas. Exemplificam como o Nielte contribui para um desenvolvimento energético sustentável, alinhado às necessidades da Amazônia.

Formação de líderes para um futuro sustentável

Além de desenvolver pesquisas e projetos, o núcleo investe fortemente na formação de profissionais qualificados para atuar no setor energético.

Desse modo, a criação do curso de Engenharia de Energia, previsto para começar em 2027, a oferta de especializações em transição energética e a implantação de programas de mestrado. Preparam uma nova geração de líderes técnicos e gestores, com conhecimento aprofundado das tecnologias e dos aspectos sociais e ambientais relacionados ao tema.

Essa formação contínua e qualificada garante que a transição energética seja conduzida de forma justa, inclusiva e eficiente.

A capacitação envolve também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como liderança colaborativa, ética e visão sistêmica.

De fato, esses aspectos são essenciais para que os profissionais atuem em um cenário complexo e dinâmico, interagindo com diferentes atores, comunidades e setores econômicos.

Assim, o Nielte entende que formar líderes capazes de articular conhecimento técnico com responsabilidade social representa um dos maiores desafios para o sucesso da transição energética na região.

Outro aspecto importante do trabalho do núcleo é a divulgação científica.

Por meio da publicação da Revista Energia na Amazônia, com periodicidade semestral, o conhecimento gerado é disseminado, fortalecendo a rede de pesquisadores e ampliando a discussão pública sobre o futuro energético da região.

Paralelamente, o planejamento de eventos itinerantes na região Norte promove a integração entre a academia, o setor produtivo e os agentes públicos, criando um ambiente propício para a troca de experiências e a construção de soluções colaborativas.

Contudo, liderar a transição energética também exige uma postura ética e responsável.

Por essa razão, o núcleo define regras claras para participação de pesquisadores, alinhadas a uma política de compliance rigorosa.

Essa medida assegura que as ações aconteçam sob compromisso com transparência e qualidade técnica, o que fortalece a credibilidade do grupo e dos resultados alcançados.

O impacto regional e o papel da Ufam

Sem dúvida, a importância do Nielte ultrapassa a universidade e a região onde está inserido.

De fato, em um mundo que avança rapidamente na transformação dos sistemas energéticos, a Amazônia pode se destacar como referência nacional e internacional em inovação, empreendedorismo e liderança voltados à sustentabilidade.

Essa posição estratégica atrai investimentos, fortalece a economia local e contribui para o desenvolvimento social, sempre respeitando a biodiversidade e as comunidades tradicionais.

Historicamente, a região Norte do Brasil enfrentou dificuldades para acompanhar o ritmo das mudanças tecnológicas e econômicas observadas em outras partes do país.

Nesse sentido, a criação do núcleo pela Ufam representa uma iniciativa inovadora que busca reverter essa realidade, colocando a região no centro das discussões sobre o futuro energético.

A atuação conjunta entre universidades, setor privado e governo constitui um passo decisivo para superar barreiras e criar um ambiente favorável ao crescimento sustentável.

Além disso, é importante destacar que, para além do desenvolvimento tecnológico, o Nielte também incentiva a criação de políticas públicas eficazes que apoiem a transição energética na região.

Dessa forma, o diálogo entre pesquisadores e governantes fortalece a formulação de estratégias que considerem as especificidades da Amazônia, garantindo que as medidas adotadas sejam eficientes e promovam justiça social.

O protagonismo da Ufam nesse processo mostra que as universidades públicas desempenham papel essencial para liderar a transição energética.

De fato, elas funcionam como centros de conhecimento, formação e inovação capazes de gerar soluções alinhadas com as necessidades regionais e globais.

Ao investir em pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e capacitação, a Ufam transforma desafios ambientais e sociais em oportunidades econômicas e humanas.

Um caminho para o futuro da energia na Amazônia para liderar transição energética

Portanto, em suma, o lançamento do Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Liderança para a Transição Energética marca um momento importante para a Ufam e para a região amazônica.

Com uma abordagem multidisciplinar, foco na inovação e compromisso com a formação de profissionais qualificados, o núcleo está pronto para liderar o caminho rumo a um futuro energético mais sustentável, justo e próspero.

Essa iniciativa reforça a importância de unir conhecimento acadêmico, empreendedorismo e políticas públicas para enfrentar os desafios da transição energética, garantindo que ela seja inclusiva e adaptada às particularidades da Amazônia.

A construção desse futuro depende da capacidade de integrar saberes, tecnologias e ações, sempre valorizando o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.

Por isso, a Ufam, por meio do Nielte, assume a responsabilidade de liderar essa transformação, contribuindo para que a região Norte do Brasil exerça seu papel estratégico na matriz energética nacional e mundial.

Com o avanço da ciência e da tecnologia, somado ao engajamento das comunidades e ao apoio das instituições, o Amazonas poderá se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável e inovação energética, mostrando que é possível crescer respeitando a natureza e promovendo a inclusão social.

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Professor Marcos Buckeridge fala sobre transição energética | CNN Sustentabilidade – CNN Brasil

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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