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Turismo em risco: inflação, tarifas e medo de recessão atingem os parques temáticos da Flórida e ameaçam temporada bilionária de verão

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/10/2025 às 18:19
Parques da Disney e Universal sofrem impacto das tarifas e da crise econômica nos EUA, apesar dos investimentos de bilhões em novas atrações
Parques da Disney e Universal sofrem impacto das tarifas e da crise econômica nos EUA, apesar dos investimentos de bilhões em novas atrações
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Mesmo após investimentos recordes — como o Epic Universe, de US$ 7 bilhões, e as novas áreas da Disney, de US$ 30 bilhões — o turismo americano enfrenta desaceleração, tarifas bilionárias e queda nas viagens internacionais.

O aumento das tarifas sobre importações começa a afetar o turismo nos Estados Unidos e ameaça o desempenho da temporada de verão.

O setor, que movimenta bilhões de dólares anualmente, pode ser duramente atingido, sobretudo na Flórida, onde estão os maiores parques temáticos do mundo, como Disney e Universal.

As empresas investiram somas recordes em novas atrações e expansões, mas agora enfrentam incertezas provocadas pelas oscilações econômicas e pelos custos adicionais que as tarifas trazem.

O Times Brasil – Licenciado exclusivo da CNBC no Brasil, revelou uma reportagem sobre qual o impacto das tarifas no setor do turismo americano.

Universal aposta alto com o Epic Universe

A Universal inaugurou em maio o Epic Universe, um projeto avaliado em 7 bilhões de dólares, considerado o maior investimento em parques temáticos já feito pela controladora Concast.

Trata-se do primeiro parque temático totalmente novo construído nos Estados Unidos em mais de duas décadas.

O complexo abriga cinco mundos temáticos inéditos: a ilha de Berk (de Como Treinar o Seu Dragão), o Ministério da Magia (do universo de Harry Potter), o Parque Celestial, o Super Nintendo World e o Dark Universe, inspirado nos monstros clássicos do cinema.

Uma das atrações mais avançadas é a Monsters Unchained, destacada pela própria empresa como uma das mais complexas já criadas.

Atualmente, os parques da Comcast representam 7% da receita total do grupo, com 8,6 bilhões de dólares em 2024 e 1,8 bilhão apenas no primeiro trimestre de 2025.

Estimativas internas apontam que o Epic Universe pode gerar 2 bilhões de dólares por ano, com margem de lucro entre 30% e 35%.

A empresa tenta se aproximar do volume da Disney, que recebe cerca de 50 milhões de visitantes anuais, enquanto o principal resort da Universal atrai cerca de 20 milhões.

Para ampliar esse público, a estratégia da Universal mira turistas em busca de emoções e experiências contemporâneas, expandindo também sua rede hoteleira para 11 mil quartos em Orlando e arredores.

Disney reforça o império mágico com novos investimentos

Enquanto a Universal celebra sua nova atração, a Disney aposta em expansões bilionárias.

O grupo planeja investir 30 bilhões de dólares em parques e infraestrutura, com destaque para novas áreas no Magic Kingdom, como os espaços dedicados aos vilões e carros.

O Hollywood Studios receberá a Monstrópolis, e o Animal Kingdom prepara a atração Tropical Americas, inspirada na cultura maia e prevista para 2027.

Esses investimentos seguem a linha de projetos anteriores, como Pandora: The World of Avatar (US$ 500 milhões) e Star Wars: Galaxy’s Edge (US$ 1 bilhão).

O resultado aparece nas finanças: em 2024, os parques da Disney faturaram 34 bilhões de dólares, 5% a mais que no ano anterior. Aproximadamente dois terços dos lucros operacionais da companhia vêm dessas experiências.

A Disney também assinou um acordo com o Distrito de Supervisão de Turismo da Flórida Central, que permite expandir sua capacidade de hospedagem de 40 mil para 53 mil quartos, um salto em relação aos 29 mil atuais. Apesar disso, a empresa ainda não detalhou novos projetos.

O impacto das tarifas e da desaceleração econômica

Grande parte dos equipamentos usados nas atrações dos parques é importada, o que torna o setor altamente vulnerável às tarifas. Segundo analistas, as novas taxações podem gerar impactos bilionários, elevando os custos de construção e forçando as empresas a repassar parte do aumento aos consumidores.

Embora a receita da Disney já tenha superado os níveis pré-pandemia, a frequência de visitantes ainda não se recuperou totalmente.

A volatilidade econômica, a inflação e o medo de uma recessão afetam diretamente o turismo.

As vendas de passagens aéreas nos Estados Unidos caíram quase 4% em abril de 2025, e plataformas como Airbnb e SPIA relataram queda na demanda.

Relatórios do Bank of America mostram retração no número de viagens em vários estados, enquanto Las Vegas registra demissões no setor de hospitalidade.

Estrangeiros, que representam 8 a 9% dos visitantes de Orlando, gastam em média oito vezes mais do que turistas domésticos, agravando ainda mais o quadro.

A esperança na magia e na imersão

Mesmo com os desafios, a inauguração do Epic Universe trouxe um alívio momentâneo para Orlando.

Durante a abertura, as reservas de hotéis e casas de aluguel aumentaram até 14%, impulsionadas pela chegada de turistas que veem os parques temáticos como experiências únicas e insubstituíveis.

Analistas acreditam que, no longo prazo, os investimentos da Universal e da Disney compensarão os altos custos. Entretanto, para a Comcast, o retorno do Epic Universe pode demorar.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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