Estrutura inédita no litoral catarinense ligará Itajaí e Navegantes por baixo do Rio Itajaí-Açu, com pistas para veículos, ônibus, ciclistas e pedestres, em um projeto que envolve tecnologia internacional e investimento bilionário.
A ligação entre Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina, avançou com a aprovação de financiamento para a implantação de um túnel submerso de 500 metros de extensão e 36 metros de largura.
A estrutura será utilizada para veículos, transporte coletivo, pedestres e ciclistas.
Segundo o Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da AMFRI (CIM-Amfri), o tempo médio de travessia para automóveis poderá ser de até dois minutos.
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Em julho, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) autorizou operação de crédito internacional no valor de US$ 12,19 milhões (aproximadamente R$ 66 milhões) para a Prefeitura de Navegantes.
Os recursos serão destinados à fase de preparação e estruturação do projeto.
Situação atual da travessia
As cidades são separadas pelo Rio Itajaí-Açu, considerado o principal da região.
A população utiliza duas rotas para atravessar: pela ponte na BR-101 ou pelas balsas (ferry boat), que transportam veículos e pedestres.
Segundo o CIM-Amfri, a utilização da BR-101 adiciona o tráfego local ao fluxo já existente na rodovia federal, enquanto a operação das balsas pode gerar filas e aumento no tempo de espera.
O arquiteto Rafael Albuquerque, integrante do consórcio, afirmou: “O trânsito local, pendular entre as cidades, ao utilizar a rodovia federal acaba por se somar ao trânsito usual desta rodovia federal.
Ou fica a mercê das longas filas de espera para utilizar as balsas. No quesito mobilidade urbana, a nossa região está a beira do colapso”.
Motivos para a escolha do túnel submerso
O projeto do túnel submerso Itajaí Navegantes foi escolhido devido às limitações para a construção de uma ponte.
O Aeroporto de Navegantes possui restrição de altura máxima de 45 metros para não interferir na rota de aeronaves.
Ao mesmo tempo, as operações portuárias exigem altura mínima de 65 metros para permitir a passagem de navios.
De acordo com Albuquerque, “o fator determinante foi a altura necessária para uma ligação por ponte.
Para o aeroporto, o limite máximo de altura admitida é de 45 metros, já para atender as demandas portuárias, a altura mínima admitida é de 65 metros”.
A alternativa de túnel imerso é discutida há cerca de oito anos no âmbito técnico do consórcio.
Características da obra
A estrutura ficará a 29 metros de profundidade, permitindo a navegação de embarcações com calado de até 14 metros.
O projeto prevê dois tubos rodoviários paralelos, cada um com três faixas por sentido, sendo uma exclusiva para transporte coletivo em cada direção.
Entre os tubos, haverá galeria central destinada a pedestres e ciclistas, com esteiras rolantes e acesso por elevadores.
As rampas terão inclinação máxima de 5%.
Pedestres e ciclistas serão isentos de pagamento, enquanto veículos pagarão pedágio (valor ainda não definido).
O túnel imerso entre Itajaí e Navegantes não será transparente.
Iluminação, ventilação e monitoramento seguirão normas técnicas aplicadas a túneis urbanos.
A localização exata dos acessos será definida após estudos geotécnicos.
Investimento e modelo de execução
A obra será realizada por meio de Parceria Público-Privada (PPP).
A empresa contratada ficará responsável pela construção, operação e manutenção da estrutura por prazo definido em contrato.
O investimento estimado é de US$ 180 milhões (cerca de R$ 975 milhões), sujeito a revisão após a conclusão dos estudos.
O Governo de Santa Catarina informou que haverá participação financeira estadual.
A previsão para publicação do edital de licitação é de 18 a 24 meses após a assinatura do contrato com o Banco Mundial.
Prazos previstos
Segundo o CIM-Amfri, as obras estão previstas para começar no segundo semestre de 2028, desde que o contrato com o Banco Mundial seja assinado até outubro deste ano.
A entrega da estrutura está estimada para 2032. Alterações no cronograma dependerão da evolução dos estudos técnicos, do processo licitatório e de eventuais condicionantes ambientais.