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Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 01/08/2025 às 08:02
Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
Foto: Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
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Túnel subaquático entre Itajaí e Navegantes usará a mesma tecnologia do megaprojeto que liga Dinamarca e Alemanha. Saiba como será a obra e os planos para concluí-la até 2032.

O projeto do túnel subaquático que ligará Itajaí e Navegantes, em Santa Catarina, está cada vez mais próximo de se tornar realidade — e chama atenção pela escolha de uma tecnologia de construção avançada, a mesma que está sendo usada no megaprojeto que conectará a Dinamarca e a Alemanha. A obra faz parte do Promobis, um ambicioso programa de mobilidade urbana que também inclui um sistema de BRT (Bus Rapid Transit) e novas vias na região, com expectativa de conclusão até 2032.

Com um financiamento de US$ 90 milhões do Banco Mundial e uma contrapartida de US$ 30 milhões dos municípios envolvidos, o túnel promete revolucionar a infraestrutura do Litoral Norte catarinense, integrando transporte coletivo, veículos particulares e até espaço para pedestres e ciclistas em um único corredor submerso.

Túnel subaquático SC: por que essa solução venceu a ponte e o túnel escavado

Segundo Rafael Albuquerque, coordenador do UCP/Promobis, a escolha pelo túnel submerso foi resultado de uma análise técnica criteriosa. Três opções foram consideradas:

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  • Uma ponte — descartada porque precisaria ter uma altura enorme para permitir a passagem de grandes navios, o que entraria em conflito com o Aeroporto Internacional de Navegantes, localizado a poucos quilômetros dali.
  • Um túnel escavado — também descartado, já que exigiria perfurações profundas e longas rampas de acesso, encarecendo a obra e demandando grandes desapropriações.
  • Um túnel imerso — considerado o modelo mais viável, econômico e funcional.

“É uma tecnologia interessante onde você não escava lá por baixo, mas usa o fundo do leito do rio. Então, você basicamente faz uma raspagem do leito do rio, assenta as peças pré-moldadas e depois cobre de novo”, explica Albuquerque.

Tecnologia túnel Dinamarca-Alemanha: como funciona o método de imersão

O sistema escolhido é o chamado túnel imerso, utilizado em mais de 150 projetos pelo mundo. Essa mesma tecnologia está sendo aplicada no Fehmarnbelt Tunnel, que ligará a Dinamarca à Alemanha — uma das obras de engenharia mais impressionantes da atualidade.

O método é considerado eficiente porque dispensa escavações profundas. Em vez disso, seções de concreto gigantes são fabricadas em diques secos próximos ao local, transportadas por barcaças, afundadas no leito do rio e cuidadosamente alinhadas.

Foto: Promobis/Divulgação

Depois, as juntas recebem selos de borracha de alta tecnologia, garantindo a vedação. Por fim, tudo é coberto com sedimentos para devolver a estabilidade ao fundo do rio.

Infraestrutura SC: como será a estrutura interna do túnel

O túnel será dividido em três “células”:

  • Uma faixa exclusiva para o BRT do Promobis, garantindo prioridade para o transporte coletivo;
  • Duas vias para tráfego de veículos particulares, que facilitarão a ligação entre as cidades;
  • Espaço inferior para pedestres e ciclistas, incentivando a mobilidade ativa;
  • Área técnica na seção superior, destinada a instalações elétricas, cabos de telecomunicação e tubulações.

Essa configuração torna o túnel mais do que um simples corredor de tráfego: será um eixo multimodal que deve reorganizar a logística urbana da região.

Megaobra subaquática: financiamento e modelo de execução

A construção será feita no modelo de Parceria Público-Privada (PPP), em que o setor privado ficará responsável por construir, operar e manter o túnel por um período determinado.

O projeto também faz história ao ser o primeiro empréstimo do Banco Mundial para um consórcio de municípios — Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú. Essa união garante força financeira para viabilizar a obra, que tem um orçamento total de US$ 120 milhões só para a parte de infraestrutura.

 Foto: Promobis/Divulgação/ND

Prazo e cronograma: quando o túnel deve ficar pronto?

O planejamento prevê que todas as etapas do Promobis avancem em paralelo, mas o túnel será a última obra a ser concluída. A expectativa é:

  • 2025: assinatura do contrato com o Banco Mundial e modelagem da PPP.
  • 2028: início das obras do túnel.
  • 2032: conclusão do projeto e operação completa do sistema.

Prefeitos destacam relevância do túnel para a região

O prefeito de Itajaí, Robinson Coelho, reforça a importância do túnel: “Nós somos hoje a região que mais cresce no país do ponto de vista econômico e populacional, e obras de mobilidade são necessárias”.

Já Liba Fronza, prefeito de Navegantes, ressalta que a cidade já está se estruturando para receber o túnel: “Vai trazer um impacto muito grande de mobilidade dentro da cidade. Precisamos mostrar que isso não é apenas uma especulação imobiliária, é um projeto de avanço para a nossa região”.

Um túnel com potencial de mudar a logística do litoral catarinense

Além de facilitar a vida de milhares de trabalhadores que cruzam diariamente o rio Itajaí-Açu, o túnel deve impactar o desenvolvimento econômico, a valorização imobiliária e a integração do sistema portuário e aeroportuário da região.

A ligação submersa promete desafogar o trânsito e permitir uma conexão mais fluida entre os dois lados do rio, beneficiando empresas, turistas e moradores.

A escolha de usar a mesma tecnologia do túnel Dinamarca-Alemanha coloca o projeto de Itajaí e Navegantes em um patamar de referência. Com prazo de conclusão até 2032, o túnel subaquático de Santa Catarina promete ser um divisor de águas — não apenas para a mobilidade urbana, mas também para o desenvolvimento econômico e a imagem de inovação do Brasil em obras de infraestrutura.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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