O túnel submerso Santos/Guarujá está causando apreensão. Com cerca de 60 imóveis desapropriados, moradores questionam valores oferecidos e pedem justiça.
Os moradores de Santos estão com os nervos à flor da pele.
Um megaprojeto ambicioso que prevê a construção de um túnel submerso entre Santos e Guarujá está causando alvoroço na comunidade.
Mas a real preocupação não é a grandiosidade da obra, e sim o custo que ela trará para os habitantes locais.
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Ao menos 60 imóveis devem ser desapropriados, conforme números oficiais, e o impacto já começa a preocupar as famílias afetadas.
De acordo com informações do jornal Diário do Litoral, a audiência pública que aconteceu na quarta-feira, dia 9, organizada pela Secretaria de Estado de Parcerias em Investimento, deu o que falar.
Com o Teatro Guarany lotado, representantes da Associação Comunitária do Macuco (Acom) expressaram sua indignação.
Raquel França, diretora da Companhia Paulista de Parcerias, afirmou que o processo de desapropriação é inevitável, mas busca garantir valores justos para os moradores.
Desapropriações e incertezas: uma dor para os moradores
Conforme detalhado por Raquel, as 60 propriedades que devem ser desapropriadas incluem residências, estacionamentos e estabelecimentos comerciais.
No entanto, o número de imóveis em questão é objeto de contestação.
De acordo com José Santaella Redorat Júnior, secretário da Acom, o número real de desapropriações seria o dobro, totalizando 124 imóveis.
Esse cálculo leva em conta todas as construções na área, independentemente de sua finalidade.
Enquanto isso, Fabiana Rodrigues Graça Rufo Paiva, moradora do bairro Macuco, criticou abertamente o valor oferecido para compensação, alegando que os valores propostos são insuficientes para adquirir novos imóveis em Santos.
A Acom relatou que o governo estaria oferecendo cerca de R$ 2.390 por metro quadrado, o que Fabiana considera “claramente inadequado” para a realidade local, onde os preços estão muito além desse valor.
Tensão e sugestões de compensação financeira para as famílias
A inquietação da comunidade não se limita à discordância sobre os valores oferecidos.
Flávio Saraiva, representante do Sindicato dos Servidores Públicos de Santos, sugeriu que o governo subsidie as famílias afetadas.
Para ele, o subsídio de R$ 290 milhões por ano à empreiteira que operará o túnel deveria se estender às famílias que perderão suas casas.
A ideia é garantir que os moradores possam adquirir novas residências, preservando seu padrão de vida no bairro.
Saraiva destacou que esse projeto, embora importante para a infraestrutura regional, não pode ser implementado às custas dos cidadãos do Macuco.
A desapropriação forçada é um golpe para muitos que chamam o bairro de casa há gerações, e ele espera que o governo estadual demonstre sensibilidade e trate o caso com justiça.
Como o túnel impactará a comunidade de Santos?
A expectativa é que o túnel melhore o fluxo de tráfego entre Santos e Guarujá, oferecendo uma alternativa ao congestionado serviço de balsas.
Mas, para as famílias do Macuco, o custo humano e social é alto demais para se ignorar.
A população local continuará pressionando por justiça, buscando que os valores propostos para desapropriação sejam revisados.
E enquanto isso, a obra segue gerando debates intensos entre o governo, a empreiteira, e os moradores diretamente impactados.
Perspectiva futura e a resposta do governo
A construção do túnel representa uma melhoria importante para a região, mas a falta de consenso sobre as desapropriações pode atrasar ou até complicar o projeto.
O governo promete avaliar cada caso e garantir que as desapropriações sejam justas, mas será que isso será suficiente para acalmar os ânimos dos moradores?
Você acredita que o governo conseguirá encontrar um equilíbrio entre o progresso e os direitos dos moradores de Santos?