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Túnel de quase 6 BILHÕES que passa dentro do MAR será construído no Brasil, gerará 9 MIL empregos, mas há um problema: governo quer pagar somente um quarto do valor dos imóveis desapropriados e isso tem causado desespero na população

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/10/2024 às 21:25
O túnel Santos-Guarujá promete gerar 9 mil empregos, mas a diferença nos valores de desapropriação tem gerado revolta na população.
O túnel Santos-Guarujá promete gerar 9 mil empregos, mas a diferença nos valores de desapropriação tem gerado revolta na população.

Túnel avaliado em R$ 6 bilhões, promete criar 9 mil empregos, mas enfrenta resistência devido aos baixos valores de desapropriação oferecidos aos moradores.

Um túnel monumental que promete revolucionar a conexão entre Santos e Guarujá está prestes a sair do papel, com um custo estimado em quase R$ 6 bilhões.

A grandiosa obra pode gerar 9 mil empregos e será um marco para a infraestrutura do Brasil.

Mas, enquanto o projeto ganha força, os moradores de um bairro crucial para a execução enfrentam uma situação dramática: a ameaça de receberem apenas uma fração do valor real de suas casas, caso sejam desapropriados. E essa situação tem gerado um verdadeiro desespero na população local.

A questão se tornou um ponto sensível entre os moradores do bairro Macuco, em Santos.

O Estado planeja pagar cerca de R$ 2.390,00 por metro quadrado de área construída, valor muito abaixo do preço de mercado, que gira em torno de R$ 9 mil, segundo o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-SP).

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Mas por que essa diferença tão gritante? E mais importante, será que o projeto conseguirá seguir adiante sem gerar mais controvérsias?

A discrepância nos valores de desapropriação

De acordo com a Companhia Paulista de Parcerias (CPP), o valor oferecido aos moradores foi definido com base no Estudo de Viabilidade do Túnel Imerso Santos-Guarujá, uma avaliação que levou em conta o preço médio do metro quadrado na região e também o impacto da obra no bairro Macuco.

Segundo o estudo, o valor de R$ 2.390,00 por metro quadrado foi estabelecido com base em uma composição de terreno e benfeitorias, conforme pesquisa realizada pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Contudo, o preço real dos imóveis na região é muito superior.

Segundo dados do Creci-SP, confirmados pelo presidente da entidade, José Augusto Viana Neto, o metro quadrado em Santos pode variar de R$ 4 mil a R$ 17 mil, sendo que a maioria dos negócios se fecha na faixa de R$ 9 mil.

Esse descompasso entre o valor ofertado pelo governo e o valor de mercado tem alimentado um clima de tensão nas audiências públicas, que vêm sendo realizadas para debater o projeto.

Revolta e desespero nas audiências públicas

Nas audiências públicas realizadas recentemente nas cidades de Santos e Guarujá, a questão das desapropriações foi o tema central dos debates.

Segundo Nilson Regalado, jornalista do Diário do Litoral em matéria nesta terça-feira (15), na última quarta-feira, 21 moradores do bairro Macuco participaram de uma audiência no Teatro Guarany, em Santos, para expressar suas preocupações.

A Associação Comunitária do Macuco (Acom) inscreveu os moradores para falar e muitos deles manifestaram sua insatisfação.

Fabiana Rodrigues Graça Rufo Paiva, uma das moradoras afetadas, declarou:

Claramente, os valores não são adequados para a compra de outro imóvel em Santos, que é uma cidade muito cara. Provavelmente, se esse valor for mantido, levará a contestações judiciais”.

Outro participante, o representante do Sindicato dos Servidores Públicos de Santos, Flávio Saraiva, complementou:

Espero que o Governo do Estado tenha a sensibilidade para não despejar o prejuízo desse túnel em cima dos moradores do Macuco”.

A proposta dele foi que o governo subsidiar as famílias afetadas, já que subsidiará com R$ 290 milhões/ano a empreiteira que irá operar o túnel.

Negociações e expectativas para uma solução

Diante da pressão popular, a diretora da Companhia Paulista de Parcerias, Raquel França, afirmou que o governo está disposto a reavaliar os valores oferecidos aos moradores.

Estamos abertos para realizar uma nova reunião com os moradores do Macuco e a Prefeitura de Santos para rediscutir esse valor”, declarou ela, em resposta à insatisfação generalizada.

Segundo a Secretaria de Estado de Parceria em Investimento, o valor de R$ 2.390,00 não é definitivo, e foi definido pela FIPE com base em uma pesquisa de terrenos disponíveis na região, utilizando dados do portal Zap Imóveis.

O cálculo envolveu a aplicação do Custo Unitário Básico da Construção (CUB) sobre as áreas edificadas afetadas pela obra, levando em consideração verbas adicionais, como auxílio a mudanças e compensação por lucros cessantes para imóveis comerciais.

O cronograma das obras e os desafios

Mesmo com toda essa polêmica, o túnel Santos-Guarujá continua avançando.

A previsão é que a licitação para a escolha da empreiteira ou consórcio responsável pela obra seja lançada no primeiro semestre de 2025.

A assinatura do contrato de Parceria Público-Privada (PPP) deve acontecer até outubro de 2025, com um prazo de 12 meses para a elaboração do projeto executivo.

As obras estão previstas para começar em outubro de 2026, e a conclusão da obra deverá ocorrer em 2030.

O túnel, que terá 870 metros de extensão e ficará submerso no Estuário do Porto de Santos, será um dos maiores projetos de infraestrutura já realizados no Brasil, com um custo total estimado em R$ 6 bilhões, financiado pelos governos federal e estadual.

A expectativa é que a obra não apenas conecte as cidades de Santos e Guarujá, mas também gere 9 mil empregos, dinamizando a economia da região.

Será que esse projeto trará mais benefícios ou problemas?

O futuro do túnel Santos-Guarujá ainda é incerto, especialmente por conta das questões envolvendo as desapropriações e os valores oferecidos pelo governo.

A população do bairro Macuco teme que o projeto, que poderia ser uma revolução na mobilidade da região, se torne um pesadelo para quem será removido de suas casas.

Mas e você, o que acha? Será que o túnel Santos-Guarujá será um marco para o Brasil ou um exemplo de problemas mal geridos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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