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Túmulo romano gigante e extremamente raro de 2.000 anos é descoberto na Baviera — estrutura com 9 metros e base para estátua revela encontro entre tradições romanas e celtas

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/10/2025 às 08:54
Monumento funerário romano de 2.000 anos e 9 metros revela fusão com tradições celtas e surpreende arqueólogos na antiga província de Récia
Monumento funerário romano de 2.000 anos e 9 metros revela fusão com tradições celtas e surpreende arqueólogos na antiga província de Récia
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Arqueólogos encontraram na Alta Baviera um monumento funerário colossal com mais de 9 metros de diâmetro, possivelmente ligado a uma elite romana, que combina tradições romanas e celtas em um raro túmulo simbólico de 2.000 anos

Arqueólogos anunciaram a descoberta de um monumento funerário romano monumental e extremamente raro na Alta Baviera, revelando novos detalhes sobre a presença romana na antiga província de Récia, no sul da Alemanha.

A estrutura, localizada perto de Wolkertshofen, no distrito de Eichstätt, desafia expectativas e oferece pistas valiosas sobre o encontro entre tradições romanas e celtas há cerca de dois milênios.

Descoberta inesperada no sul da Alemanha

O Escritório Estatal da Baviera para Preservação de Monumentos classificou a descoberta como “particularmente notável”.

O achado consiste na base de um túmulo romano localizado ao longo de uma antiga estrada da época imperial.

Embora sepultamentos desse tipo façam parte da tradição romana, os especialistas destacam a raridade de encontrá-los nessa região. Segundo a publicação Ancient Origins, túmulos monumentais começaram a surgir na província de Récia apenas a partir do século I.

“Descobrir um monumento funerário desta escala e período aqui foi totalmente inesperado”, afirmou o professor Mathias Pfeil, Conservador Geral do BLfD.

A descoberta levanta questões sobre o status social de quem o encomendou, já que a estrutura pode ter sido construída em homenagem a uma figura poderosa, cuja identidade permanece desconhecida.

Monumento de grandes dimensões e arquitetura singular

A estrutura veio à tona durante a construção de uma bacia de retenção de águas pluviais iniciada no outono de 2024. Como o terreno possui registros de ocupação humana desde as Idades do Bronze e do Ferro, arqueólogos acompanharam de perto as escavações. A surpresa veio quando encontraram uma fundação circular de pedra com mais de nove metros de diâmetro.

No lado sul, surgiu uma extensão quadrada de 2 metros por 1,9 metro, que provavelmente serviu como base para uma estátua ou estela.

A qualidade da construção chamou atenção, indicando que a estrutura formava a parede periférica de um monumento funerário.

No entanto, a ausência de restos humanos ou objetos funerários revelou um detalhe intrigante: tratava-se de um cenotáfio, um túmulo simbólico erguido para alguém sepultado em outro lugar.

Sinal de poder e memória familiar

A construção de cenotáfios era uma prática comum entre famílias abastadas romanas, que buscavam exibir seu status social e prestar homenagem a membros falecidos.

O tamanho do monumento descoberto reflete exatamente esse propósito: comunicar prestígio e memória. Especialistas sugerem que o túmulo homenageia alguém que pode ter morrido longe de casa, reforçando seu papel simbólico na paisagem local.

A localização do monumento também é significativa. Ele foi erguido ao longo de uma estrada romana próxima a uma villa rustica — uma propriedade rural típica do Império —, sugerindo que sua posição estratégica visava garantir visibilidade e destaque.

Raridade e importância histórica

Embora existam diversos sítios funerários romanos na região de Augsburgo, túmulos com paredes circulares de pedra e dimensões tão expressivas são considerados “extremamente raros” na antiga província de Récia. Por isso, a descoberta tem grande relevância para o avanço da pesquisa sobre a presença romana na Baviera.

Estudos iniciais indicam que o monumento combina elementos arquitetônicos romanos com tradições funerárias celtas mais antigas.

Essa fusão remete a práticas anteriores à chegada dos romanos, quando montes funerários eram comuns na Idade do Bronze e do Ferro.

Os arqueólogos observam que, especificamente nessa região, tais estruturas remetem a tradições pré-romanas, sugerindo um encontro e uma integração cultural significativa.

Encontro de culturas e legado milenar

O túmulo descoberto em Wolkertshofen mostra que a elite romana levou em conta as tradições arquitetônicas locais ao projetar o monumento há cerca de dois mil anos.

Essa escolha ilustra a estratégia romana de incorporar elementos culturais regionais em suas práticas funerárias, fortalecendo vínculos com as populações locais e deixando um legado que atravessou os séculos.

A revelação desse monumento — ao mesmo tempo romano e celta — oferece um raro vislumbre das complexas interações culturais que moldaram a vida na fronteira norte do Império.

Mais do que um túmulo, ele representa um elo simbólico entre mundos distintos, ressurgindo agora para lançar nova luz sobre a presença romana na Baviera e sobre a maneira como impérios e tradições locais se encontraram no passado.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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