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Túmulo repleto de tesouros raros de 1.700 anos é encontrado e pode ser de grande rei maia fundador da cidade

Publicado em 24/07/2025 às 16:30
Tesouro, Tumba, Belize, Rei Maia
Estrutura central do sítio arqueológico de Caracol, em Belize (Imagem: Projeto Arqueológico Caracol/Universidade de Houston)
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Arqueólogos encontram túmulo raro em Caracol com ossos e artefatos que podem pertencer ao lendário Te K’ab Chaak, rei maia do ano 331

Nas selvas densas de Belize, arqueólogos descobriram o que pode ser o mais antigo enterro real conhecido da antiga cidade maia de Caracol. A tumba foi encontrada por Diane e Arlen Chase, casal de arqueólogos com décadas de trabalho no local. Eles acreditam que os restos mortais podem ser do fundador da dinastia de Caracol, Te K’ab Chaak.

Segundo os arqueólogos, se a identificação for confirmada, trata-se de um achado de grande importância histórica.

Isso porque raramente são encontrados túmulos de reis maias conhecidos, muito menos de um rei fundador.

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A câmara onde os ossos foram descobertos é considerada incomum. As paredes estavam cobertas por cinábrio, um mineral vermelho.

O espaço media cerca de 2,5 metros de altura e 3 metros de comprimento. Para os especialistas, o tamanho e o conteúdo sugerem tratar-se de alguém de alto status.

Achados dentro da câmara mortuária

No interior do túmulo, os arqueólogos encontraram o esqueleto de um homem, além de diversos artefatos. Entre eles:

  • Uma máscara mortuária de jade e conchas quebrada em mais de cem pedaços;
  • Três conjuntos de ornamentos de orelhas, também em jade;
  • Quatro contas de jade com rostos de macacos-aranha;
  • Cerâmicas decoradas com imagens de animais e um governante com uma lança;
  • Um crânio colocado de cabeça para baixo dentro de um vaso.

A mandíbula do esqueleto apresentava sinais de reabsorção dos dentes, sugerindo idade avançada. Os pesquisadores acreditam que o corpo estava apoiado em um palete, que se decompôs com o tempo e fez o esqueleto colapsar.

A suspeita de que seja Te K’ab Chaak

Textos hieroglíficos encontrados em outras partes de Caracol mencionam Te K’ab Chaak como o primeiro governante da cidade, com reinado iniciado por volta de 331 d.C.

A tumba descoberta foi datada entre 330 e 350 d.C., com base no estilo da cerâmica e em análises de radiocarbono feitas em enterros próximos.

Segundo Diane Chase, ao ver os objetos e a estrutura do túmulo, sentiu arrepios. Para ela, tudo indica que os ossos são de um líder importante — possivelmente Te K’ab Chaak.

Embora a tumba não traga inscrições com o nome do ocupante, os pesquisadores afirmam estar 99,9% confiantes de que se trata do rei fundador.

Dúvidas e cautela entre especialistas

Apesar do entusiasmo da equipe responsável, outros especialistas mantêm cautela. Stephen Houston, da Universidade de Brown, concorda que a tumba é de um membro da realeza, mas diz que ainda faltam provas mais sólidas para afirmar que é realmente Te K’ab Chaak.

Ele destaca a importância de se encontrar algum texto glífico que confirme a identidade.

Outro ponto levantado por especialistas está relacionado às possíveis conexões entre Caracol e Teotihuacan.

Para os pesquisadores envolvidos na escavação, a descoberta pode indicar que os contatos entre os maias e essa antiga metrópole começaram antes do que se pensava.

A ligação com Teotihuacan

Teotihuacan ficava próxima da atual Cidade do México, a cerca de 1.200 quilômetros de Caracol. A cidade não era maia nem asteca, mas teve influência na Mesoamérica.

Os arqueólogos acreditam que as relações entre os povos passavam por comércio, peregrinações e diplomacia.

David Carballo, da Universidade de Boston, concorda com essa visão. Ele afirma que as descobertas ajudam a entender melhor as trocas de poder na região durante o século 4º.

Já Anabel Ford, da Universidade da Califórnia, questiona os indícios. Para ela, as associações com Teotihuacan não são claras e dependem muito da interpretação dos pesquisadores.

Próximas etapas da investigação

Diane Chase explicou que novas análises serão feitas. A equipe pretende tentar extrair o DNA dos ossos e realizar testes de isótopos.

Esses testes poderão mostrar a dieta do indivíduo e se ele viveu toda a vida em Caracol ou se mudou ao longo dos anos.

Segundo ela, essas informações serão fundamentais para tentar confirmar a identidade do homem enterrado. A busca por provas mais definitivas continua. Para os arqueólogos, a possibilidade de ter encontrado o túmulo do primeiro rei de Caracol justifica o esforço.

A descoberta foi feita no início de 2025 e anunciada pela Universidade de Houston. Ela se destaca entre os mais de 850 enterramentos já encontrados no sítio arqueológico de Caracol.

Entre esses, aproximadamente 175 são túmulos. Mas, até agora, nenhum havia chamado tanta atenção quanto este.

O caso segue em análise. A confirmação da identidade do governante poderá marcar um novo capítulo na história dos maias e de suas conexões com outras civilizações da Mesoamérica.

Com informações de National Geographic.

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Romário Pereira de Carvalho

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