Presidente dos EUA planeja cobrança firme a Lula em temas de interesse bilateral e política internacional
Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, o cenário de relações internacionais no Brasil do presidente Lula e América Latina ganha um novo contorno, em especial com a Venezuela.
O governo Trump, que se inicia em janeiro, já sinalizou que adota uma postura mais agressiva em relação ao governo de Nicolás Maduro, priorizando uma estratégia de “pressão máxima” para isolar o regime venezuelano e conter sua influência na região.
Segundo um artigo publicado no UOL pelo jornalista Jamil Chade, o governo americano buscará construir uma coalizão de países latino-americanos com o intuito de combater o avanço do comunismo e reforçar sua posição no setor energético hemisférico.
- BOMBA: Tribunal Penal Internacional emite ordem de prisão contra Benjamin Netanyahu por crimes contra a humanidade!
- Rússia lança míssil hipersônico e Putin ameaça OTAN e EUA: ‘O conflito agora é global!’
- Ucrânia detona alvos estratégicos dentro da Rússia com mísseis Storm Shadow e envia mensagem clara: ‘Não temos apenas o ATACMS!’, dispara Zelensky
- Rússia choca o mundo ao lançar míssil balístico intercontinental em escalada sem precedentes contra a Ucrânia
A nova estratégia de política externa americana visa também garantir que o abastecimento de petróleo para os EUA dependa menos de regiões distantes e passe a se concentrar em fontes no próprio hemisfério, como Venezuela, Canadá e México.
Essa nova abordagem insere o Brasil em um papel relevante, sendo pressionado a adotar uma postura mais rígida em relação ao governo de Maduro.
O cenário internacional e a relação entre Estados Unidos e Venezuela
O governo de Joe Biden seguiu uma abordagem diferente em relação à Venezuela, buscando uma solução diplomática para a crise política do país. A Casa Branca manteve negociações com Maduro e a oposição, o que culminou no acordo de Barbados, assinado em outubro de 2023, que previa eleições livres na Venezuela e a remoção gradual de sanções impostas pelos EUA.
Entretanto, conselheiros de Trump e membros do Partido Republicano acreditam que Biden foi “enganado” por Maduro, uma vez que consideram que o presidente venezuelano utilizou o acordo para ganhar tempo e evitar sanções sem efetivamente ceder em questões essenciais.
Para Trump, a solução não passa por uma estratégia de concessões e negociações, mas sim por aumentar a pressão e desmantelar a influência do regime de Maduro.
A política de “pressão máxima” terá como objetivo isolar a Venezuela economicamente, restringindo o comércio e o acesso a recursos internacionais enquanto se constrói uma coalizão entre os países vizinhos. A meta é limitar a dependência do petróleo venezuelano e assegurar que as relações comerciais sejam alinhadas com os interesses dos EUA.
Projeto 2025 e a estratégia dos republicanos
Um documento elaborado pelos republicanos, conhecido como Projeto 2025, foi criado para servir como uma espécie de guia para a nova administração Trump. Entre os responsáveis pela elaboração está Kiron Skinner, ex-diretora de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado norte-americano.
O projeto descreve a Venezuela como uma ameaça ao hemisfério devido à sua aproximação com potências antiamericanas, como China e Irã, e sugere que o próximo governo dos EUA adote uma postura mais rígida para conter o avanço do comunismo na América Latina.
Conforme o documento, “a liderança comunista (da Venezuela) se aproximou de alguns dos maiores inimigos internacionais dos Estados Unidos, incluindo a China e o Irã, que há muito tempo buscam uma posição nas Américas”.
Essa proximidade é vista como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos e seus aliados na região. O Projeto 2025 enfatiza a importância de que o próximo governo americano se posicione como líder de uma coalizão hemisférica, promovendo políticas de segurança e alinhando a região com os interesses econômicos dos EUA.
Brasil do presidente Lula no centro das pressões internacionais
Para os republicanos, o Brasil é um aliado estratégico nesse contexto e será pressionado a adotar uma posição clara em relação ao governo Maduro.
Desde a eleição de Lula, o Brasil adotou uma postura de diálogo com a Venezuela, o que despertou preocupações em Washington.
No entanto, a decisão do governo brasileiro de não reconhecer as eleições de julho de 2023 na Venezuela foi vista como um passo positivo pelos republicanos, que acreditam que essa posição abre caminho para uma colaboração mais próxima.
Em setembro, uma missão brasileira enviada para dialogar com representantes republicanos nos EUA encontrou uma postura rígida e uma disposição clara em pressionar o Brasil a apoiar a coalizão contra Maduro.
A expectativa é de que o governo Lula tome medidas mais incisivas, alinhando-se à estratégia americana de contenção da influência venezuelana na região.
A questão energética e o papel da Venezuela
O Projeto 2025 também destaca o setor energético como prioridade da política externa de Trump. Uma das metas do novo governo americano é reduzir a dependência de petróleo importado de locais distantes, preferindo fontes mais próximas, como Venezuela, Canadá e México.
Para os Estados Unidos, a Venezuela representa uma peça importante na reorganização do abastecimento energético, e uma aliança com países do hemisfério permitiria uma maior autonomia energética e uma redução dos custos de transporte e logística.
O documento argumenta que os Estados Unidos devem investir em uma política de integração energética regional que permita um fluxo livre de recursos entre os países do hemisfério ocidental.
Além disso, a colaboração no setor de energia ajudaria a consolidar a liderança dos EUA na região, mantendo a segurança energética e reduzindo a dependência de fontes distantes e potencialmente manipuláveis de combustíveis fósseis.
Segurança regional e colaboração internacional
Para além da questão energética, a estratégia americana envolve o fortalecimento da segurança regional. A Venezuela e outros países latino-americanos, como Colômbia, Equador e Guiana, são vistos como vulneráveis a influências de potências externas, como China e Rússia.
No Projeto 2025, os EUA reafirmam seu compromisso em liderar uma coalizão de países democráticos no hemisfério, promovendo a segurança e combatendo ameaças externas.
O documento alerta que o Hemisfério Ocidental está cada vez mais suscetível a regimes socialistas e progressistas, considerados uma ameaça à estabilidade e segurança regional.
Com essa preocupação em mente, o governo Trump pretende liderar uma iniciativa de cooperação internacional que abranja segurança, desenvolvimento econômico e políticas de combate à influência estrangeira.