Novo capítulo do embate jurídico
Em mais um movimento que reforça a tensão política e jurídica entre Brasil e Estados Unidos, a Justiça norte-americana voltou, em julho de 2025, a intimar Alexandre de Moraes.
Ele é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa ação deriva diretamente de um processo aberto pelo ex-presidente Donald Trump.
Trump insiste em questionar a conduta de autoridades estrangeiras durante as eleições brasileiras.
A base são documentos oficiais do processo que corre na Suprema Corte dos EUA.
Histórico de embates fortalece estratégia de Trump
Para entender o cenário, é essencial destacar que Donald Trump, desde 2022, utiliza tribunais norte-americanos como palco para ampliar seu discurso de contestação.
Ele questiona resultados eleitorais fora dos Estados Unidos.
Embora suas alegações não tenham sido aceitas em outras frentes, em 2023, a primeira intimação a Moraes sinalizou o início dessa estratégia internacional.
Até março de 2024, o ministro brasileiro ignorou a convocação.
Ele afirmou que a jurisdição dos EUA não se sobrepõe às instituições brasileiras.
Apesar disso, Trump se mantém ativo politicamente desde sua derrota em 2020.
Ele reforçou a pressão em 2025, após anunciar sua pré-candidatura para a eleição presidencial norte-americana de 2026.
Moraes reage e aponta inconstitucionalidade
Por outro lado, Moraes mantém firme sua postura.
Desde abril de 2025, quando surgiram rumores sobre nova intimação, o ministro deixou claro, em nota do STF, que não reconhece validade.
Ele não aceita uma intimação estrangeira sem respaldo diplomático.
Juristas brasileiros, como a professora Vera Chemim, especialista em direito constitucional, destacaram isso em entrevistas.
Eles explicaram que esse tipo de ação fere princípios de soberania nacional e independência entre as nações.
Mesmo com o avanço do processo nos EUA, o Supremo não deve atender à solicitação.
Não haverá atendimento sem um acordo formal de cooperação jurídica.
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Pressão política intensifica discurso internacional
Além do embate jurídico, o caso fortalece narrativas políticas polarizadas.
Aliados de Trump, conforme divulgado pela rede Fox News em 2 de julho de 2025, celebram a nova intimação como demonstração de força.
Eles denunciam o que chamam de “autoritarismo judicial estrangeiro”.
Críticos afirmam que a estratégia visa criar fato político para turbinar sua base eleitoral conservadora.
O calendário eleitoral é apertado.
Desde o início de 2025, analistas como Brian Winter, editor da Americas Quarterly, reforçam isso.
Trump tenta exportar a retórica de fraude para além das fronteiras.
Ele mira influenciar discussões sobre democracia em países aliados.
Cenário segue indefinido e reforça necessidade de cautela
Enquanto isso, o Itamaraty informou, em 6 de julho de 2025, portanto, por meio de nota oficial, que monitora toda a situação.
Além disso, o órgão não recebeu pedido formal de cooperação envolvendo Alexandre de Moraes.
Porém, a expectativa, segundo fontes diplomáticas, é que o Supremo ignore a intimação até haver respaldo jurídico.
Mesmo assim, especialistas avaliam que, apesar da insistência de Trump, o impacto prático será limitado.
Consequentemente, o caso serve mais como instrumento político para reforçar narrativas e mobilizar bases eleitorais nos Estados Unidos.