Europa se oferece para ajudar a organizar reunião entre Trump, Zelensky e Putin, mantendo apoio à Ucrânia, sanções contra Moscou e pressão diplomática
Líderes europeus afirmaram neste sábado (16) que estão prontos para ajudar a organizar uma reunião entre Donald Trump, Volodimir Zelensky e Vladimir Putin. A declaração veio um dia após o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia no Alasca, que teve como foco principal o conflito na Ucrânia.
“Estamos dispostos a trabalhar com os presidentes Trump e Zelensky com vistas a uma cúpula tripartite, com o apoio da Europa”, disseram em comunicado conjunto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, além dos líderes de França, Alemanha e Reino Unido.
Trump também comentou o tema em sua rede Truth Social. “O presidente Zelensky virá a Washington, ao Salão Oval, na tarde de segunda-feira. Se tudo correr bem, agendaremos uma reunião com o presidente Putin”, escreveu.
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Conversas e pressões europeias
As declarações foram feitas após conversas telefônicas realizadas neste sábado. Primeiro, líderes europeus falaram com Trump e Zelensky. Depois, tiveram uma segunda ligação, da qual resultou o comunicado conjunto.
No texto, reforçaram que a Rússia “não pode ter” poder de veto sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia e à Otan. Segundo eles, apenas Kiev deve decidir sobre seu próprio território.
Além disso, defenderam a manutenção de sanções contra Moscou enquanto continuarem as mortes na guerra. “Estamos dispostos a manter a pressão”, destacaram.
A reunião entre Trump e Putin
O encontro no Alasca foi aguardado com expectativa. A Ucrânia e os europeus esperavam convencer Trump a negociar um cessar-fogo com Putin, mais de três anos após a invasão russa.
Mas o resultado foi diferente. “Todos concordaram que a melhor maneira de acabar com a horrível guerra entre Rússia e Ucrânia é chegar diretamente a um acordo de paz, e não a um simples cessar-fogo, que muitas vezes não é cumprido”, declarou Trump em sua rede social, já de volta a Washington.
Essa posição representou um avanço para Putin, que insiste em discutir um acordo amplo, incluindo as razões que ele considera “profundas” para o conflito, como o desejo da Ucrânia de integrar a Otan. Para Moscou, essa expansão é vista como ameaça existencial.
Ataques e avanços militares
Enquanto as negociações aconteciam, o conflito continuava no campo militar. Segundo Kiev, o Exército russo lançou 85 drones e um míssil contra a Ucrânia na noite de sexta-feira, ao mesmo tempo em que Trump e Putin se reuniam no Alasca.
Já neste sábado, Moscou anunciou a captura de duas localidades no leste da Ucrânia, ampliando seus avanços recentes na região.
Sanções e novas ameaças econômicas
Na sexta-feira também expirou o ultimato dos Estados Unidos para que a Rússia encerrasse a guerra. Caso contrário, entrariam em vigor sanções “secundárias”, voltadas a países que continuam importando petróleo e armas do território russo.
Trump, porém, preferiu adiar esse debate. “Devido à maneira como tudo aconteceu hoje, não acho que deva pensar nisso agora”, respondeu em entrevista à Fox News após o encontro com Putin.
O senador republicano Lindsey Graham defende que o presidente use uma ferramenta legislativa que autoriza tarifas de até 500% contra países que apoiem a Rússia. Trump declarou estar “analisando cuidadosamente” essa proposta.
Próximos passos
Apesar das incertezas, Trump confirmou que receberá Zelensky na Casa Branca na próxima segunda-feira. Ele voltou a reforçar que, se a reunião for positiva, poderá agendar um encontro direto com Putin.
“O acordo para encerrar a guerra depende realmente do presidente da Ucrânia”, afirmou, sugerindo que a decisão final deve passar por Zelensky.
Enquanto isso, os europeus insistem que vão manter a pressão contra Moscou. “Enquanto continuarem os massacres na Ucrânia, continuaremos com as sanções”, declararam.
A proposta de uma cúpula tripartite, portanto, ganha força, mas ainda depende de sinais concretos de Washington, Kiev e Moscou para avançar. O conflito, que já dura mais de três anos, segue em aberto, sem previsão de um fim próximo.
Com informações de Revista Fórum.