Expectativa de Donald Trump por aumento nas compras de soja americana pela China gera risco de perda de mercado e queda de preços para o grão do Brasil.
Uma declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou um alerta significativo para o agronegócio brasileiro. Trump expressou publicamente sua expectativa de que a China promova um aumento expressivo nas compras de soja americana. A fala acontece em um momento delicado, com uma trégua comercial entre os dois países prestes a expirar, e pode impactar diretamente o Brasil, o maior exportador mundial da oleaginosa.
A declaração de Trump e a trégua comercial
Donald Trump afirmou esperar que a China quadruplique os pedidos de soja dos Estados Unidos. Os comentários foram feitos exatamente um dia antes do vencimento da trégua comercial sino-americana. Essa pressão política busca garantir um mercado maior para os produtores americanos. Trump chegou a agradecer ao líder chinês Xi Jinping em uma publicação, sem detalhar o motivo do agradecimento.
Qual o risco para o agronegócio brasileiro?
A China é o maior comprador da soja brasileira. Qualquer alteração na preferência chinesa pelo produto nacional representa uma ameaça direta. O risco principal é o redirecionamento das compras para a soja americana. Essa mudança pode abalar os preços internos no Brasil. Além disso, pode levar a uma redução nos volumes embarcados para o mercado chinês. As consequências seriam sentidas em toda a cadeia do agronegócio brasileiro.
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Competitividade da safra americana aumenta a pressão
O alerta para o Brasil é maior devido a um fator econômico crucial: a safra dos EUA está mais barata. Com a proximidade da colheita americana, a combinação de preços mais competitivos e a pressão de Trump eleva o risco de o Brasil perder espaço no mercado. Para o agronegócio brasileiro, o cenário é considerado mais preocupante do que a simples imposição de tarifas.
A força da oferta sul-americana
Apesar das ameaças, a América do Sul possui capacidade para atender à demanda chinesa. Segundo analistas, a oferta somada de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai é suficiente para abastecer a China. Isso demonstra a força da produção agrícola da região como um importante fornecedor global, um fator que pode moderar o impacto da pressão americana.
O comércio internacional é um lugar de gente grande brigar. Nós brasileiros estamos passando vergonha.