Entenda como a controvérsia sobre um anúncio envolvendo o ex-presidente americano levou Donald Trump a suspender as tratativas bilaterais com o Canadá
Donald Trump anunciou na noite de quinta-feira (23) que todas as negociações comerciais com o Canadá estão encerradas. Ele acusou o país vizinho de utilizar uma “propaganda fraudulenta” com um suposto vídeo do ex-presidente Ronald Reagan criticando tarifas.
A mensagem foi publicada na rede Truth Social, onde Trump afirmou que, “com base em comportamento flagrante, todas as negociações comerciais com o Canadá estão encerradas”. O episódio intensificou o impasse diplomático entre Washington e Ottawa, já desgastado desde o início do ano por tarifas sobre aço, alumínio e automóveis.
Tarifas e retaliações que alimentaram o impasse
Desde o início do ano, os Estados Unidos impuseram tarifas sobre produtos canadenses como aço, alumínio e automóveis. O Canadá retaliou na mesma proporção.
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Por isso, as conversas entre os dois países vinham se arrastando por semanas. O objetivo era revisar os termos comerciais desses setores.
Contudo, a divulgação do anúncio com Reagan interrompeu as tratativas e reacendeu tensões bilaterais.
O anúncio com Reagan e a resposta canadense
O premiê de Ontário, Doug Ford, afirmou na terça-feira (21) que o vídeo produzido por sua província chamou a atenção da Casa Branca.
O material exibia Ronald Reagan, um republicano, criticando tarifas sobre produtos estrangeiros. Ele associava essas medidas à perda de empregos e ao risco de guerras comerciais.
Ford declarou: “Ouvi dizer que o presidente viu o anúncio. Tenho certeza de que ele não ficou muito feliz”.
Assim, a reação de Trump foi imediata e levou à suspensão das conversas.
Fundação Ronald Reagan reage e questiona uso de imagem
A Fundação Presidencial Ronald Reagan divulgou na quinta-feira (23) um comunicado oficial. Ela afirmou que o governo de Ontário “usou áudio e vídeo seletivos” de Reagan sem autorização prévia.
Segundo a entidade, o material deturpa o Discurso Presidencial de Rádio de 1987. Por isso, estão sendo avaliadas medidas legais.
O governo canadense, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre a denúncia.
A escalada tarifária e as preocupações econômicas
Donald Trump tem utilizado tarifas como ferramenta política e comercial em várias frentes internacionais. Dessa forma, a atual guerra comercial elevou as tarifas americanas aos níveis mais altos desde a década de 1930.
Essa situação aumentou as preocupações entre empresários e economistas. Além disso, Trump já sinalizou que pode aplicar novas tarifas, caso os acordos não avancem.
O cenário mantém um clima de incerteza nos mercados.
Mark Carney, primeiro-ministro do Canadá, afirmou na quinta-feira (24) que o país não permitirá acesso injusto aos seus mercados. Ele alertou que isso ocorrerá caso as negociações com Washington fracassem.
Por fim, ele destacou que, em 2026, Estados Unidos, Canadá e México devem revisar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (USMCA).
O tratado foi assinado em 2020 e representa um ponto estratégico nas relações econômicas regionais.


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