Líder cambojano atribui ao presidente dos EUA a mediação que encerrou conflito com a Tailândia e evitou colapso econômico no país
O Camboja confirmou que pretende indicar Donald Trump ao Prêmio Nobel da Paz, segundo declaração oficial do vice-primeiro-ministro Sun Chanthol nesta sexta-feira (1º). A decisão ocorre após a atuação direta do presidente dos Estados Unidos na intermediação de um cessar-fogo com a Tailândia, encerrando o maior conflito armado na fronteira entre os dois países em mais de uma década.
Segundo a agência Reuters, a ofensiva diplomática de Trump incluiu uma ligação telefônica decisiva na semana passada, que teria destravado as negociações conduzidas na Malásia. O conflito deixou pelo menos 43 mortos e mais de 300 mil deslocados. A proposta de trégua foi aceita pelas partes no início desta semana.
Quem está indicando Trump ao Prêmio Nobel da Paz?
O anúncio da indicação partiu de Sun Chanthol, vice-premiê e principal negociador comercial do Camboja, durante entrevista a jornalistas em Phnom Penh. Ao ser questionado por mensagem de texto sobre a confirmação da indicação, respondeu: “sim”. Chanthol agradeceu a Trump por “trazer a paz” e disse que ele merece ser reconhecido internacionalmente por seus esforços.
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Além do Camboja, Paquistão e Israel também expressaram publicamente a intenção de indicar o líder americano ao Nobel. No mês passado, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu afirmou ter encaminhado uma recomendação formal. Em junho, o governo paquistanês citou o papel de Trump na desescalada de tensões com a Índia.
Qual foi o papel de Trump no cessar-fogo entre Tailândia e Camboja?
O conflito, que durou cinco dias, envolveu disputas territoriais antigas e tensões militares localizadas na fronteira dos dois países. Foi a intervenção direta de Trump — com um telefonema a ambos os governos — que, segundo autoridades cambojanas, permitiu o avanço de um cessar-fogo negociado em Kuala Lumpur.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o envolvimento do presidente e publicou na rede X: “Deem a ele o Prêmio Nobel da Paz!”. A mensagem repercutiu globalmente e deu combustível à campanha por reconhecimento internacional.
Além da mediação, que outros fatores pesaram na decisão?
Sun Chanthol também mencionou a redução de tarifas sobre produtos cambojanos exportados aos EUA, como um segundo motivo para a indicação. Washington havia anunciado a intenção de aplicar tarifas de 49% sobre vestuário e calçados, mas recuou para 19% após negociações.
Segundo Chanthol, essa mudança evitou o colapso de um setor vital para a economia cambojana, preservando empregos e receitas de exportação. “Reconhecemos seus grandes esforços pela paz e pela economia”, declarou o vice-premiê.
O que diz o Comitê do Prêmio Nobel?
A decisão sobre o Prêmio Nobel da Paz cabe ao Comitê Norueguês, responsável por avaliar centenas de indicações recebidas todos os anos. Qualquer líder político em exercício pode ser indicado por governos, parlamentares, ex-laureados e organizações com status consultivo.
A nomeação formal para o Nobel de 2025 só será avaliada no primeiro trimestre do ano que vem, e os nomes dos indicados permanecem sob sigilo oficial por 50 anos. Porém, é comum que líderes divulguem suas intenções publicamente por razões políticas ou diplomáticas.
Trump já foi indicado outras vezes?
Sim. Durante seu primeiro mandato, Trump foi indicado ao Nobel da Paz por seu papel nos Acordos de Abraão, que normalizaram relações entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Bahrein. As indicações, no entanto, não resultaram em premiação.
A nova indicação do Camboja reacende a polêmica sobre o papel dos EUA em conflitos internacionais e sobre os critérios políticos e simbólicos do Nobel da Paz, frequentemente alvo de críticas por sua subjetividade e contexto geopolítico.
Você acredita que Trump merece o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação na Ásia? Ou acha que outras lideranças contribuíram mais para a estabilidade regional? Deixe sua opinião — o debate está apenas começando.