Donald Trump afirmou que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi prometeu interromper gradualmente a compra de petróleo russo. O republicano também quer convencer a China a cortar relações energéticas com Moscou.
Durante uma entrevista coletiva na Casa Branca nesta quarta-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a Índia vai parar de comprar petróleo da Rússia. A decisão teria sido comunicada diretamente pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, como parte de um esforço para reduzir as receitas de Moscou após a invasão da Ucrânia em 2022.
“A compra de petróleo da Rússia permite (ao país) continuar sua guerra absurda”, afirmou Trump, criticando a relação comercial entre Nova Délhi e o governo de Vladimir Putin.
O republicano destacou que recebeu garantias pessoais de Modi de que a redução das importações ocorrerá de forma gradual, respeitando a dependência energética da Índia.
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Relação Índia–Rússia sob pressão internacional
A Índia e a China figuram entre os maiores compradores de petróleo bruto russo, especialmente desde o início das sanções impostas pelo Ocidente. Com os preços mais baixos oferecidos por Moscou, ambos os países ampliaram suas compras para garantir segurança energética em meio às incertezas globais.
Entretanto, Trump tem buscado isolar economicamente a Rússia, pressionando aliados e parceiros comerciais a suspenderem o fornecimento de receitas ao Kremlin. O líder americano afirmou que seu “objetivo agora é que a China faça o mesmo”, deixando claro que Pequim também está na mira de Washington.
“Agora meu objetivo é que a China faça o mesmo”, reforçou o presidente, sinalizando uma nova rodada de pressões diplomáticas e econômicas sobre o gigante asiático.
Mudança pode redefinir o equilíbrio geopolítico global
Especialistas afirmam que a decisão indiana de reduzir as compras de petróleo russo representa uma mudança estratégica importante no cenário internacional. Além de afetar diretamente as finanças do governo Putin, o movimento pode incentivar outros importadores a repensarem suas relações com Moscou.
Historicamente, a Índia justificava suas importações como uma questão de segurança energética nacional, já que a Rússia se consolidou como um de seus principais fornecedores de petróleo nos últimos anos. No entanto, as pressões econômicas e diplomáticas de Washington parecem estar surtindo efeito.
De acordo com analistas de energia, uma interrupção total ainda levará tempo, mas o comprometimento indiano sinaliza um realinhamento de forças nas relações internacionais, com possíveis impactos sobre o preço global do barril.
O anúncio de Trump ocorre poucos meses depois de o republicano ameaçar Nova Délhi com tarifas de até 50% sobre suas exportações, medida similar à aplicada ao Brasil em julho. Essa política de sanções econômicas e tarifas punitivas tem sido uma das principais ferramentas do presidente americano para pressionar países a se alinharem aos interesses estratégicos dos Estados Unidos.
Trump já havia deixado claro que não concordava com a aproximação econômica entre Índia e Rússia e que não hesitaria em usar instrumentos comerciais para forçar mudanças diplomáticas. A decisão de Modi, portanto, representa uma vitória política para a Casa Branca e reforça a postura intervencionista do governo americano no cenário energético mundial.