Decreto argentino abre espaço para treinamentos conjuntos com forças especiais norte-americanas, em manobras que prometem fortalecer alianças regionais e aproximar Buenos Aires de Washington
A Argentina deu um passo significativo em sua política de defesa e relações internacionais ao autorizar a entrada de tropas dos Estados Unidos em território nacional. O decreto, publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (30), foi assinado pelo presidente Javier Milei e prevê a realização do exercício militar “Tridente”, marcado para ocorrer entre os dias 20 de outubro e 15 de novembro de 2025 em pontos estratégicos como Mar del Plata, Ushuaia e Puerto Belgrano.
Segundo o texto oficial, o objetivo principal é ampliar a cooperação tática e estratégica entre os dois países, permitindo a troca de procedimentos, técnicas e táticas de treinamento. Além disso, a medida reforça o posicionamento argentino como um ator relevante em operações multinacionais, ao mesmo tempo em que consolida laços com Washington em um momento de aproximação política e econômica.
Exercício “Tridente” reforça parceria Argentina–EUA
De acordo com o decreto, os militares norte-americanos terão acesso a áreas terrestres e marítimas da Argentina, com foco em treinamentos de forças especiais e em instruções de combate moderno. A participação argentina, conforme o documento, “demonstra seu compromisso com a estabilidade regional e a segurança internacional”, além de padronizar procedimentos operacionais que facilitarão a atuação conjunta em futuras missões internacionais.
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Paralelamente, está previsto também o exercício “Solidariedade”, programado para ocorrer entre 6 e 10 de outubro em Puerto Varas, no Chile, reunindo tropas argentinas e chilenas em uma agenda bilateral de defesa. Essa sequência de manobras destaca uma guinada do governo Milei para a cooperação militar intensiva no Cone Sul.
A informação foi divulgada pela CNN Brasil, que destacou o peso político da medida em um cenário de negociações estratégicas entre Buenos Aires e Washington.
Milei aposta em aproximação com Trump e apoio bilionário
A assinatura do decreto acontece em paralelo ao convite feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para que Milei visite a Casa Branca em 14 de outubro. O encontro deve servir como vitrine para consolidar não apenas laços militares, mas também apoios econômicos bilionários que a Argentina busca em meio à crise fiscal.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina classificou a futura reunião como “uma nova oportunidade para fortalecer a parceria estratégica entre os dois países”. Nesse contexto, os exercícios militares surgem como parte de uma agenda maior, em que segurança e economia caminham lado a lado para projetar a Argentina como aliado preferencial dos EUA no hemisfério sul.
Embora a Constituição argentina estabeleça que cabe ao Congresso aprovar a entrada de tropas estrangeiras, o decreto presidencial foi justificado pela “naturalidade excepcional da situação”, permitindo a execução imediata sem seguir os trâmites tradicionais. Essa decisão reforça o estilo direto e pragmático do governo Milei, que tem acelerado políticas para reposicionar o país no tabuleiro geopolítico internacional.