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Trem-bala prometido para ligar Rio e São Paulo em menos de 2 horas já consumiu bilhões em estudos desde 2007, mas nunca saiu do papel e continua sendo promessa distante

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 07/09/2025 às 14:28
Atualizado em 09/09/2025 às 06:13
Trem-bala prometido para ligar Rio e São Paulo em menos de 2 horas já consumiu bilhões em estudos desde 2007, mas nunca saiu do papel e continua sendo promessa distante
Foto: Trem-bala prometido para ligar Rio e São Paulo em menos de 2 horas já consumiu bilhões em estudos desde 2007, mas nunca saiu do papel e continua sendo promessa distante
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Projeto do trem-bala Rio–São Paulo consumiu bilhões desde 2007 e nunca saiu do papel. Promessa de viagem em 1h30 segue sem previsão de virar realidade.

O Brasil já sonhou em ter um trem-bala digno das potências asiáticas e europeias. Anunciado em 2007, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o projeto previa uma linha ferroviária de 511 km de extensão, conectando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A promessa parecia revolucionária: reduzir o tempo de viagem entre as duas maiores cidades do país de quase 6 horas de carro para cerca de 1h30 de trem, com conforto, velocidade de até 350 km/h e integração com aeroportos.

Era o início de um plano ambicioso para colocar o Brasil no mapa das nações com transporte ferroviário de alta velocidade. Mas, quase duas décadas depois, o projeto segue apenas no papel.

Bilhões em estudos e nenhuma obra iniciada

Entre 2007 e 2017, o governo brasileiro gastou bilhões em estudos de viabilidade, consultorias e criação de órgãos estatais para tocar o projeto. A ETAV (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade) chegou a ser criada exclusivamente para essa missão.

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No entanto, as licitações fracassaram. Em 2010, nenhuma empresa apresentou proposta para construir o trecho. O motivo era claro: o custo astronômico, estimado em R$ 36 bilhões na época, que com o tempo foi sendo revisado para mais de R$ 60 bilhões.

Com a falta de interessados e o aumento das incertezas econômicas, o projeto acabou sendo engavetado. A ETAV foi oficialmente extinta em 2017, enterrando a primeira tentativa concreta do trem-bala.

Uma promessa que nunca morreu

Mesmo com os fracassos, a ideia do trem-bala nunca desapareceu completamente. Em 2022 e 2023, novos estudos voltaram a ser mencionados em reuniões do BNDES e do Ministério da Infraestrutura, prevendo um modelo de concessão à iniciativa privada.

Trem-bala prometido para ligar Rio e São Paulo em menos de 2 horas já consumiu bilhões em estudos desde 2007, mas nunca saiu do papel e continua sendo promessa distante
Foto: Trem-bala prometido para ligar Rio e São Paulo em menos de 2 horas já consumiu bilhões em estudos desde 2007, mas nunca saiu do papel e continua sendo promessa distante

As discussões envolvem possíveis conexões com o futuro trem intercidades de São Paulo, que ligaria Campinas, São Paulo e Sorocaba. Mas, na prática, nenhuma obra foi iniciada.

O prazo inicial de inauguração — 2014, durante a Copa do Mundo no Brasil — já passou há mais de uma década, e a promessa segue como um símbolo de projetos bilionários que nunca saíram do papel.

Os entraves do projeto

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Especialistas apontam uma série de obstáculos que inviabilizaram o trem-bala brasileiro:

  • Custo altíssimo: estimado em até R$ 60 bilhões, seria uma das obras mais caras da história da infraestrutura brasileira.
  • Demanda questionável: havia dúvidas se o número de passageiros seria suficiente para viabilizar financeiramente a linha.
  • Burocracia: os processos de licitação foram mal conduzidos e afastaram potenciais investidores.
  • Prioridades políticas: mudanças de governo e crises econômicas deixaram o projeto em segundo plano.
  • Concorrência aérea: a ponte aérea Rio–São Paulo continua sendo uma das mais movimentadas do mundo, com passagens frequentemente mais baratas que o trem projetado.

O contraste com outros países

Enquanto o Brasil patina, países como China, Japão, França e Espanha ampliaram suas redes de trens de alta velocidade.

  • A China, que em 2007 tinha apenas 600 km de linhas, hoje já soma mais de 42 mil km de ferrovias de alta velocidade.
  • O Japão, pioneiro com o Shinkansen desde 1964, continua expandindo sua malha com tecnologia de levitação magnética.
  • A Espanha possui uma das maiores redes da Europa, ligando cidades médias e capitais com eficiência.

Esses exemplos reforçam a sensação de atraso do Brasil, que permanece dependente de rodovias congestionadas e do transporte aéreo para integrar suas maiores metrópoles.

Uma promessa distante?

Em 2025, a realidade é que não há nenhuma previsão concreta para o início das obras do trem-bala Rio–São Paulo. O projeto é constantemente lembrado em debates sobre infraestrutura, mas segue como uma promessa distante.

Enquanto isso, a cada novo anúncio de estudos ou intenções de retomada, cresce a descrença da população.

Trem-bala brasileiro: promessa que não sai do papel já é chamada de orba fantasma

O “trem-bala brasileiro” virou sinônimo de obra fantasma — lembrada mais pelo gasto bilionário em estudos do que por qualquer avanço prático.

Hoje, os principais legados do projeto são relatórios técnicos, projetos de engenharia e uma lembrança amarga de como o país investiu bilhões sem sequer colocar um metro de trilho no chão.

O trem-bala Rio–São Paulo permanece como um símbolo do desperdício de recursos públicos e da dificuldade do Brasil em concretizar grandes obras de infraestrutura.

O sonho de ligar Rio e São Paulo em menos de duas horas continua vivo apenas no imaginário. O projeto já consumiu bilhões, sobrevive a cada governo e ainda é usado como promessa de campanha, mas segue distante da realidade.

Enquanto o resto do mundo avança em soluções rápidas e sustentáveis, o Brasil continua preso em congestionamentos, voos lotados e promessas que nunca viram trilhos.

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Juca
Juca
09/09/2025 22:10

QUALQUER COISA QUE O PT TOQUE VIRA CORRUPÇÃO!
AFINAL QUEM TEM UM EX PRESIDIÁRIO COMO LÍDER , SÓ PODE SER ****

Renato
Renato
09/09/2025 16:39

Ele é tão rápido q nem da pra ver.

Flaviod onizete cardoso
Flaviod onizete cardoso
09/09/2025 11:16

Ora,ora as aéreas não vão deichar…..perder uma rota dessas….quantas burrice do autor,quanto do artigo…

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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