Projeto promete conectar Rio e São Paulo por via férrea de alta velocidade em pouco mais de 100 minutos, com investimento bilionário, operação prevista para 2032 e expectativa de revolucionar o transporte entre as duas maiores cidades do país.
Previsto para entrar em operação em 2032, o projeto de trem de alta velocidade que ligará Rio de Janeiro e São Paulo pretende percorrer 417 quilômetros em cerca de 105 minutos, com trens a 320 km/h.
A TAV Brasil, empresa autorizada a desenvolver e explorar o serviço, estima investimento de R$ 60 bilhões e tarifa de R$ 500 no trecho integral; viagens intermediárias devem custar R$ 250 por trecho, segundo a própria companhia.
O que se sabe sobre o projeto
A proposta retoma a ideia de um trem-bala entre as duas maiores metrópoles do país em um novo arranjo regulatório.
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Com base no marco legal das ferrovias, a TAV Brasil obteve autorização federal para conduzir estudos, licenciamento e implantação.
A empresa afirma que o serviço será 100% privado e operado sob autorização por longo prazo, com receitas de passagem e de exploração comercial das áreas das estações.
Traçado e paradas previstas
O itinerário conectará as capitais fluminense e paulista e incluirá paradas em Volta Redonda (RJ) e São José dos Campos (SP).
O objetivo é atender, além das capitais, o eixo industrial e universitário do Vale do Paraíba e do Sul Fluminense.
A localização exata das estações dependerá de tratativas com prefeituras e da aprovação ambiental.
A companhia indica preferência por áreas centrais para facilitar a integração com redes locais e estimular a requalificação urbana no entorno.
Tempo de viagem e desempenho
O tempo estimado de 105 minutos considera operação comercial a 320 km/h em trens de alta velocidade padrão internacional.
A projeção contempla aceleração, frenagens nas paradas intermediárias e margens operacionais.
Em condições usuais, a viagem completa deve ficar abaixo de duas horas.
Percursos parciais terão duração reduzida conforme o embarque e o desembarque de cada passageiro.
Preços e política tarifária
A TAV Brasil trabalha com R$ 500 para a passagem no trecho completo entre Rio e São Paulo.
Para quem embarcar ou desembarcar nas paradas intermediárias, o valor informado é de R$ 250 por trecho.
A política tarifária poderá ter variações por classe de serviço, horário e antecedência de compra.
A empresa toma R$ 500 como referência para viabilizar a modelagem financeira inicial.
Cronograma: licenças, obras e início da operação
O calendário apresentado pela companhia coloca a operação comercial em 2032, condicionada à conclusão do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, às licenças e à captação de recursos.
Em comunicações públicas, executivos indicaram intenção de iniciar as obras a partir de 2027, caso as etapas regulatórias avancem no prazo.
O cronograma detalhado dos canteiros e das frentes de trabalho será definido após a licença prévia ambiental e os acordos fundiários.
Como será financiado
O investimento total estimado em R$ 60 bilhões abrange infraestrutura ferroviária, sistemas de sinalização e controle, material rodante e construção de estações.
Além de endividamento e capital próprio, a TAV Brasil estuda receitas acessórias ligadas ao desenvolvimento imobiliário nas áreas do entorno das estações para reforçar o fluxo de caixa.
O mecanismo já é aplicado em projetos de alta velocidade no exterior.
Parcerias com fornecedores internacionais de tecnologia também estão em avaliação, conforme a empresa.
Capacidade e integração
Embora a companhia ainda não divulgue números fechados de oferta de assentos, a diretriz é operar frequências compatíveis com a demanda de negócios e lazer entre as duas capitais.
A integração com metrô, trens metropolitanos e corredores de ônibus é vista como essencial para reduzir tempos porta a porta, especialmente nas estações terminais.
A definição das conexões será detalhada na fase de projeto executivo junto aos governos locais.
Comparação com a ponte aérea
O tempo de viagem ponto a ponto do trem-bala pretende competir com a ponte aérea Rio–SP, principalmente quando se considera deslocamentos até aeroportos, procedimentos de embarque e eventuais atrasos.
A proposta tarifária busca uma faixa competitiva frente às tarifas médias da aviação, preservando o argumento de previsibilidade de tempo e menor variabilidade operacional na ferrovia de alta velocidade.
Próximas etapas e condicionantes
Para sair do papel, o projeto depende de pareceres ambientais, licenças e de acordos com municípios para uso do solo e desapropriações.
A TAV Brasil relata que o EVTEA está em desenvolvimento e que, concluído esse ciclo, submeterá o conjunto de estudos aos órgãos competentes.
A partir disso, serão definidos o traçado executivo, os acessos às estações e a engenharia das obras civis, incluindo túneis e viadutos necessários ao padrão de alta velocidade.
O que muda para o passageiro
Se cumprido o cronograma, a ligação em cerca de 105 minutos entre as duas capitais altera a lógica de deslocamentos frequentes.
A tarifa de R$ 500 no trecho integral e R$ 250 nos trechos intermediários, além das paradas em Volta Redonda e São José dos Campos, formam o núcleo da proposta.
O percurso planejado de 417 km será feito por composições a 320 km/h, com promessa de maior regularidade e menor emissão local na operação quando comparada a modais rodoviários.
Que ponto você considera mais determinante para a adesão do público: o preço, o tempo de viagem ou a localização das estações?